segunda-feira, 16 de maio de 2016

LIÇÃO DE VIDA



Lição de Vida

         Foi um dia de tristeza e solidão que o menino aprendeu o que era o amor. Vivia tão só, sem família nem parentes e buscava o alento de um teto. Nem amigos, nem roupinhas, nem escola, nem brinquedos ele tinha. Crescia jogado como um cãozinho: um dia aqui outro ali.
         De manhã circulava pelas ruas pedindo o que comer. À tarde, sentado na praça ou nas calçadas, deixava o tempo correr. Passeava, olhava as vitrines na sua cidade, olhava as pessoas que passavam tão bonitas em todos os locais.
         De noite o menininho se acomodava embaixo de um viaduto, ou sob uma escada qualquer e dormia. Se fazia calor, tudo bem. Se chovia ou fazia frio, se encolhia como um bichinho e dormia, sem teto e sem cobertor.
         Papéis velhos e jornais, os usava para se enrolar. Mas muitas vezes, sentava bem quietinho e ficava olhando as gravuras e letrinhas, que achava tão lindas, mas não sabia o significado.
         Rolando de rua em rua, de cidade em cidade, o pequenino crescia solto, sem lei e sem amor. Quando achava algo de bom ou ganhava o que comer, não guardava, pois tantas vezes já havia sido vítima de assalto de outros, que lhe batiam e roubavam. Quando isso ocorria, chorava sozinho, sem no entanto maldizer o coitado, pois sabia que aquele também sentia fome, frio e dor, como ele.
         Tão pequeno e franzino, um dia o menininho bateu à porta correta. Velhinha já, Dona Artêmia abriu o portão grande para alcançar-lhe um pedaço de pão. Condoída com a situação do pequeno, a velhinha o chamou para a casa. Deu-lhe roupa, comida e atenção. Deu uma cama, um teto e educação. E com tanto amor, o pequeno foi crescendo e nunca mais ficou só.
         Um dia Dona Artêmia se foi, anjo de bondade que era, morar mais perto de Deus. E o menino que já era crescido, herdou dela a casa, alguns bens, e um grande amor no coração. Moço crescido, estudou e se formou. Inteligente aprendeu a ser um bom médico e um dia também se casou. Mas o dinheiro, o poder e a ambição não subiram a cabeça do pequeno que não quis mais saber de solidão. Um dia abriu as portas de sua casa e deu seu coração. Lembrando sua “mãe Artêmia”, ele acolheu tantas crianças, que o encheram de amor. E cada vez que outro lhe batia à porta, uma lágrima escorria dos seus olhos e logo estendia a mão.
         O pequeno menino entendeu a lição da vida. O amor é para ser repartido, doado para todos que nos rodeiam. E não há maior recompensa na vida de alguém, do que receber o amor, mesmo que venha de um molequinho sujo, que passe fome e frio morando na rua.
         Este ano, de novo o Natal vai chegar. E duvido encontrar uma pessoa mais feliz que aquele menininho, pois ele continua lá, com sua esposa, morando na casa de Dona Artêmia com muitas crianças. E por certo, Papai Noel vai lhe dar outros presentes  de amor este ano, quando mais uma mãozinha magra e suja bater à sua porta pedindo alento.

Referencias
FERREIRA, Marielise. A hora da Escola: jogos atividades pedagógicas para aprender brincando. Erechim- RS: EDELBRA, v IV

ATIVIDADE

O professor escreve no quadro, no sentido vertical, uma palavra que tenha relação com o texto, como FRATERNIDADE. Cada aluno então cita uma palavra que tenha relação com esta, e que inicia com a letra onde a palavra será encaixada. Numa segunda etapa os alunos selecionam as melhores palavras, que serão usadas para um texto. As palavras que destoarem, ou fugirem do tema proposto serão eliminadas ou mesmo modificadas conforme a vontade dos alunos.

Ex:
Alegria
M ...
O ...
Respeito

CRIAÇÃO


         A partir das palavras selecionadas será construído no quadro um texto cooperativo. As crianças participarão criando e modificando o texto até que esteja pronto. O texto deverá obedecer ao tema proposto através da palavra escrita na vertical.

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