quarta-feira, 6 de maio de 2015

Leitura Inicial na Alfabetização!


Decodificação na Fase Inicial de Alfabetização
O processo fundamental para aprender a ler


Para se aprender a ler, há três etapas muito importantes na alfabetização inicial: 
1) identificação de palavras como imagens;

2) identificação dos componentes fonológicos das palavras, ou seja, os seus sons (grafemas e seus fonemas); 

3) domínio da ortografia.


Como adultos, aprendemos a ler há muito tempo e não percebemos mais a importância do processo fundamental de aprender a ler (decodificar) um código escrito. Para nós, é automático transformarmos as letras “b” “o” “l” e “a” em som e palavra. O processo de decodificação em adultos que leem fluentemente é automático; assim, conseguimos decodificar as palavras tão rapidamente que nem percebemos mais este processo. Como leitores fluentes, acessamos o significado e todas as experiências que, no nosso cérebro, estão armazenados para, por exemplo, a palavra “bola.”


Mas antes de aprendermos a ler, e exercitarmos e desenvolvermos nossa compreensão de texto, precisamos aprender a identificar os sons que estão associados com cada letra do alfabeto, e as palavras que estas letras formam. É claro que o processo de leitura não é apenas decodificação. Precisamos desenvolver a leitura e a compreensão (por exemplo, o processo de indiferenciação, construção de ideias principais, entre outros). Quando a decodificação se torna automática, aí sim conseguimos ler histórias, entender livros e conteúdos. Mas imagina o que aconteceria se este processo de decodificar estas letras que estão nesta página fosse lento, mal desenvolvido? Você levaria muito tempo para ler o que está escrito aqui e, ao final, provavelmente nem se lembraria da maior parte do texto.

FILHOS E ALFABETIZAÇÃO!


As crianças estão sempre em contato com letras e números. No começo, elas não entendem o que esses símbolos significam e têm uma curiosidade natural.

Algumas até fingem que estão lendo ou fazendo contas, mesmo antes de irem para a escola. Em casa, se os adultos não derem aquela "ajudinha", as crianças podem ter mais dificuldades com o aprendizado.

"A semelhança entre as experiências vividas em casa e as requeridas na escola impacta o aprendizado. É notável a facilidade e o interesse apresentados por crianças cujos pais incentivam o hábito da leitura e promovem atividades educativas lúdicas com lápis e papel, incluindo letras", afirma a educadora Denise Magalhães Gomes, especialista em Metodologia de Ensino da Educação Infantil e Fundamentos da Alfabetização. "O papel da família nessa etapa é oferecer diversas opções divertidas, que promovam prazer durante o processo de aprendizado. Isso será fundamental para a memória emocional da criança", completa.

E não existe uma quantidade certa de tempo para brincar com elementos que facilitem aalfabetização. O importante mesmo é que, durante essas brincadeiras que farão parte dos momentos em família, os pais se dediquem de verdade aos filhos. "Não adianta ter a ‘hora’ da brincadeira se os pais não conversam com seus filhos, se não respondem às perguntas, se não oferecem diversos gêneros textuais para leitura informal em casa, como jornal, revista, livros de literatura infantil etc.", alerta a especialista.

Mas cuidado. Dar atenção não significa "pegar no pé" da criança, muito menos ser exigente demais. Afinal, é comum que ela tenha dificuldades de grafia, trocando ou "comendo" letras, invertendo sílabas, inventando novos traçados. Aí, é bom os pais conversarem com o professor do filho, para não passarem por cima da metodologia de aprendizado da escola. Caso não confiem na metodologia, o jeito é achar um colégio que tenha um que lhe pareça mais adequado.

É fundamental saber encarar a dificuldade do pequeno com tranquilidade. "Não devemos corrigir a grafia, mas, sim, mostrar um modelo de grafia correta. Ou escrevendo ao lado ou acima da palavra ou mostrando um impresso que contenha a palavra ou a letra que precisa ser ‘corrigida’", ensina Denise. Assim, a criança aprende com os próprios erros.

Confira algumas s dicas para criar em casa um ambiente que facilite a alfabetização de seu(a) filho(a):

- Ofereça livros para os bebês e mantenha esse hábito com publicações recomendadas para a idade da criança.

- Inclua livrarias e bibliotecas nos passeios da família.

- Existem livrarias que, aos finais de semana, promovem atividades de "contação" de histórias e teatro para as crianças e seus pais. Não só divertem a criança como também dão idéias aos pais para contarem histórias de outras formas.

- Mantenha em local acessível papel, lápis de cor ou giz de cera para a diversão das crianças.

- Folheie livros, revistas e jornais na presença de seu filho/a e compartilhe com ele/a esses momentos.

- Convide seu filho/a para conversar na cozinha, enquanto prepara o almoço, e peça à criança para pegar os alimentos de que você precisa: "pegue a lata de rótulo verde que comece com a letra M", por exemplo.

- Conte histórias para a criança. E peça para ela também contar histórias, manuseando livros e revistas.

- Leia em voz alta e passe o dedo das crianças nas palavras.

- Escreva bilhetes em letra bastão para as crianças.

- Monte um quadro/cartaz com as "tarefas do dia": acordar, lavar o rosto e as mãos, escovar os dentes, tomar café etc.

- Tenha um quadro magnético com letrinhas para estimular a criança a construir palavras e frases. Ela pode mudar as letras de lugar, conforme vai conversando com alguém alfabetizado, até chegar à forma convencional da palavra.

- Peça ajuda à criança na hora de escrever bilhetes simples e até a lista de supermercado.

- Coloque avisos pela casa, por exemplo: "não deixe a torneira pingando depois de lavar as mãos", "apague a luz quando sair do quarto", "não deixe a televisão ligada, quando acabar de ver seu desenho animado".

Cuidados para não exagerar:

- Não exija perfeição na escrita ou na leitura de seu filho. Errar faz parte do processo de construção do conhecimento.

- Letras bastão (A-B-C-...),são indicadas para a alfabetização de crianças, pois elas as veem em vários lugares.

- Utilize letras impressas - cartonadas, de PVC ou magnéticas - para estimular o aprendizado infantil.

- Faça de cada um desses momentos de interação divertidos e prazerosos para toda a família. As atividades devem ser prazerosas, não devem ser forçadas.

Alfabetização/Escola e Família

Muitas vezes o processo de alfabetização não acontece de uma maneira tranquila e natural. Quando isto ocorre e o tempo vai passando, a pressão sobre a criança torna-se um fator complicador. Os adultos, familiares, professores, e até amigos voltam sua atenção para a aquisição da leitura e da escrita, fazendo cobranças, comparações, muitas vezes com a melhor das intenções. Neste artigo procuro dar algumas dicas para os pais baseado na minha experiência. Sintam-se à vontade para comentar e acrescentar sugestões.

Em primeiro lugar gostaria de salientar que não há método ideal, o melhor método é aquele que o professor e a escola confiam e estão acostumados a trabalhar. Nem sempre este método está de acordo com as concepções de alfabetização dos pais, por isso uma boa conversa com a escola é o primeiro passo para acertar.
Em segundo lugar, acabar com a pressão. Não existe criança preguiçosa. A “preguiça” pode ser um sinal de dificuldade.
É importante lembrar que cabe aos professores o papel da alfabetização, eles são profissionais preparados para isto. 


Há muitas coisas que os pais podem fazer para ajudar, mas sem pressionar ou entrar em pânico.Entre elas:
Tornar o contato com a leitura e a escrita prazeroso, misterioso – ler para a criança, contar histórias, ler na frente das crianças (os pais que têm hábito de leitura têm mais chance de desenvolver o hábito de leitura nos filhos);
Disponibilizar material – comprar revistas, gibi, livros. É importante que tenham muitas gravuras e pouco texto. Com o tempo a criança se interessará pelo texto, mas é normal que o interesse inicie pelas figuras;
Estimular a leitura gestáltica – a leitura começa pela leitura da palavra como uma imagem, como um todo, pelas cores, tipo de letra, etc. As crianças desde pequenas fazem este tipo de leitura quando reconhecem o Mac Donald´s, a Coca-cola, etc. Estimular a leitura gestáltica favorece o contato com a língua escrita. Isto pode ser feito no supermercado, em casa, na rua, nos outdoors, etc, como uma brincadeira, lendo para ela os nomes e pedindo que ela “leia” também. Muitas vezes esta “leitura” se dará pelo uso do produto ou por uma “adivinhação”, mas é assim que começa.
Estimular o desenho, a pintura, o contato com diferentes materiais (não só na hora do dever de casa, mas como uma brincadeira em diferentes momentos) Sentar para desenhar junto e “brincar de escrever”.
Jogar jogos. Jogo da memória é excelente para ajudar na alfabetização. A criança identifica os iguais e os diferentes, a posição das peças, memoriza visualmente as peças, etc. Outros jogos: dominó, dama, quebra-cabeça, ludo.
O importante é sempre fazer de forma agradável e divertida, para que a criança goste de aprender, goste de ler, goste de escrever. Se for feito desta forma, vale qualquer coisa!
As dicas servem para crianças de todas as idades. Quanto mais cedo se começar menos marcada será a passagem do “não alfabetizado” para o “alfabetizado”, momento que é tão cobrado em nossa sociedade e por isso às vezes sofrido. Ao mesmo tempo, nunca é tarde para começar.
Na aventura de aprender de nossas crianças e jovens, pais e professores são a bússola para o caminho de descobertas e aprendizagens significativas e felizes.

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