quarta-feira, 29 de abril de 2015

HISTÓRIAS COM REPETIÇÕES

HISTÓRIAS COM REPETIÇÕES



Por que ler histórias com repetição?

   Ouvir histórias é uma atividade presente em nossa cultura. Sabemos que as crianças podem desenvolver o gosto de ouvir e ler histórias, e este é um dos maiores desafios da escola. Mas, para que isso aconteça, é preciso ler sempre para as crianças; se possível, todos os dias. Bom mesmo é que o momento da leitura ganhe um lugar na rotina da sala, de modo que elas saibam se antecipar: “Agora é hora da leitura!”
   Em geral, quando se fala em leitura de histórias para crianças, a primeira ideia que vem à cabeça é de que elas não têm a concentração necessária para ouvi-las. No entanto, ao se repetir três vezes essa atividade em sala, o que se percebe é justamente o inverso: as crianças adoram, se encantam, prestam atenção e, o mais importante, aprendem muito.
   Não é tão complicado transformar a leitura numa aliada do ensino. Basta um cuidado especial, com alguns detalhes que muitas vezes passam despercebidos. Um bom caminho é partir da seleção de textos que estejam de acordo com o momento em que as crianças se encontram, trabalhando, por exemplo, com histórias com repetição.
As histórias com repetição
   Crianças pequenas aprendem sobre a vida por meio da repetição e gostam de rever e refazer caminhos, gestos, descobertas. Com a linguagem, não é diferente. As histórias com repetição oferecem às crianças a possibilidade de imaginar acontecimentos, que ocorrem de forma muito parecida, diversas vezes em uma mesma narrativa.
   Por meio desse movimento repetitivo da estrutura do texto, as crianças têm a oportunidade de compreender melhor a narrativa e de se apropriar de seu texto, chegando, muitas vezes, a realizar leituras autônomas dessas histórias.
   Portanto, deve haver lugar no dia a dia das crianças para que elas ouçam histórias com repetição. É um bom momento para fazê-las aprender mais sobre a nossa língua.
   O segredo está nos textos escolhidos e na maneira de conduzir o trabalho. Aqui você encontrará  sugestões para incluir as crianças de seu grupo no mundo da linguagem escrita.
Cuidados com a apresentação e a leitura do livro
   Alguns cuidados também podem ser tomados no sentido de garantir um lugar especial para a leitura.
   A apresentação de um livro às crianças deve ser pensada e planejada com muito cuidado para que elas possam conhecer não somente aquilo que está dentro do livro, sua história, mas também aquilo que está fora do livro, as informações que o caracterizam e que podem alimentar a escuta da narrativa. Assim, aos poucos, podemos dar pistas importantes para que elas entrem de maneira positiva no universo da cultura escrita.

Variar as situações de leitura também é algo a ser planejado: na leitura diária realizada pelo professor, é possível fazer com que as crianças participem ativamente, falando algumas partes do texto que sabem de memória, como os  diálogos, por exemplo. A leitura deve se configurar como um ato bem distinto do de contar histórias.
   Na leitura, reproduz-se o texto tal como está escrito, enquanto, ao contar histórias, é possível falar de um jeito diferente sobre um conteúdo que já foi memorizado. São situações diferentes  que proporcionam aprendizagens diversas.

   Precisamos também criar condições para que as crianças “entrem” no texto e saboreiem a maneira como ele foi escrito. Claro que de acordo com os limites delas. É importante ainda dar voz às crianças e ter ouvidos para escutá-las. É com base nesse tipo de troca que formaremos pessoas seguras, capazes de defender seus pontos de vista e de se tornar verdadeiros leitores.

Sugestão de Livros:

Bruxa, Bruxa, venha à minha festa
De Arden Druce, ilustrado por Pat Ludlow
São Paulo: Brinque-Book Editora, 1995
*ver sugestão de atividades na aba ATIVIDADES
O rei Bigodeira e sua banheira
De Audrey Wood, ilustrado por Don Wood
São Paulo: Editora Ática, 2006

Quer brincar de pique-esconde?
De Isabella e Angiolina, ilustrado por Glair Arruda
São Paulo: Editora FTD, 2006

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