Cada palavra ou frase que escrevemos ou ouvimos nos traz lembranças a elas relacionadas de forma contínua. Nosso cérebro faz relações com imagens e ilustrações, onde cada indivíduo tem sua interpretação. Pensando nisso uma ferramenta que pode ser utilizada como estratégia de mediação para o desenvolvimento das funções superiores é o mapa mental.
O mapa mental como nova possibilidade de registrar o conhecimento, pode contribuir com o desenvolvimento das funções psíquicas superiores; pois ao registrar o conhecimento utilizando este artifício, o individuo integra os hemisférios cerebrais, foca a sua atenção, organiza conceitos por categoria, desenvolve a lógica formal, entende o sentido de classificar, comparar e seriar e amplia o campo de percepção.
A ideia essencial é procurar lembrar tudo o que sua mente pensa em torno da idéia central. O cérebro de cada pessoa é muito específico.
O número de associações que nosso cérebro pode fazer é ilimitado. Essas conexões dependem de nossas experiências pessoais e de nossos conhecimentos prévios, variando, portanto, de pessoa para pessoa. Infinitas conexões podem ser feitas com uma simples palavra e sua tendência é fazer uma associação mais criativa do que uma associação baseada em memorização.
Assim, nasce o conceito de palavra-chave para memorização: é aquela palavra que força a mente na direção certa, dando-lhe a possibilidade de recriar uma informação no sentido desejado. Ou seja, uma palavra-chave, uma vez mencionada, traz consigo uma série de imagens especiais.
O Mapa Mental é útil na hora do estudo porque reduz, simplifica e seleciona as informações mais relevantes do assunto que está sendo estudado. A natureza aberta do mapa ajuda o cérebro a fazer novas associações mais rapidamente, as conexões entre os conceitos-chave são muito mais imediatas e, conseqüentemente, a criatividade torna-se muito mais fluente. O mapa torna a memorização mais efetiva do que se tivéssemos listas lineares de informações para decodificar e associar.
O especialista sobre o uso do cérebro, Tony Buzan, mostra, por meio de pesquisas nesse tipo de anotação, que 90% das palavras são desnecessárias para efeito de memorização, portanto, a melhor forma de memorizar, reviver a experiência de aprendizagem e aproveitar as oportunidades para adquirir um conhecimento permanente é através das imagens. O padrão visual, apoiado por cores, figuras e setas, torna mais fácil para o cérebro retomar à situação na qual o mapa foi criado.
Dicas para fazer um mapa mental
1- Use um caderno sem pauta, de preferência bem grande. Use lápis ou canetas coloridas. As cores estimulam sua imaginação e dão uma melhor visão do todo. Comece no meio do papel com uma imagem colorida. Uma imagem vale por mil palavras, encoraja pensamentos criativos e aumenta a memória.
2- Faça ramificações e escreva nelas palavras-chave referentes ao assunto.
3- Evite escrever várias palavras na mesma ramificação. As palavras devem ser unidades, assim cada uma fica livre para você pendurar nela tantos outros conceitos quantos forem necessários.
4- Desenhe caixinhas para as coisas que considerar mais importantes. Lembre-se que você está fazendo um desenho, e não escrevendo um texto. Desenhe setas para mostrar a relação entre as ramificações que ficam em partes diferentes do mapa.
5- Como sua mente gera idéias muito rapidamente, sem pausas, não se preocupe com a organização. Isto ficará para o final do exercício.
6- Depois de anotar tudo que vier à sua mente, faça a edição do seu Mapa Mental. Uma das formas é traçar círculos ou "nuvens" sobre as atividades afins, de preferência usando cores diferentes para cada área.
7- Acrescente números para dar a ordem de importância ou para indicar uma ordem adequada, uma seqüência nas suas anotações.
8- Faça tantas edições quantas forem necessárias para ter um Mapa Mental completo e que ajude você ao máximo a alcançar o seu objetivo.
Uma vez editado seu mapa, você terá uma representação reduzida com as informações mais relevantes e de forma mais abstrata. Será mais fácil a memorização daquele assunto mapeado. Agindo assim, aos poucos você aprende a enxergar a essência do assunto e a refinar conceitos. Achando idéias e conceitos-chave em tudo o que for estudar, seu estudo fluirá melhor.
Esta também é uma ótima estratégia na Clinica Psicopedagógica. Segue abaixo um modelo para orientá-los melhor.
Fonte: Revista do Psicopedagogo, ano 1, volume 1