sexta-feira, 20 de março de 2015

GÊNEROS TEXTUAIS

Primeiramente, vamos entender a diferença entre tipos textuais e gêneros textuais, muito cobrada no Enem. Muitas vezes não se faz distinção entre esses conceitos, mas eles são bem diferentes!
Analisemos o quadro a seguir, em que há uma coluna que explica “tipos textuais” e outra que explica “gêneros textuais”:
Tipos Textuais Gêneros Textuais
São definidos por propriedades linguísticas que vão caracterizar os gêneros: vocabulário, relações lógicas, tempos verbais, construções frasais, etc.São realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sociocomunicativas, ou seja, dentro de um contexto cultural e com função comunicativa. 
São eles: narração, argumentação, descrição, injunção (ordem) e exposição (que é o texto informativo).Abrangem um conjunto praticamente ilimitado de características determinadas pelo estilo do autor, conteúdo, composição e função.
Geralmente variam entre 5 e 9 tipos.Alguns exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, aula expositiva, romance, reunião de condomínio, lista de compras, conversa espontânea, cardápio, receita culinária, inquérito policial, blog, e-mail, etc. São infinitos!
Alguns exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, aula expositiva, romance, reunião de condomínio, lista de compras, conversa espontânea, cardápio, receita culinária, inquérito policial, blog, e-mail, etc. São infinitos!

DIÁRIO

Observe o trecho retirado do livro Diário de Anne Frank:
Domingo, 14 de junho de 1942
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.
Pouco depois das sete horas, fui ver papai e mamãe e, depois, fui à sala abrir meus presentes, e você foi o primeiro que vi, talvez um dos meus melhores presentes. Depois, em cima da mesa, havia um buquê de rosas, algumas peônias e um vaso de planta. De papai e mamãe ganhei uma blusa azul, um jogo, uma garrafa de suco de uva, que, na minha cabeça, deve ter gosto parecido com o do vinho (afinal de contas, o vinho é feito de uvas), um quebra-cabeça, um pote de creme para o corpo, 2,50 florins e um vale para dois livros. Também ganhei outro livro, Câmera obscura (mas Margot já tem, por isso troquei o meu por outro), um prato de biscoitos caseiros (feitos por mim, claro, já que me tornei especialista em biscoitos), montes de doces e uma torta de morangos, de mamãe. E uma carta da vó, que chegou na hora certa, mas, claro, isso foi só uma coincidência.(...)
Os tempos verbais estão, em sua maioria, no pretérito perfeito (ganhei, vi, acordei, tive, deu, fui, etc.). As marcas temporais mostram um momento passado: “na sexta-feira”, “pouco depois”. São características de texto narrativo, em que se conta uma história, com início, meio e fim, com sequências temporais, com verbos do passado. Trata-se, portanto, de um texto do tipo narrativo. Analisando outras características, percebemos que se trata de um diário: o próprio nome do livro e a data no início do texto nos dão essa dica. Poderia também ser uma carta, mas como há referência ao livro, essa hipótese fica descartada. Trata-se, então, do gênero textual diário. 
Podemos analisar o gênero textual DIÁRIO sob diferentes aspectos: 
Quem escreve: Qualquer pessoa que queira relembrar o que fez dia a dia. Para quem escreve: Para ela mesma ou para alguém que um dia será autorizada a lê-lo. 
Por que escreve: Para guardar suas memórias na forma de texto ou para ajudá-la a pensar mais sobre si mesma. 
Onde circula o texto: Em cadernos específicos para isso. Antigamente os diários eram lidos por amigos e parentes do escritor. Mas, geralmente, o diário costuma ser secreto. 
O que não pode faltar: O relato das ações cotidianas do autor e algumas características formais: data, vocativo, despedida.

POESIA

Quem escreve: Poeta que tem a intenção de emocionar, divertir, convencer e fazer pensar o mundo de um jeito novo, original e único. 
Para quem escreve: Para pessoas que desejam sentir e emocionar-se com o que leem mais do que raciocinar logicamente sobre o assunto lido. 
Por que escreve: Para encantar ou mesmo chocar os leitores, para aproximá-los do que sentem sobre o mundo, por meio da arte de escrever poesia. 
Onde circula o texto: Em livros, revistas, jornais, Internet, murais, saraus, etc. 
O que não pode faltar: A sonoridade, a cadência que os poemas apresentam e que levam o leitor a perceber o texto poético pelo ouvido; jogos de sonoridade com palavras de sons parecidos (rimas); uso de imagens, metáforas ou comparações para transmitir emoções e impressões sentidas pelo poeta.

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