domingo, 17 de maio de 2015

POESIA





BUQUÊ  DE  FLORES

(Maria Paraguassu)



Passeando pelo jardim
Vejo um universo de flores,
Belas, perfumadas, lindas!

Gostaria de ter, de todas,
Algumas para um buquê
Com um grande laço de fitas.

Tomaria este buquê e o ofertaria
A ela, minha encantadora
Namorada de olhos azuis.

Azuis como violetas viçosas,
Pele como botões de rosas
E vestida como lírios brancos.

Um perfil de mulher esbelta
E fina. Loura como girassóis
Que se estendem ao longo do campo.

Num perfume de diversas fragrâncias
Que o pôr-do-sol esconde,
                             Para mostrar ao nascer dos dias.




CARTAS  INSÓLITAS

(Maria Paraguassu)



Numa coluna de jornal
Escrevi meu desejo:
Encontrar alguém
Amável, compreensivo e bom.

Por carta, veio a resposta.
Após ler por muitas vezes,
Aceitei, através de outra carta,
O convite para conhecê-lo.

Jantamos, fomos ao cinema,
E começamos a namorar,
Passando a nos ver nos
Fins de semana, com hora marcada.

Depois de dois anos do
Primeiro encontro, escrevi para ele
Uma carta, terminando o namoro,
Pois descobri que não tínhamos nada em comum.

Ele respondeu-me, por carta,
Agradecendo os momentos que juntos passamos
E pelo tanto que havia sonhado
Que um dia, talvez, pudéssemos casar.

Hoje, escrevi novamente para
A coluna do jornal...




O  PIANISTA

(Maria Paraguassu)


O piano no canto da sala jaz calado,
Revelando a tristeza do artista
Que agora já não mais dedilha
Seu  teclado fiel e tão amado.

Tantas notas de músicas tocadas
Aplausos... Gritos... Quanta ironia!
Olhando as mãos já desgastadas,
Pela  velhice que lhe toma os dias...

Foi uma época áurea e de gloria,
Quando tocava com intensa harmonia
Acordes de belas sinfonias.

Na doença, na velhice, sua história
Traz hoje, saudade e nostalgia,
Enquanto outrora, era brilho e fantasia!
               FRAGMENTOS...



               FRAGMENTOS...

               (Maria Paraguassu)


             Nuvens perpassam o céu
             Em pequenos pedaços disformes.
           Às vezes tapam o sol,
               Às vezes deixam-no brilhar a descoberto...

            Assim são também meu pensamentos,
          Que céleres, vem e vão,
        Num ritmo descontrolado
           Em minha memória...

            Muitas vezes, demoram mais um pouco,
         Outras, passam rápidos
         Esgueirando-se entre a vontade
          De cantar e de chorar...

         São apenas fragmentos de passados
        Cujas vidas ainda me lembram,
     Do tanto e tanto,
          De outros dias que já vivi...

          Dias de sol e dias de chuva,
         Noites de sonhos e de pesadelos.
        Que me perturbam agora,
         Devorando meu pensar.

AVES  E  VOOS




AVES  E  VOOS

(Maria Paraguassu)


Subir! Voar! Ir aos céus...
Oh! Ilusão doce e gostosa...
Qual pássaro leve e volante,
Ir às nuvens, saltitante!

Às vezes, em sonhos,
Me vejo com asas brilhantes
A descer das alturas,
E pousar nas praias desertas.

Voar! Pode haver algo mais belo
Desgrudar da terra a alma,
E pousar sobre as estrelas
Na busca da infinita calma?

São assim que as aves voam.
Eu as vejo e as invejo,
No doce rendilhar de seu revôo,
A ir e vir dentro do meu sonho.


A  DOR  DA  SAUDADE
  
(Maria Paraguassu)

  
Meus olhos ainda te vêem nos sonhos.
Quando eu adormeço,
O amargo fel que sinto na boca,
É da falta dos teus beijos...

Já faz tanto tempo
Que não nos vemos mais...
E dói, ainda, no peito
Esta maldita saudade
Que corrói minhas entranhas,
E põe-me a chorar em prantos...

Aí acordo e lembro
De quando chegavas e me abraçavas.
E eu era levada pelo carinho
Dos teus braços...

Hoje, descubro-me só e cansada
De sofrer de amar, de chorar.
Nas recordações do passado,
Busco um alívio para esta saudade...
Mas só encontro ... mais saudade.
E como dói sofrer assim !

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