quarta-feira, 6 de maio de 2015


Leitura!Formas diferentes!


Orientação para leitura de textos  (2o.  ao  5o.  ANO)

Nas atividades de leitura e compreensão de textos, é preciso estar atento para dois tipos fundamentais de atividades: as que tematizam o processo de leitura e as que buscam o produto do processo de leitura e compreensão do texto.


No primeiro caso, é necessário que a ativação de conhecimentos prévios aconteça. Nos dois casos, é preciso que as questões apresentadas para o desenvolvimento da atividade (estratégias de leitura) não estejam apenas relacionadas à localização de informações no texto, mas que permitam a realização de antecipações e inferências, seguidas de verificação das mesmas.

Dessa forma, antes de propor a leitura de um texto, é preciso ter uma conversa com os alunos, para levantar os conhecimentos que eles já têm sobre o assunto. Esse levantamento possibilita uma leitura mais fácil e aprofundada do texto.
A partir da leitura do título do texto e da articulação dessa informação com outras como autoria, fonte e características do gênero, é importante solicitar aos alunos que realizem antecipações do que irão encontrar no texto. Por exemplo:
Considerando que o título do texto é “A Princesa e as Ervilhas”, que tipo de assunto você acha que o texto abordará?

Você acha que será uma história, uma notícia, um poema...?

Sabendo que quem o escreveu foi o mesmo autor de “Chapeuzinho Vermelho”, você mantém suas respostas anteriores ou as modifica? Por quê?

E sabendo que ela foi publicada em um livro cujo título é “Um Tesouro de Contos de Fadas”, que hipóteses levantadas até agora você mantém?

Durante a leitura, é preciso que sejam explicitados as pistas e os procedimentos utilizados pelos diferentes leitores (os alunos) que possibilitaram determinadas compreensões. Para tanto, é importante que sejam feitas questões ao longo da leitura para propiciar inferências e antecipações, assim como a verificação das mesmas a partir de pistas linguísticas. Por exemplo:

Você acha que a Chapeuzinho Vermelho irá seguir o caminho da floresta ou o caminho do rio? Por quê?

Você acha que o lobo irá conseguir realizar o seu intento? Por quê?

Por que esse fato - o da proibição da utilização das rocas em todo o reino (em “A Bela Adormecida”) - foi mencionado agora, logo no começo da história?

Será que o príncipe irá encontrar a princesa? Por quê? O que faz você pensar assim?

No que se refere ao produto do processo de leitura e compreensão do texto, as questões devem estimular os alunos a realizarem inferências e reconstrução de informações de trechos do texto e não apenas a localização de informações. Por exemplo:

Quais fadas estiveram no batizado/nascimento da Bela Adormecida?

De que animal o caçador retirou o coração para enganar a rainha (em “Branca de Neve”)?

Inferência: que sentido faz descobrir que a princesa identifica um grão de ervilha colocado embaixo dos colchões (em “A Princesa e a Ervilha”)?

Reconstrução de informações: por que o lobo conseguiu chegar à casa da vovó antes de Chapeuzinho?

Esses tipos de questões e estratégias de leitura podem levar à compreensão efetiva do texto.

Texto original: Kátia Lomba Bräkling 
Edição: Equipe EducaRede

Leitura - Importância e Estratégias

A leitura é uma atividade cognitiva que implica o envolvimento do sujeito na busca e compreensão de significados. 


O ato de ler vai além da simples decodificação de signos. 


A decodificação é apenas um procedimento para a leitura. Portanto, ler refere-se à construção de significados, à interpretação do que está sendo sugerido explícita e implicitamente às relações estabelecidas com outros textos já lidos. Diante disso, faz-se necessário a interação das informações textuais com as informações que o leitor já possui, considerando as experiências e leituras anteriores. 

Kramer (1998, p. 61), enfatiza que:

[...] alfabetização é um processo de representação que envolve substituições gradativas (ler um objeto, uma figura ou desenho, uma palavra) onde o objetivo primordial é apreensão e compreensão do mundo, desde o que está mais próxima a criança, ao que está mais distante, visando à comunicação, a aquisição do conhecimento, a troca [...]



A prática da leitura deve privilegiar as situações em que o aluno tenha acesso às diferentes modalidades textuais, tais como (textos informativos, poéticos, publicitários, lúdicos, instrucionais...), compreendendo a função a que se destina e o que o constitui. Portanto o texto deve ser explorado nas suas diversas finalidades para o prazer de ler, para a busca de informações e para sistematização dos aspectos estruturais da língua. 




Segundo (KATO, 1986):

Sabemos que nos atos de leitura estão sempre presentes dois elementos observáveis; a pessoa que lê e o objeto que está sendo lido. A presença dos dois, entretanto, não basta para assegurar que um ato de leitura esteja sendo efetivado. É necessário que a pessoa atue de determinada maneira sobre o objeto para que sinais externos de realização do ato sejam captados como intensificadores do processo de leitura. Além de interpretar os índices da ação de ler, é também necessário que o objeto com o qual o leitor interage seja intensificado como algo que pode ser lido ou algo que serve para ler. 


É imprescindível enxergar com novos olhos o universo mágico e encantador da leitura em sala de aula e, conseqüentemente, entendendo-se toda a prática cotidiana do aluno.

Embasada nessa concepção, destaco que à análise e o questionamento no ato de ler é algo de vital importância no processo de alfabetização, pois possibilita e viabiliza o aluno, o acesso às leituras condizentes com o seu meio e com todas as suas diferenças. A partir desse processo decorrerá à devolução das linhagens ao educando, que muitas vezes, se rebela e resiste a receber conteúdos aplicados em sala de aula, pois o mesmo não consegue ver sentido em sua vivência prática. Portanto, a prática da leitura deve ser mostrada com prazer e alegria, e não como via pura e simplesmente obrigatória de conteúdos frios e distantes do contexto em que o educando está inserido. 




DESENVOLVER a LEITURA COM ESTRATÉGIAS:



Atividades que envolvam a leitura de uma gravura, abordando os seguintes aspectos.

-O que sentem ao olhar para a gravura?

- Que cores identificaram?
- Que formas aparecem mais?
- As linhas são retas ou curvas?
- É uma passagem? Está longe ou perto?
- Que nome daria a essa gravura?
- Você gostou da gravura? Por quê? 

Atividades com pesquisa de letras e palavras e panfletos, rótulos, propagandas e embalagens.
- Roda de leitura;
- Construção de textos por meio do alfabeto, revistas, jornais e cruzadinhas; 

Atividades lúdicas com jogos.
- Dominó de figuras e palavras;
- Cruzadinhas;
- Caça-palavras;
- Bingo de figuras e palavras;

 Mini-oficinas pedagógicas com os seguintes temas:

- Construção de jogos educativos;

- Roda de leitura;

- Modelagem de letras e palavras com jornais e massa de modelar;
- Adivinhas e construção de poesias.

Mais Dicas:
Para favorecer as práticas de leitura, algumas condições são consideradas essenciais. São elas:

-Dispor de um acervo em sala com livros e outros materiais, como histórias em quadrinhos, revistas, enciclopédias, jornais etc., classificados e organizados com a ajuda das crianças;

-Organizar momentos de leitura livre nos quais o professor também leia para si. Para as crianças é fundamental ter o professor como um bom modelo. O professor que lê histórias, que tem boa e prazerosa relação com a leitura e gosta verdadeiramente de ler, tem um papel fundamental: o de modelo para as crianças;

-Possibilitar às crianças a escolha de suas leituras e o contato com os livros, de forma a que possam manuseá-los, por exemplo, nos momentos de atividades diversificadas;

-Possibilitar regularmente às crianças o empréstimo de livros para levarem para casa. Bons textos podem ter o poder de provocar momentos de leitura em casa, junto com os familiares.


Uma prática constante de leitura deve considerar a qualidade literária dos textos. A oferta de textos supostamente mais fáceis e curtos, para crianças pequenas, pode resultar em um empobrecimento de possibilidades de acesso à boa literatura.

Referências bibliográficas:


CAGLIARI, L. C. Alfabetizando sem o Bá-Bé-Bi-Bó-Bu. São Paulo: Scipione, 1998.



______. Alfabetização & Lingüística. 10. Ed., São Paulo: Scipione, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. 2. Ed., Rio de Janeiro: 2000.

FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. 16.ed., São Paulo: Cortez, Autores
Associados, 1990. 

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