terça-feira, 14 de julho de 2015

O LADO DIREITO DO CÉREBRO E SUA EXPLORAÇÃO EM AULA, DE CELSO ANTUNES.

Ao longo dos séculos, pessoas decidiram pesquisar sobre o cérebro e uma delas foi Celso Antunes. Contudo, somente no século XX foi possível realizar uma pesquisa mais profunda e rica em informações. Desde muito tempo, fazia-se uso do ECG (Eletroencefalograma) para pesquisas, porém, com os avanços tecnológicos e científicos, surgiram novidades que possibilitaram um salto nos estudos cerebral.

Um dos avanços alcançados foi à técnica PTE (Pósitron Emission Tomography) onde pode observar a movimentação do cérebro. Isso torna possível observar os aspectos de uma pessoa em variadas atividades. Outro avanço foi o MRI (Magnetic Resonance Imaging), técnica que possibilita medir a intensidade do cérebro em diversas atividades.
Através destes estudos, é possível à medicina, descobrir o que estar por trás de algumas “doenças” tais como: amnésia, prosopnosia (incapacidade de reconhecimento de rostos), alcuculia (impossibilidade de realizar operações matemáticas), dentre outras disfunções.
Com isso, possibilita desvendar mitos e segredos sobre aprendizagem, afinal, é no cérebro que está a essência de tal instrumento. Educar não é apenas entrar numa sala de aula e discorrer sobre determinado assunto. Ensinar é estimular o ser, e isso é possível através do raciocínio, ou seja, através da mente humana.
Mas, afinal de contas, o que é o cérebro e como ele é formado?
O cérebro é semelhante a uma noz e também é composto por duas metades, que são distinguidos como hemisfério esquerdo e direito. A partir daí é que vem a parte curiosa. O hemisfério esquerdo é responsável por controlar estímulos pertencentes ao lado direito do corpo, enquanto o direito responsabiliza-se pelo lado esquerdo.
Cada hemisfério está subdividido em quatro partes: lobo frontal localizado na parte da frente, lobo parietal localizado na parte de cima, lobo occipital localizado na parte traseira e lobo temporal localizado na parte de baixo.
Estudos realizados anteriormente fizeram saber que aproximadamente 98% das pessoas utilizam-se mais habilidades do hemisfério cerebral esquerdo e isso fez imaginar-se que o hemisfério em questão seria o hemisfério principal (dominante). Contudo, através de estudos realizados por volta dos anos 1950, foi percebido que os dois hemisférios independiam um do outro para funcionar.
O hemisfério direito que é tido como “tolo e mudo”, despertou a curiosidade para algo novo. Observou-se na educação, que cada parte do cérebro trabalha de maneira diferenciada; o esquerdo é verbal e analítico, enquanto o direito é rápido, complexo, espacial, perceptivo e configuracional.
Sendo assim, é necessário e indispensável que em sala de aula, se exercite os dois lados através de estímulos específicos.
Contudo, devido ao enraizamento cultural, é complexo exercitar a parte direita uma vez que a esquerda é a mais destacada; o hemisfério esquerdo está diretamente ligado a uma busca a precisão e a meticulosidade, já o direito, destinam-se às informações obtidas liberalmente, sem a prévia importância de apurar os meios.
Porém, mesmo trabalhando independentemente, ambos recorrem um ao outro quando a atividade torna-se complexa. Salienta-se que se utilizam os dois hemisférios para práticas rotineiras, como dar aulas. Enquanto um projeta, o outro ratifica. Atividades desempenhadas pelo esquerdo: conversas, escritas, organização, cálculos; observar cenas e figuras, emoção através de músicas, crenças independente da realidade, são atribuições do hemisfério direito.
É através do hemisfério direito que também percebemos aspectos emotivos na linguagem. Tal atitude é possível visualizar através de equipamentos de monitoração cerebral, onde é notório o aumento do fluxo sanguíneo na parte direita. Observa-se medicamente, que pessoas com lesões no hemisfério direito, não desempenham suas funções corretamente na parte esquerda do corpo. Um exemplo disso é a depilação unilateral. Isso ocorre porque os danos destroem informações vindas da esquerda, destruindo a parte cerebral responsável pela compreensão espacial.
Estudos comprovam que quanto maior o uso da mente, e por um maior espaço de tempo de maneira saudável, é possível conservá-la até longas idades. Tal descoberta despertou o interesse dos pesquisadores a instruírem quanto a inserção de atividades para exercício cerebral. O cérebro necessita de estímulos; até que ponto isso pode surtir um efeito positivo quanto a conservação juvenil cerebral?
Tal comprovação vem através da produção de neurotrofinas, que são moléculas que estimulam o crescimento e reação, oriundas das células nervosas a partir do momento que são excitadas.
Surgem com isso, os exercícios neuróbicos; exercícios físicos aeróbicos fundidos à palavra neurônios. São práticas diárias, correlacionadas aos estímulos do hemisfério direito; surge a mudança de hábitos, onde usa-se a outra mão para desempenhar funções como: abrir portas e usar relógio, usar palitinhos orientais às refeições, redigir frases curtas para reduzir as complexas, escrever e jogar futebol, escovar os dentes e pentear os cabelos, treinar a sensibilidade olfativa, bem como o paladar...
Muitos jogos neuróbicos podem ser exercitados em sala de aula, destacam-se 12 na teoria de Celso Antunes. Alguns serão descritos abaixo:
Jogo do telefone:
É uma estratégia pedagógica e pode substituir uma aula e pode também ser aplicada em qualquer disciplina. É uma atividade verbal, contudo, exige uma percepção textual pelo fato de alocar informações com o intuito de formar um todo e também por exigir uma intuição. Consiste em distribuir grupos de 3 a 5 alunos, onde terão que simular um diálogo ao telefone sobre o tema trabalhado. Porém, terão apenas uma fala, tendo assim, que criar outra fala lógica para formar o diálogo. A palavra chave será coerência.
Jogo de Palavras:
Semelhantemente ao Jogo do telefone, este jogo também apresenta uma vasta utilização entre qualquer turma e/ou faixa etária. Consiste em elaborar de 1 a 3 sentenças altamente significativas embasadas no tema abordado. Descartam-se frases pouco desafiadoras, habitualmente usadas em sala de aula. Após a escolha da sentença, escreve cada palavra em uma folha diferente, mistura e entrega a cada grupo, juntamente com uma folha em branco onde colocarão o nome de cada participante e a mensagem após organizá-la. Esta atividade pode também ser apresentada através de uma equação numérica onde teria um resultado e nos papeis teriam números possíveis para chegar ao resultado.
Jogo Agitação:
Os grupos farão perguntas da disciplina estudada e após feitas, dobrarão e colocarão num envelope onde será sorteada uma pergunta e escolhido um aluno para responder esta pergunta.
Jogo Dupla-quarteto:
Duplas irão debater umas com as outras (escolhidas pelo professor) um determinado assunto proposto pelo professor. Após o debate (3 min), formarão quartetos para que cheguem a uma conclusão mais elaborada.
Jogo Cliber:
Reunidos em grupos de seis, os alunos terão um tempo para apresentar um significado para um tema escolhido previamente, contudo, não poderão usar palavras chaves. Ex.: Falar sobre carro sem citar motor, rodas..
Jogo acusação-defesa:
O professor irá apresentar uma idéia sobre o tema trabalhado que possibilite criticas e opiniões divergentes.
Jogo dos agrupamentos:
Algumas palavras serão escritas em folhas ou num quadro pelo professor e os alunos terão que criar sentenças lógicas com estas palavras.
Brainstorming
Consiste em exercitar a mente da criança para elaboração de idéias sobre determinado tema proposto pelo professor. Contudo, regras regem oBrainstorming, são elas:
  • Não pode julgar colegas e suas idéias;
  • Não existe autocrítica;
  • Melhor errar e participar do que não participar;
  • Quanto mais idéias, melhor para a brincadeira;
  • É permitido melhorar as exposições dos outros colegas;
  • É preciso ser rápido e direto na hora de falar.
É indispensável ao professor, observar cada aluno em sua sala e tratá-lo de maneira diferenciada, pois cada uma tem um tipo de dificuldade diferente do outro. Através de jogos como os acima citados, o professor passa a despertar na criança o interesse e o exercício do pensar.
Cada aluno é um ser especial e merece toda a atenção que o professor pode dar. Às vezes, vale mais aplicar um jogo neuróbico a expor a criança a atividades que muitas vezes não a estimula a aprender, a interagir, a pensar.

Fonte
ANTUNES, Celso. O lado direito do cérebro e sua exploração em aula. 2ª Ed. Petrópolis: Vozes,2001.



CELSO ANTUNES
DADOS PESSOAIS:

                CELSO ANTUNES
                NASCIDO EM SÃO PAULO, 1937

FORMAÇÃO:

·         BACHARELATO E LICENCIATURA: GEOGRAFIA, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 1962
·         ESPECIALISTA EM INTELIGÊNCIA E COGNIÇÃO, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 1968
·         MESTRE EM CIÊNCIAS HUMANAS, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 1969

ATUAÇÃO:

·       MEMBRO DA ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL PELOS DIREITOS DA CRIANÇA BRINCAR (UNESCO)
·       EMBAJADOR DE LA EDUCACION – ORGANIZACIÓN DE ESTADOS AMERICANOS
·       EXÉRCITO BRASILEIRO – COLABORADOR EMÉRITO
·    SÓCIO FUNDADOR DO TODOS PELA EDUCAÇÃO - Sociedade Civil que reúne lideranças sociais, representantes da iniciativa privada e 

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