quarta-feira, 25 de março de 2015

RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E A ESCOLA E SEUS IMPACTOS NA EDUCAÇÃO


É sabido que o desempenho escolar individual de cada aluno depende não apenas do seu rendimento em sala de aula e da competência de seus professores, mas também, do apoio da base familiar que esta aluno encontra em sua casa. A relação entre família e estudos e, principalmente, a maneira como a família de cada aluno se comporta em relação ao seu desempenho escolar, influencia os resultados obtidos por crianças e adolescentes, independente de classe social. Uma base sólida, com pais que se interessam e, até mesmo, ajudam na execução das tarefas escolares faz com que este aluno renda mais em todos os âmbitos de sua carreira escolar. Não basta apenas que os pais se preocupem e estejam presentes nas horas de estudos - eles devem também ter a capacidade de percepção para notar quando seu filho não está desempenhando adequadamente em alguma matéria e buscar soluções: seja ajudando-os a estudar, ou mesmo contratando professores particulares para que estas carências sejam supridas.
Estas atitudes, no entanto, podem ser difíceis, dependendo do status social da família: nem sempre é possível que os pais tenham tempo disponível para entender e ajudar em todos os problemas que seu filho esteja encontrando na escola. Entretanto, isso pode ser remediado, se os pais demonstrarem interesse em todas as tarefas realizadas por suas crianças ou adolescentes.
É imprescindível para o sucesso escolar que a criança note que seus pais buscam motivá-lo para obter este sucesso; de certa forma, os pais são a força motriz para o estudo das crianças, e seu bom desempenho.

Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1971) e mestrado (1976) e doutorado pela Universidade de São Paulo (1980). Atualmente, é professor titular da Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de Psicologia Educacional, onde desenvolve atividades de ensino, pesquisa e orientação nos seguintes temas: afetividade, alfabetização e letramento, formação de professores, ensino e aprendizagem.

Graduada em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1983), mestre e doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2000 e 2008, respectivamente). Atualmente é professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Foi professora da Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental e coordenadora pedagógica dos respectivos níveis de ensino. Realizou estudos na área da Psicologia Educacional e Formação de Professores, com ênfase nos processos de Ensino e Aprendizagem na sala de aula, atuando principalmente nos seguintes temas: afetividade e cognição, alfabetização, condições de ensino, mediação pedagógica, relação professor-aluno, ambiente de sala de aula, Educação Infantil e Ensino Fundamental.
De acordo com Sérgio Antônio da Silva Leite e Elvira Cristina Martins Tassoni , quando a família e a escola mantêm boas relações, as condições para um melhor aprendizado e desenvolvimento da criança podem ser maximizadas. Assim, pais e professores devem ser estimulados a discutirem e buscarem estratégias conjuntas e específicas ao seu papel, que resultem em novas opções e condições de ajuda mútua.
O envolvimento dos pais com a escola é essencial para a aprendizagem de sucesso dos alunos. Não basta que os pais saibam que o filho vai a todas as aulas e realiza as tarefas, eles precisam ter interesse no que cada tarefa consiste, e mostrar que estarão ali, apoiando a criança ou adolescente, independente de seu desempenho.

ATÉ ONDE IR
O grande problema nesta questão, no entanto, é saber a medida exata com que os pais devem, de fato, se envolver: a criança deve saber que pode contar com os adultos responsáveis em sua vida para ajudá-la, mas jamais para assumir suas responsabilidades. A problemática deste envolvimento são os pais que, por exemplo, executam as tarefas para os filhos (resolvem seus deveres de casa, pesquisam seus trabalhos para entregar) ou, quando estes falham em executá-las, procuram o professor para tratar do assunto, ao invés de deixar a criança assumir a responsabilidade pelos seus atos - como no clássico caso de um aluno terminar o ano com notas baixas e o professor ser inquirido a respeito, como se decidisse as notas arbirtrariamente, e estas não fossem resultado do esforço e da dedicação do aluno. Este tipo de envolvimento dos pais é prejudicial, tanto no âmbito escolar - já que a criança não estará realmente aprendendo o que a tarefa objetivava -, como no campo pessoal - uma vez que o aluno não perceberá que suas ações têm consequências.
Segundo Epstein, há cinco tipos de envolvimento da família com a escola. O Tipo 1 são as obrigações essenciais dos pais, como oferecer apoio para seu desenvolvimento escolar, e auxílio quando possível nas tarefas mais difíceis, que a criança possa não conseguir superar sozinha. O Tipo 2 são as obrigações essenciais da escola, como oferecer diferentes métodos de explicações e ensino, até que o aluno consiga absorver o que necessita aprender de maneira adequada, sem que se sinta desvalorizado ou incapaz. Além disso, entre as obrigações da escola está a de abrir espaço para que os pais exponham também as suas opiniões e impressões sobre o desenvolvimento do currículo escolar.
O Tipo 3 é o envolvimento dos pais em atividades de colaboração na escola; por exemplo, envolver-se em feiras, festas, exposições, reuniões e eventos escolares. O Tipo 4 é caracterizado pelo envolvimento dos pais em atividades que afetam a aprendizagem e o aproveitamento escolar em casa, ou seja, o auxílio que os pais prestam aos seus filhos na hora de desempenharem tarefas longe da escola, seja atuando como monitores, tutores ou mediadores do conhecimento, buscando, ou não, auxílio nos professores. O Tipo 5 é o envolvimento dos pais no projeto político da escola, mostrando interesse nos projetos desenvolvidos por esta, e ativamente participando nas decisões e escolhas destes projetos, e da atuação da escola na região em que está inserida.
Em síntese, os pais devem participar ativamente da educação de seus filhos, tanto em casa quanto na escola, e devem envolver-se nas tomadas de decisão e em atividades voluntárias, sejam esporádicas ou permanentes, dependendo de sua disponibilidade. No entanto, cada escola, em conjunto com os pais, deve encontrar formas peculiares de relacionamento que sejam compatíveis com a realidade de pais, professores, alunos e direção, a fim de tornar este espaço físico e psicológico um fator de crescimento e de real envolvimento entre todos os segmentos.
É possível, enfim, concluir que a participação dos pais na carreira escolar de crianças e adolescentes é, sim, imprescindível; mas, ao mesmo tempo, é necessário que este envolvimento seja um envolvimento de qualidade - ressaltando que o essencial é a qualidade do tempo em que os pais se envolvem com a escola e não apenas a quantidade de tempo em que eles fazem isso. Um envolvimento saudável é o que causa o sucesso escolar do aluno.

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