quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

POEMA DE CORA CORALINA

Eu sou aquela mulher... Poema de Cora Coralina


Claude MonetCamille Monet and a Child in the Artist’s Garden in Argenteuil




Eu sou aquela mulher

Eu sou aquela mulher
a quem o tempo
muito ensinou.
Ensinou a amar a vida.
Não desistir da luta.
Recomeçar na derrota.
Renunciar a palavras e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos.
Ser otimista.

Creio numa força imanente
que vai ligando a família humana
numa corrente luminosa
de fraternidade universal.
Creio na solidariedade humana.
Creio na superação dos erros
e angústias do presente.

Acredito nos moços.
Exalto sua confiança,
generosidade e idealismo.
Creio nos milagres da ciência
e na descoberta de uma profilaxia
futura dos erros e violências
do presente.

Aprendi que mais vale lutar
do que recolher dinheiro fácil.
Antes acreditar do que duvidar.



Cora Coralina



Cora Coralina, pseudónimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás20 de agosto de1889 — Goiânia10 de abril de 1985) foi uma poetisa e contista brasileira. Considerada uma das principais escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), quando já tinha quase 76 anos de idade.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismosliterários, produziu uma obra poética rica em motivos do quotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.




Claude Monet - Still Life with Anemones, 1885


Claude Monet - The End of the Day, 1885


Claude Monet - Entrance to the port of Honfleur, 1870

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