sexta-feira, 14 de agosto de 2015

VISÃO ÓPTICA

Uma clássica viagem não-animada

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Fonte: Internet

Feijões ondulantes

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Fonte: A. Kitaoka

Papel de parede de ilusão óptica

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0 DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO MATAMÁTICO


Recebi alguns e-mails com dúvidas a respeito do desenvolvimento do raciocínio lógico e da construção do número pela criança, e acredito que o livro “A criança e o número”, de Constance Kamii, aluna e colaboradora de Jean Piaget, poderá auxiliá-los nestas questões. Dessa forma deixo disponível um breve resumo que poderá incentivá-los a ler o livro por completo e pesquisar mais a fundo.
O livro é composto por quatro capítulos, onde descreve a relação da criança com o número, e um apêndice que trata sobre a autonomia da criança e como trabalhá-la de forma positiva na educação.
O primeiro capítulo explica que para Piaget há três tipos de conhecimentos:
Conhecimento físico: é o conhecimento exterior dos objetos, onde por meio da observação as relações (diferenças, semelhanças) são criadas mentalmente pelas pessoas.
Conhecimento lógico-matemático: a origem deste conhecimento é interna ao indivíduo e define-se como a coordenação das relações, onde a criança consegue ver que há mais elementos num todo do que nas partes; a abstração das características dos objetos é diferente da abstração do número. Na abstração dos objetos usou-se o termo abstração empírica (focaliza uma característica e ignora a outra, estabelecendo as diferenças entre os objetos para depois relacioná-los), e na abstração do número, utilizou-se o termo abstração reflexiva (construção de relações entre os objetos). O número é uma junção de dois tipos de relações, uma é a ordem e a outra é a inclusão hierárquica.
Conhecimento social: são as reuniões construídas pelos indivíduos, onde sua natureza é resultante só da vontade. Este conhecimento necessita de uma estrutura lógico-matemática para a organização e assimilação. O conceito de conservação baseia-se na epistemologia (estudo dos resultados das ciências), podendo também ser utilizado para responder a questões psicológicas quanto ao seu desenvolvimento.

No início do segundo capítulo a autora comenta sobre Piaget, onde ele declara que “a finalidade da educação deve ser a de desenvolver a autonomia da criança, que é indissociavelmente social, moral e intelectual (p.33). Autonomia significa agir por leis próprias. Como as escolas ainda educam tradicionalmente, a heteronomia da criança passa a ser mais trabalhada do que a própria autonomia, sendo reforçado o erro, bem como o incentivo às boas ações por meio de prêmios, sanções, notas, dentre outros.
Outra questão abordada é a respeito do meio ambiente, do nível sócio-econômico e cultural da criança que tanto pode auxiliar o processo de desenvolvimento lógico-matemático de forma mais rápida, como retardá-lo.  O professor tem a missão de estimular o pensamento espontâneo da criança.
No capítulo seguinte, Kamii escreve sobre os princípios de ensino, apresentando-os em três títulos:
  • A criação de todos os tipos de relações – a criança que pensa na sua vida cotidiana, consegue raciocinar sobre muitos outros assuntos ao mesmo tempo.
  • A quantificação de objetos – deve-se apoiar a criança a pensar sobre o número e quantidade de objetos, quantificando-os com conhecimento lógico, comparando conjuntos móveis.
  • Interação social com os colegas e os professores – apoiar a criança a conversar com seus colegas e imaginar como está desenvolvendo o raciocínio em sua cabeça.
No capítulo final, comenta-se sobre as situações que o professor pode aproveitar para ensinar os números. São apresentadas em dois tópicos: vida diária e jogos em grupo. Para se ensinar quantificação, é necessário ligá-la à vivência da criança, distribuindo os materiais, dividindo os objetos em partes iguais, coleta dos objetos, registro de dados e arrumação da sala de aula e votação.
Jogos em grupo proporcionam raciocínio amplo e comparação de quantidades, trabalhando jogos com alvos (boliche ou bolinhas de gude), jogos de esconder, brincadeiras de pegar, jogos de adivinhação, jogos de tabuleiro, jogos de baralho, jogos de memória. O ponto central e essencial da teoria de Piaget é a abstração reflexiva e a construção de uma estrutura numérica pela criança por meio da abstração reflexiva.
No apêndice, a autora cita um dos livros de Piaget (O julgamento moral da criança – 1932), onde o teórico explica a importância da moralidade na autonomia; está dividido em três partes.
Autonomia moral: as crianças adquirem os valores morais, internalizando-os através do contato com o meio ambiente.
Autonomia intelectual: as crianças adquirem o conhecimento criando e organizando relações.
Autonomia como finalidade de educação: conceituando novos objetivos.
É um livro escrito em linguagem simples, que embora repetitivo em algumas ocasiões, nos dá o embasamento teórico sobre a prática do “ensino” dos números e mostra como deve ser nosso posicionamento frente a esta prática.

MAPA MENTAL

A aprendizagem é o meio utilizado pelo indivíduo para apropriar-se do conhecimento, o qual é construído de forma histórico-cultural. Nas escolas somos treinados a fazer anotações e listas verticalmente e por se tratar de um “hábito” há muito tempo adquirido, aceitamos sem questioná-lo. No entanto, novas pesquisas demonstram o quanto nosso cérebro é multidimensional.


Cada palavra ou frase que escrevemos ou ouvimos nos traz lembranças a elas relacionadas de forma contínua. Nosso cérebro faz relações com imagens e ilustrações, onde cada indivíduo tem sua interpretação. Pensando nisso uma ferramenta que pode ser utilizada como estratégia de mediação para o desenvolvimento das funções superiores é o mapa mental.

O mapa mental como nova possibilidade de registrar o conhecimento, pode contribuir com o desenvolvimento das funções psíquicas superiores; pois ao registrar o conhecimento utilizando este artifício, o individuo integra os hemisférios cerebrais, foca a sua atenção, organiza conceitos por categoria, desenvolve a lógica formal, entende o sentido de classificar, comparar e seriar e amplia o campo de percepção.

A ideia essencial é procurar lembrar tudo o que sua mente pensa em torno da idéia central. O cérebro de cada pessoa é muito específico.

O número de associações que nosso cérebro pode fazer é ilimitado. Essas conexões dependem de nossas experiências pessoais e de nossos conhecimentos prévios, variando, portanto, de pessoa para pessoa. Infinitas conexões podem ser feitas com uma simples palavra e sua tendência é fazer uma associação mais criativa do que uma associação baseada em memorização.

Assim, nasce o conceito de palavra-chave para memorização: é aquela palavra que força a mente na direção certa, dando-lhe a possibilidade de recriar uma informação no sentido desejado. Ou seja, uma palavra-chave, uma vez mencionada, traz consigo uma série de imagens especiais.

O Mapa Mental é útil na hora do estudo porque reduz, simplifica e seleciona as informações mais relevantes do assunto que está sendo estudado. A natureza aberta do mapa ajuda o cérebro a fazer novas associações mais rapidamente, as conexões entre os conceitos-chave são muito mais imediatas e, conseqüentemente, a criatividade torna-se muito mais fluente. O mapa torna a memorização mais efetiva do que se tivéssemos listas lineares de informações para decodificar e associar.

O especialista sobre o uso do cérebro, Tony Buzan, mostra, por meio de pesquisas nesse tipo de anotação, que 90% das palavras são desnecessárias para efeito de memorização, portanto, a melhor forma de memorizar, reviver a experiência de aprendizagem e aproveitar as oportunidades para adquirir um conhecimento permanente é através das imagens. O padrão visual, apoiado por cores, figuras e setas, torna mais fácil para o cérebro retomar à situação na qual o mapa foi criado.

Dicas para fazer um mapa mental

1- Use um caderno sem pauta, de preferência bem grande. Use lápis ou canetas coloridas. As cores estimulam sua imaginação e dão uma melhor visão do todo. Comece no meio do papel com uma imagem colorida. Uma imagem vale por mil palavras, encoraja pensamentos criativos e aumenta a memória.

2- Faça ramificações e escreva nelas palavras-chave referentes ao assunto.

3- Evite escrever várias palavras na mesma ramificação. As palavras devem ser unidades, assim cada uma fica livre para você pendurar nela tantos outros conceitos quantos forem necessários.

4- Desenhe caixinhas para as coisas que considerar mais importantes. Lembre­-se que você está fazendo um desenho, e não escrevendo um texto. Desenhe setas para mostrar a relação entre as ramificações que ficam em partes diferentes do mapa.

5- Como sua mente gera idéias muito rapidamente, sem pausas, não se preocupe com a organização. Isto ficará para o final do exercício.

6- Depois de anotar tudo que vier à sua mente, faça a edição do seu Mapa Mental. Uma das formas é traçar círculos ou "nuvens" sobre as atividades afins, de preferência usando cores diferentes para cada área.

7- Acrescente números para dar a ordem de importância ou para indicar uma ordem adequada, uma seqüência nas suas anotações.

8- Faça tantas edições quantas forem necessárias para ter um Mapa Mental completo e que ajude você ao máximo a alcançar o seu objetivo.

Uma vez editado seu mapa, você terá uma representação reduzida com as informações mais relevantes e de forma mais abstrata. Será mais fácil a memorização daquele assunto mapeado. Agindo assim, aos poucos você aprende a enxergar a essência do assunto e a refinar conceitos. Achando idéias e conceitos-chave em tudo o que for estudar, seu estudo fluirá melhor.

Esta também é uma ótima estratégia na Clinica Psicopedagógica. Segue abaixo um modelo para orientá-los melhor.



Fonte: Revista do Psicopedagogo, ano 1, volume 1

SUGESTÃO PARA INTERVENÇÃO


Letras móveis (mesmo a criança que a
presenta movimentos limitados, para a escrita, pode ser alfabetizada; neste caso o uso da tecnologia também é uma boa estratégia)



Sopa de letrinhas
Memória sequencial (também para o conhecimento das cores e figuras geométricas)




Jogos voltados para a alfabetização (desde que a criança esteja pronta para ser alfabetizada, ou seja, tenha desenvolvido as habilidades motoras e cognitivas necessárias para tal)




Atividades de pintura, com recursos variados, para conhecimento das cores, incentivo à criatividade, desenvolvimento das habilidades motoras manuais, atenção e concentração


Jogo (quebra-cabeça) para atenção, concentração e raciocínio

Jogos de encaixe para desenvolvimento das habilidades motoras manuais


Jogo para discriminação de semelhanças e diferenças, atenção, concentração, memória e ampliação de repertório

Jogos de tabuleiros, que atualmente podem ser substituídos por cartas

Esses jogos devem ser utilizados levando em consideração o nível cognitivo da criança e sua necessidade; são fantásticos, pois auxiliam no raciocínio lógico e dedutivo, atenção, concentração, memória, comunicação, leitura e compreensão, soluções de questões do cotidiano, interação com o grupo dentre outros.

DISCALCULIA

DIFICULDADE NA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA


Áreas de dificuldade que podem interferir no desempenho em matemática

Habilidades espaciais: as dificuldades em relações espaciais, distâncias, relações de tamanho e para formar sequências podem interferir em habilidades como: medir, estimar, resolver problemas e desenvolver conceitos geométricos.
Perseverança: são dificuldades para passar mentalmente de uma tarefa para outra,ou seja, atividade com vários passos para resolução.
Linguagem: são dificuldades para compreender termos como: primeiro, último, seguinte, maior que, menor que e outros.
Raciocínio abstrato: dificuldade na compreensão de conceitos abstratos, sendo necessária a utilização de material concreto para resolução.
Memória: dificuldade em relembrar informações que foram apresentadas.
Processo perceptivo: as dificuldades na área perceptiva acarretam problemas na leitura e escrita de quantidades, na realização de operações e em alguns casos na resolução de problemas.

Noções necessárias para a aprendizagem da matemática

Correspondência: agrupar um objeto com outro (um lápis para cada aluno).
Classificação: agrupar os objetos em categorias de acordo com alguns critérios (cor, tamanho, formato).
Seriação: ordenar objetos de acordo com o tamanho (do menor para o maior) ou de acordo com o peso (mais pesado para o menos pesado).
Conservação: operação mental necessária para a construção do raciocínio lógico. Constituição de objeto permanente (a bola existe mesmo quando sai do campo de visão do bebê).
Reversibilidade: capacidade de fazer, desfazer e fazer novamente.
Proporcionalidade: compreensão das noções lógico-matemáticas, das frações e probabilidades.
Numeração: compreensão do sentido do número como sendo mais do que uma simples palavra, pois se refere a um todo, composto por unidades incluídas nele e guardando a relação de ordem com o restante dos números.
Valor posicional: unidade, dezena, centena, etc.
Compreender operações: é importante não somente saber as respostas das operações, mas compreendê-las de fato.
Resolução de problemas: é necessária a compreensão do texto, ordenar partes do problema e a compreensão lógica do enunciado e das competências do raciocínio abstrato que são utilizados para resolvê-lo.
Discalculia ATIVIDADES
Estas atividades podem ser feitas com material concreto, onde a criança deverá apalpá-lo e distribuí-lo e em alguns casos pode ser utilizado em folha de atividade.

Este material pode ser: blocos lógicos; cartazes com figuras, sempre do tamanho adequado para ser trabalhado com a criança de acordo com sua faixa etária, objetos de uso diário como lápis de cor, tesoura, borracha, objetos que as crianças trazem de casa, elástico, prendedores de cabelo, carrinhos e outros.

Exercício de correspondência

Um para um/ material - blocos lógicos: fazer uma fileira de objetos iguais como quadrados e solicitar que a criança coloque um (1) círculo para cada quadrado.
Outra atividade que pode ser utilizada é colocar figuras de meninas (desenhos que podem ser facilmente encontrados na internet, impressos e plastificados para maior durabilidade) e solicitar que a criança distribua uma (1) flor (também figuras) para cada menina.
Conforme o desenvolvimento da habilidade da criança, a atividade pode se tornar mais complexa.
Utilize figura de 5 crianças e solicite à criança que distribua 10 balas entre elas.
Depois este trabalho pode ser feito com sobra.
Tem 5 crianças e 12 balas. Distribua entre elas. Sobra alguma? Quantas?
Em sala de aula o(a) professor(a) poderá facilmente utilizar este tipo de atividade.

Temos 5 crianças, quantos lápis vamos precisar?
Temos 3 tesouras para 5 crianças. Quantas faltarão?
Temos 20 alunos. Quantas folhas vão precisar?
E assim por diante, solicitando sempre que um ajudante entregue o material, fazendo revezamento entre os ajudantes.

Em casa não é diferente

Peça o auxilio da criança em algumas tarefas. Por exemplo: Solicite que a criança prepare a mesa para o almoço. São 4 pessoas que irão almoçar, quantos pratos precisaremos? Depois peça que coloque 1 (um) guardanapo para cada prato e depois os copos.


Outra atividade interessante é o agrupamento:
Faça fichas com números impressos e separe alguns blocos lógicos ou materiais diversos. Por exemplo:
5 quadrados
3 triângulos
2 círculos
7 retângulos

Solicite à criança que conte e coloque a ficha com o número correto ao lado de cada grupo.
Depois utilize o fator inverso. Coloque sobre a mesa algumas fichas com números e solicite à criança que coloque a quantidade correta de objetos.
Aproveite para observar se ela mistura os objetos no mesmo grupo ou se classifica como foi feito anteriormente (grupo de triângulo, círculos, etc).

Este material pode ser comprado pronto. São retângulos de madeira onde em uma extremidade há o número e na outra, que deverá ser encaixada, há o grupo de figuras.






OBS: A atividade acima pode ser usada, também, para treino dos numerais.

Exercícios de classificação 

Entregar à criança vários objetos, com cores, formas e tamanhos variados e solicitar que separe em grupos, ou seja, classifique, mas não é necessário utilizar este termo, a não ser que a criança já tenha condições de entendê-lo.
Depois pergunte como ela separou e por que.
Em seguida peça à criança que pense em outra forma de separar (classificar), por exemplo: tamanho, textura e outros.

Em sala de aula pode ser feito o mesmo exercício em grupo, pedindo que cada grupo separe os objetos e os outros grupos deverão descobrir que propriedades dos objetos levaram em consideração para classificá-los.
Para crianças maiores pode utilizar cartões com alimentos, carros, animais, plantas e outros.

Exercícios de seriação. 

Entregar á criança objeto de diferentes comprimentos e pedir que os coloque em ordem a partir do mais curto até o mais longo.
Podem ser utilizados copos de vários tamanhos, palitos, lápis e outros.

Uma ideia legal é pedir que a criança faça bolas de diversos tamanhos com massinha e organize da maior para a menor. 

Em sala os alunos podem se organizar em fila por ordem de tamanho, do maior para o menor e do menor para o maior.

Valor posicional

Em sala de aula é comum utilizar o quadro de valor onde os alunos preenchem o campo unidade, dezena, centena etc, como podemos conferir abaixo.

Este tipo de atividade também pode ser utilizada, mas se for foi trabalhada de forma concreta antes, não terá resultado.

Existem alguns materiais bem interessantes que podem ser utilizado como: o ábaco e o material dourado.

Material dourado
O Material Dourado é um dos muitos materiais idealizados pela médica e educadora italiana Maria Montessori para o trabalho com matemática.
Embora especialmente elaborado para o trabalho com aritmética, a idealização deste material seguiu os mesmos princípios montessorianos para a criação de qualquer um dos seus materiais, a educação sensorial:
- desenvolver na criança a independência, confiança em si mesma, a concentração, a coordenação e a ordem;
- gerar e desenvolver experiências concretas estruturadas para conduzir, gradualmente, a abstrações cada vez maiores;
- fazer a criança, por ela mesma, perceber os possíveis erros que comete ao realizar uma determinada ação com o material;
- trabalhar com os sentidos da criança.

O material é composto por:
1 cubinho representa 1 unidade;
1 barra equivale a 10 cubinhos equivalem (1 dezena ou 10 unidades);
1 placa equivale a 10 barras ou 100 cubinhos (1 centena, 10 dezenas ou 100 unidades);
1 cubo equivale a 10 placas 1000 ou 100 barras ou 1000 cubinhos (1 unidade de milhar,10 centenas, 100 dezenas ou 1000 unidades). 

Atividades

Explorando o Material Dourado 

Objetivos:
- perceber as relações que existem entre as peças do material dourado;
- através das trocas, compreender que no Sistema de Numeração Decimal, 1 unidade da ordem imediatamente posterior corresponde a 10 unidades da ordem imediatamente anterior.
Metodologia:
Após permitir que os alunos, em grupos, brinquem livremente com o material dourado, o professor poderá sugerir as seguintes montagens:
- uma barra feita de cubinhos;
- uma placa feita de barras;
- uma placa feita de cubinhos;
- um bloco feito de barras;
- um bloco feito de placas.
O professor poderá estimular os alunos a chegarem a algumas conclusões perguntando, por exemplo:
- Quantos cubinhos eu preciso para formar uma barra?
- Quantas barras eu preciso para formar uma placa?
- Quantos cubinhos eu preciso para formar uma placa?
- Quantas barras eu preciso para formar um bloco?
- Quantas placas eu preciso para formar um bloco?
Nessa atividade, o professor também pode explorar conceitos geométricos, propondo desafios, como por exemplo:
- Quantos cubinhos você precisaria para montar um novo cubo?
- Que sólidos geométricos eu posso montar com 9 cubinhos?

Vamos fazer um trem?

Objetivo
- compreender os conceitos de sucessor e antecessor.
Metodologia
O professor pode pedir que os alunos façam um trem. O primeiro vagão do trem será formado por 1 cubinho, e os vagões seguintes por um cubinho a mais que o anterior. O último vagão será formado por 1 barra.
Quando as crianças terminarem de montar o trem o professor pode incentivá-las a desenhar o trem e registrar o código de cada vagão.
É importante que o professor considere as várias possibilidades de construção do trem e de registro encontradas pelos alunos.

Ábaco



O ábaco pode ser considerado como uma extensão do ato natural de contar nos dedos. Emprega um processo de cálculo com sistema decimal, atribuindo a cada haste um múltiplo de dez. Ele é utilizado ainda hoje para ensinar às crianças as operações de somar e subtrair.

Atividade
No caso do atendimento clínico é interessante que a psicopedagoga jogue junto, cada um com um ábaco; em sala de aula podem ser formados grupos.
O jogador deverá pegar os dois dados e jogá-los, conferindo o valor obtido. Este valor deverá ser representado no ábaco. Para representá-lo deverão ser colocadas argolas correspondentes ao valor obtido no primeiro pino da direita para a esquerda (que representa as unidades). Após deverá jogar os dados novamente.Quando forem acumuladas 10 argolas (pontos) no pino da unidade, o jogador deve retirar estas 10 argolas e trocá-las por 1 argola que será colocada no pino seguinte, representando 10 unidades ou 1 dezena. Nas rodadas seguintes, o jogador continua marcando os pontos, colocando argolas no primeiro pino da esquerda para a direita (casa das unidades), até que sejam acumuladas 10 argolas que devem ser trocadas por uma argola que será colocada no pino imediatamente posterior, o pino das dezenas.Vencerá quem colocar a primeira peça no terceiro pino, que representa as centenas.Com esta atividade inicial, é possível chamar a atenção para o fato do agrupamento dos valores, e que a mesma peça tem valor diferente de acordo com o pino que estiver ocupando.Possivelmente seja necessário realizar esta atividade mais de uma vez. É importante que os alunos possam registrá-la em seus cadernos, observando as estratégias e os pontos obtidos por cada um dos jogadores.

Escala Cuisenaire
Este é um material utilizado para a aprendizagem e treino das operações matemáticas, desde as mais simples até as mais complexas.O material Cuisenaire é constituído por uma série de barras de madeira, sem divisão em unidades e com tamanhos variando de uma até dez unidades. Cada tamanho corresponde a uma cor específica.

Atividades
Construindo um muro: Objetivo - Introduzir a operação de adição e a comutatividade. O professor pode apresentar uma barra e pedir que os alunos construam o resto do muro, usando sempre duas barras que juntas tenham o mesmo comprimento da peça inicial. As adições cujo total é dez ou maior que dez, assim como as adições com três ou mais parcelas podem ser introduzidas com essa atividade.

Construindo um muro especial: Objetivo-introduzir o conceito de multiplicação, enquanto soma de parcelas iguais. O professor pode pedir aos alunos que formem muros usando, por exemplo:

2 tijolos pretos
4 tijolos vermelhos
5 tijolos roxos

Após a realização das atividades concretamente, professor pode pedir que os alunos registrem como fizeram a construção do muro e discutir com seus alunos as formas de registro.


Adição1) Que peças eu posso juntar para formar a peça preta? Faça todas as combinações possíveis com duas peças, depois com três, depois...
Por exemplo:
(Uma verde clara com uma lilás)
2) Escreva uma sentença numérica para cada solução do item (1).
Por exemplo: (4 + 3 = 7)
3) Use apenas duas peças para “formar” a peça marrom. Encontre todas as soluções possíveis e escreva uma sentença matemática para cada solução.
4) Acabamos de criar a família da peça marrom. Crie a família para cada peça que seja maior ou igual a vermelha.
5) É possível criar a família do 11? Como seria?
6) Forme as famílias do 12, 13,... até o 20.

Multiplicação1) Duas peças vermelhas são do tamanho de que peça? Que relação tem este fato com a sentença: 2x2 = 4?
2) Três peças vermelhas são do tamanho de que peça? Que relação tem este fato com a sentença: 3x2 = 6?
3) Quatro peças vermelhas são do tamanho de que peças? E cinco?
4) Quanto dá 6x2? Que peças você usou?
5) Determine todos os produtos que podemos obter com as peças. Não deixe de registrá-los.
6) Quatro peças verdes claros são iguais a quantas peças lilás?

Tangram

Tangram é um quebra-cabeça originário da China e seu autor é desconhecido.
É formado por 05 triângulos, 01 paralelogramo e 01 quadrado (que juntos formam um novo quadrado).
Esse jogo é utilizado nas escolas para atrair o interesse das crianças pela Geometria e pela Matemática.
O quebra-cabeça consiste num primeiro momento, em permitir à criança a construção de formas geométricas, figuras humanas ou de animais, fazendo uso de todas as peças.
Num estágio mais avançado, pode ser utilizado em exercícios de cálculo da área de figuras; capacitar os alunos à definição de ângulos com o uso do transferidor, ou propor cálculo de perímetros e outros problemas matemáticos.
O Tangram pode ser feito a partir de madeira, cartolina, materiais plásticos, papel cartão ou E.V.A.


Artigo: A matemática e a experiência concreta
Autora: Cristiane Carminati Maricato
Livro:Dificuldades de aprendizagem,detecção e estratégias de ajuda.
Autoras:Ana Maria Salgado (Psicóloga)
Nora Espinosa Terán (Psicóloga)

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA X INSTITUCIONAL :QUAL É A DIFERENÇA

Ouvimos muito falar sobre a Psicopedagogia, mas sempre fazemos relação com o atendimento clínico. A verdade é que os cursos de Psicopedagogia formam profissionais aptos para trabalhar tanto na área clínica como na institucional; no caso desta última, trata-se de instituições escolar, hospitalar e empresarial.

Existe alguma diferença na atuação do profissional clínico e institucional, ou é apenas uma questão de ambientes diferentes?Existe sim. O Psicopedagogo clínico trabalha em consultório atendendo crianças, jovens ou adultos, com dificuldades de aprendizagem, tendo a parceria de outros profissionais (Pediatra, Neuropediatra, Fonoaudiólogo, Psicólogo, Psicomotricista, dentre outros) para o caso de haver necessidade de encaminhamento. Neste caso, o profissional atua em uma linha terapêutica, onde diagnostica, desenvolve técnicas remediativas, orienta pais e professores de forma que seu trabalho seja integrado e não individual.
Já o Psicopedagogo institucional dá assistência aos professores e a outros profissionais da instituição escolar para melhoria das condições do processo de ensino-aprendizagem, assim como para prevenção dos problemas de aprendizagem. Utilizando de técnicas e métodos próprios, possibilita a intervenção Psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar procura construir um espaço adequado às condições de aprendizagem e consequentemente evitando comprometimentos.
Dentre suas atribuições destacam-se:

PARTICIPAÇÃO NA DINÂMICA DAS RELAÇÕES DA COMUNIDADE EDUCATIVA A FIM DE FAVORECER O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO E TROCA.


ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS DE ACORDO COM AS CARACTERÍSTICAS DOS INDIVÍDUOS E GRUPOS.

REALIZAÇÃO DO PROCESSO DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL, VOCACIONAL E OCUPACIONAL, TANTO NA FORMA INDIVIDUAL QUANTO EM GRUPO.


CONTRIBUIÇÃO COM AS RELAÇÕES, VISANDO À MELHORIA DA QUALIDADE DAS RELAÇÕES INTER E INTRAPESSOAIS DOS INDIVÍDUOS DE TODA A COMUNIDADE ESCOLAR.


DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS SOCIO-EDUCATIVOS, A FIM DE RESGATAR VALORES E AUTOCONHECIMENTO.

DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PREVENTIVAS, DETECTANDO POSSÍVEIS PERTUBAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM.

Existe alguma semelhança na atuação do profissional clínico e institucional?É claro que existe. Independentemente da área de atuação, o profissional precisa conhecer e compreender como se dá o processo de construção do conhecimento, assim como conhecer as dificuldades de aprendizagem e possíveis formas de intervenção.
Precisa saber até onde pode ajudar e o momento certo para fazer o encaminhamento. Seu trabalho nunca é individual; deve buscar constante aprimoramento.

ALFABETIZAÇÃO FÔNICA


lfabetização fônica e apesar de ser um processo mais lento é muito mais eficaz, uma vez que a criança aprendendo a distinguir os fonemas dificilmente apresentará dificuldades no processo de alfabetização.
Recentemente fiz um curso sobre consciência fonológica, já havia feito outro há alguns anos, e mais uma vez fiquei encantada. Com certeza este método não somente deve ser utilizado em sala de aula, mas como forma de intervenção para crianças que apresentam dificuldades na lectoescrita.
Trabalhando de forma lúdica e sistemática o método constrói uma aprendizagem sólida e progressiva, elevando a auto-estima e proporcionando prazer ao descobrir esse mundo.
Seguem algumas atividades que acredito serem muito úteis na clínica Psicopedagógica.