segunda-feira, 20 de abril de 2015
Escolas abandonam a tabuada e permitem o uso da calculadora por alunos.
Hoje, os alunos só precisam decorar os cálculos de multiplicação depois de compreender o significado dela
Reginaldo Abreu, coordenador da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) no Distrito Federal, explica que o mito da obrigatoriedade de se decorar a tabuada vem da geração anterior. “Havia uma época em que o aluno não só tinha que decorar a tabuada como também responder verbalmente na frente do professor”, relata. “Algumas pessoas conseguiam. Mas isso causava um trauma em outras que não tinham o mesmo rendimento”, observa. Hoje, muitas escolas nem usam mais o termo tabuada, que ganhou caráter pejorativo. O que permanece é o ensino do processo de multiplicação, que é um desafio, tanto nas escolas públicas quanto nas particulares.
“Se o professor consegue estabelecer a relação de que multiplicar nada mais é do que somar, isso fica banal e facilita o aprendizado”, destaca Reginaldo. Também não há a cobrança de que a questão seja respondida instantaneamente, pois esse é um processo que cada indivíduo constrói pessoalmente. “O objetivo é chegar ao resultado. Se ele souber multiplicar, seja somando, seja multiplicando, não importa. Na medida em que eu compreendo um processo, uso formas alternativas de chegar à resposta. A olimpíada é uma prova disso: o aluno desenvolve o próprio raciocínio, e cada um usa um processo diferente”, acrescenta.
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