" É jovem, não tem experiência. É velho, está superado. Não tem automóvel, é um pobre coitado. Tem automóvel, chora de "barriga cheia'. Fala em voz alta, vive gritando. Fala em tom normal, ninguém escuta. Não falta à universidade, é um 'caxias'. Precisa faltar, é um 'turista'. Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos. Não conversa, é um desligado. Dá muita matéria, não tem dó do aluno. Dá pouca matéria, não prepara os alunos. Brinca com a turma, é metido a engraçado. Não brinca com a turma, é um chato. Chama a atenção, é um grosso. Não chama a atenção, não sabe se impor. A prova é longa, não dá tempo. A prova é curta, tira as chances do aluno. Escreve muito, não explica. Explica muito, o caderno não tem nada. Fala corretamente, ninguém entende. Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário. Exige, é rude. Elogia, é debochado. O aluno é reprovado, é perseguição. O aluno é aprovado, deu 'mole'. É, o professor está sempre errado, mas, se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele."
(Jô Soares)
"...o bom professor não deixa de ser também um profissional mais de incertezas que de certezas, haja vista, que o mais relevante para o educador é ensinar ao educando, não as respostas, mas as perguntas. Pois, o que é caminhar por terra firme comparado à aventura de se caminhar pelo mar bravo das incertezas? Nesta perspectiva, o mais interessante é ensinar o educando a indagar-se, e indagando-se, buscar, e buscando, descobrir e descobrir-se..."
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