quinta-feira, 18 de junho de 2015

REFLEXÃO

O desafio é Conviver



Esta semana chegou em minha casa mais uma edicão da Revista Vida Simples. Sempre fico feliz quando ela chega, pois me traz muitas coisas boas pra vida. 

Pois bem, ela chegou e como não podia deixar de ser... Me alegrou! O tema que prendeu meus olhos foi Cortesia, 2ª da série de 12 virtudes tratadas pela revista.

Logo pelo início do texto me deparei com o seguinte trecho:

Dizer um simples "bom dia" é uma pequena constatação 
de que todo indivíduo é centro de um valor essencial. 
Cada gesto é um signo e por traz dele, 
há um vasto universo de filosofia.



Em seguida sou levada a pensar sobre a história de um fidalgo - Pável Piétróvich Kirsánov - que vivia em um lugar isolado longe de todos os movimentos da sociedade de Moscou, mas mesmo assim fazia a barba todos os dias e criteriosamente escolhia sua roupa... E lá pelas tantas quando recebe visita de um parente distante e é interpelado pelo tal sobre suas atitudes estremosas de arrumação responde:

"Sei perfeitamente que o senhor julga ridículos 
meus hábitos e minha decência. 
mas tudo isso vem do respeito próprio. 
Vivo no campo, no meio do nada, sim, 
mas respeito em mim mesmo um ser humano"

O artigo segue em frente cheio de boas considerações. Mas eu fico por aqui. E chamo vocês a pensarem comigo sobre a importância que temos dado aos seres humanos que somos. E mais, sobre a importância que damos àqueles seres humanos que vivem conosco a vida. 

Às vezes parece-me que estamos entrando em um individualismo sem fim. Um buraco onde só temos espelhos foscos que nos impedem de enxergar nossas próprias imagens e por consequência as dos outros.... Será mesmo que precisamos viver neste sofrimento?

Em que nível de cortesia estamos vivendo em nossas escolas, com nossos alunos e companheiros de trabalho. Estamos respeitando os Seres Humanos como queríamos ser respeitados? 


Professor, que efeitos têm as palavras que dizes?


  Fiquei aqui pensando sobre os assuntos que venho falando no blog neste tempo e  relacionei estes pensamentos à minha profissão, que por coincidência - ou não - tem amanhã um dia para ser comemorada.
Para muitos, um dia de folga, para outros um dia, e só, ainda outros, um dia de frustrações... Mas para mim, e creio que para muitos outros, um momento de reflexão. 

Já ouvi dizer que duas cabeças trabalham melhor que uma. Portanto, decidi refletir neste tempo com o nosso grande escritor Fernando Pessoa:

Ah, mas como eu queria lançar ao menos numa alma alguma coisa de veneno do desassossego e de inquietação. Isso consolar-me-ia um pouco da nulidade de ação em que vivo. Perverter seria o fim da minha vida. Mas vibra alguma alma com as minhas palavras? Ouve-as alguém que não eu?

Fernando Pessoa feito Bernardo Soares em O Livro do Desassossego, Companhia das Letras, 2011, p. 99.



Resolvi compartilhar esta reflexão porque vejo nela um pouco de todos os professores que tenho observado ao longo de meu trabalho. 

Com sutileza, Pessoa traz à memória a luta que é fazer nossa presença e nossas vozes serem notadas na sala de aula. 

Também nos impulsiona a refletir sobre a importância de estarmos atentos à inquietação porque sem ela o ser humano não se "REmove". Apenas repete, repete e repete...

Perverter seria o fim da minha vida... Pra mim esta perversão seria cumprir com satisfação a "missão" que a educação nos põe às mãos. Não falo de sanar todos os problemas, mas de ter consciência de si, do seu trabalho e dos resultados que deles virão, pois, ainda são poucos os professores que gozam desta plenitude!

Por fim, me pergunto e pergunto a você também. Será que queremos e estamos dispostos a fazer com que nos ouçam? 

Antes de algumas respostas já vou dizendo... Não basta ir às ruas e se unir a milhões de pessoas, agregar-se a sindicatos sem saber que função tu exerces ali. Manifestação não é festa!! É coisa muito séria e séria mesmo! 

Para que sejamos ouvidos temos que lutar primeiro em nossas escolas e buscar a consciência política de que não estamos ali não para submetermo-nos às ordens, mas trabalharmos juntos para que ocorram as mudanças. Afinal, somos uma comunidade. 

Para sermos ouvidos precisamos saber ouvir e isto requer estudo, preparo, disposição. Professor para ser ouvido precisa ser pesquisador. E digo pesquisador no sentido de ter olhar crítico diante das situações  vivenciadas diariamente.

Eis então, o motivo de minha reflexão. Por aqui estou sempre a falar sobre formação dos professores e de seu papel social. Esta é uma função que assumi lá no inicio do blog. E a pergunta a que me atenho hoje é sobre as inquietações que tenho proposto: 


"Ouve-as alguém que não eu?"

Esta pergunta é crucial na vida de um educador, principalmente daqueles que sabem ou querem saber o que, de fato significa, educar. 

Ouvir e ter respostas são passos importantes para uma grande transformação.

Pense nisso!


Pela vida e pelas crianças


Como todos sabemos outubro é tempo de alegria. Já já chegamos ao dia das crianças e nesta data tão especial, não podemos deixar de fora a reflexão sobre o que é ser criança.


Durante muito tempo, como vemos na história, elas foram tratadas como adultos em miniatura. Eram educadas de forma bruta e as cobranças iam muito além do que o tempo e a idade delas podia suportar. 

O tempo foi passando, os estudos se aprofundando e agora, embora saibamos que a criança precisa brincar e que é na brincadeira que ela aprende muitas instituições escolares, professores, pais e amigos continuam pensando nos pequenos como adultos. 

Confesso que minha maior decepção é saber que ainda há crianças espalhadas por "estes países" sem escola e escravas da exploração infantil. 

Por isso o título do post de hoje.

Estou aqui para convidar você professor, você pai, você gestor a deixar um pouco de lado a parte burocrática da educação. Neste mês, vamos pensar nas crianças!!  Refletir sobre o que é ser criança e deixar que a criança que ainda existe dentro de nós se una aos nossos alunos e nos permita sentir, mais uma vez, o gostinho da inocência e desta grande experiência de nossa vida. 

Que tal reunir experiências? 
Aceitam o desafio!?


Um gênio ou um mau aluno?

Neste final de semana estive em Petrópolis e um dos nossos passeios foi conhecer a Casa de Santos Dumont. Sempre é bom conhecer um pouquinho da história de pessoas que se destacaram de alguma forma e contribuíram com suas geniais invenções!

O que quero trazer para discussão aqui foi um trecho de sua vida que muito me chamou a atenção, até fotografei:


Neste trecho fala-se um pouco sobre a vida escolar de Santos Dumont, conforme está escrito, ele estudou um pouco em casa e aos dez anos foi matriculado em um colégio bem conceituado. 

Ele, como muitos alunos que temos, não foi um " aluno notável", estudava apenas o que lhe interessava, era autodidata, ao mesmo tempo em que "relaxava" na escola, ele era capaz de ler complexos manuais técnicos sobre máquinas e motores. Ele foi um gênio, um grande inventor, mas nunca foi um "bom aluno"!

Ele teve uma família que o incentivou e aos 18 anos foi emancipado pelo pai, que lhe mandou para Paris e disse "Vamos ver se você se faz um homem; prefiro que não se faça doutor!".

O que podemos aprender com a história dele e de muitos outros gênios que também não forma bons alunos, ou não faziam aquilo que era desejado pelo professor?

Olha só a nossa responsabilidade! Será que quando rotulamos um aluno como incapaz de aprender esse ou aquele conteúdo não estamos sendo limitadores?

Que tal procurar uma luzinha piscando lá no final da sala de aula, com aquele aluno que não tem interesse pelas aulas comuns e incentivá- lo a buscar outros caminhos! Você pode fazer a diferença na vida dele!

E quem sabe, ele não é mais um gênio, que está muito além do que podemos oferecer em uma sala de aula?

Aqui uma réplica do 14 bis, nome dado por ter sido este o décimo quarto balão feito por Santos Dumont na tentativa de criar um dirigível, conseguindo enfim, dominar os mistérios do voo mecânico. Sim, porque ele não desistiu na primeira tentativa!




A escola que sempre sonhei...


Há alguns anos tive a oportunidade de assistir a uma palestra do grande Rubem Alves (escritor,educador e psicanalista) quanta sabedoria em uma pessoa só. Na época trabalhava em uma escola municipal e já era uma sonhadora...sonhava com o dia em que as escolas pudessem ser menos chatas, menos teóricas, onde os alunos tivessem vez, que sentissem prazer em estudar e principalmente, conseguissem ver que o aprendizado era realmente pra vida.


Foi quando eu conheci o livro "A escola que sempre sonhei, sem imaginar que pudesse existir" que narra uma visita do autor (Rubem Alves) a uma escola em Portugal, logo no início já me emocionei, uma aluna foi quem apresentou a escola ao Rubem Alves e na sua descrição fiquei encantada...ah que bom seria se tivéssemos uma escola assim por aqui... 

Segue abaixo o trecho do livro no qual uma aluna apresenta a escola da ponte para Rubem Alves: 

“Não temos classes separadas, 1º ano, 2º ano, 3º ano... Também não temos aulas, em que um professor ensina a matéria. Aprendemos assim: formamos pequenos grupos com interesse comum por um assunto, reunião-nos com uma professora e ela, conosco, estabelece um programa de trabalho de 15 dias, dando-nos orientação sobre o que deveremos pesquisar e os locais onde pesquisar. Usamos muito os recursos da Internet. Ao final dos 15 dias nos reunimos de novo e avaliamos o que aprendemos. Se o que aprendemos foi adequado, aquele grupo se dissolve, forma-se um outro para estudar outro assunto."

Ditas essas palavras ela abriu a porta e, ao entrar, o que vi me causou espanto. Era uma sala enorme, enorme mesmo, sem divisões, cheia das mesinhas baixas, próprias para as crianças. As crianças trabalhavam nos seus projetos, cada uma de uma forma. Moviam-se algumas pela sala, na maior ordem, tranquilamente. Ninguém corria. Ninguém falava em voz alta. Em lugares assim normalmente se ouve um zumbido, parecido com o zumbido de abelhas. Nem isso se ouvia. Notei, entre as crianças, algumas com síndrome de Down que também trabalhavam. As professoras estavam assentadas com as crianças, em algumas mesas, e se moviam quando necessário. Nenhum pedido de silêncio. Nenhum pedido de atenção. Não era necessário. À esquerda da porta de entrada havia frases escritas com letras grandes,afixadas na parede. A menina explicou: "Aprendemos a ler lendo frases inteiras". Lembrei-me que foi assim que eu aprendi a ler. Minha primeira cartilha se chamava "O Livro de Lili". Na primeira página havia o desenho de uma menininha com o seguinte texto, que nunca esqueci: "Olhem para mim ./ Eu me chamo Lili. / Eu comi muito doce. / Vocês gostam de doce? / Eu gosto tanto de doce!" Imaginei que a diferença, talvez, fosse que o texto do "Livro de Lili" tinha sido escrito por uma pessoa no seu escritório. E que as frases que se encontravam escritas na parede da "Escola da Ponte" eram frases propostas pelas próprias crianças, frases que diziam o que elas estavam vivendo. Aprendiam, assim, que a escrita serve para dizer a vida que cada um vive. Pensei que é assim que as crianças aprendem a falar. Elas aprendem palavras inteiras, pois somente palavras inteiras fazem sentido. Elas não aprendem os sons para depois juntar os sons em palavras. "Mas é importante saber as letras na ordem certa", ela continuou, "porque é assim que se aprende a ordem alfabética, necessária para o uso dos dicionários". 


E vocês, acham que é possível uma escola assim? 

Ética e moral

Ética e Moral são assuntos bem presentes em nosso dia a dia. E de tanto mencionarmos acabamos por esquecer ou mesmo equivocar-nos com seus verdadeiros sentidos.  Há algum tempo venho refletindo sobre estes temas e por volta de dois anos deparei-me com Mário Cortella. Professor, filósofo preocupado com a educação e muitas outras coisas que me fez pensar sobre Ética e moral do ponto de vista filosófico.

Em 2011 ele esteve no Programa do Jô e falou sobre o assunto de forma bem instigante. resolvi compartilhá-lo aqui porque penso que Ética e moral devem seguir firmes em nossa profissão. Afinal lidamos com pessoas, com situações adversas e mais do que nunca precisamos ter uma postura profissional embasada!

Confira o que diz Cortella

  1. Alfabetização sociconstrutivista
Um texto divertido em formato de receita que mostra um pouco como deve acontecer a alfabetização dentro da proposta socioconstrutivista:



Alfabetização socioconstrutivista®
Ler cuidadosamente antes de usar. 
Uso pediátrico e adulto.

Composição:
Planejamento ................................................100 mg Dedicação......................................................100 mg 
Intervenção-mediação ................................100 mg Credibilidade.................................................100 mg Mobilização....................................................100 mg 
Diversidade de textos ................................100 mg 
Amor ..............................................................100 mg


Informação ao professor
O processo de alfabetização precisa ser reconstruído. Para isso, devemos estudar muito e contar com teorias que embasem, que orientem o nosso trabalho. Aprendemos construindo e, para construir, temos que pensar. O professor deve ser mediador e saber como a criança aprende. É importante o trabalho em grupo. Caso surjam dúvidas desagradáveis durante a alfabetização, aconselha-se estudar mais e planejar melhor, selecionando novas atividades que favoreçam uma alfabetização eficiente.

Indicações
É indicada a todas as crianças, sem distinção de idade, cor, raça, religião ou classe social, e a jovens e adultos que ainda não tenham feito uso do medicamento.

Contra-indicações
Não tem.

Precauções
O trabalho deve estar centrado nos textos. É fundamental trabalhar com textos diversificados. Mas esse trabalho, para ser eficaz, depende da intervenção que o professor vai fazer.

Reações Adversas
Professores que não acreditam na capacidade da criança de aprender e não acreditam que ela aprende construindo seu conhecimento devem ser advertidos da possibilidade de a criança não se alfabetizar com sua ajuda.

Posologia
Textos diversificados, atividades de acordo com o nível de aprendizagem que a criança se encontra, num total de pelo menos quatro horas diárias. Advertimos que quando as atividades não são administradas em conformidade com as doses preconizadas e não são mediadas corretamente pelo professor, não se promove alfabetização significativa.

Uso sob prescrição pedagógica.

O uso da letra cursiva

Uma das postagens mais acessadas do blog, é a que falamos sobre o uso da letra cursiva na educação Infantil. Gostaria de deixar bem claro que não sou contra seu uso, apenas acho totalmente desnecessário ensiná-la para as crianças em fase de alfabetização.

Percebo uma cobrança dos pais e da sociedade em relação ao aprendizado da letra cursiva, mas o que vemos hoje em dia é que cada vez mais ela está sumindo das nossas vistas. Nos computadores não usamos letra cursiva, no celular então impossível encontrá-la, na mídia ela está totalmente abolida, então para quê ensinamos a letra cursiva?

Para satisfazer os pais e a sociedade, sim... quantos de nós, fomos treinados infinitamente, com centenas de exercícios para ter a letra redondinha e assim que se viu livre dessa cobrança (no fundamental II) mudou rapidamente a sua letra? E os médicos, que também passaram por treinos, mas fazem questão de deixar quase ilegível numa receita médica?

Muitos pais pediram orientações a respeito sobre o que fazer com seu filho na Educação Infantil que não consegue escrever com letra cursiva, minha resposta é simples e direta: Reveja a proposta pedagógica da escola! Normalmente as escolas tradicionais pouco se importam com o desenvolvimento infantil e limitam suas  atividades aos treinos e memorização.

As escolas precisam abrir seu leque de conteúdos para uma sociedade que já não é mais a mesma. Nossos alunos, precisam e merecem conteúdos interessantes. Fico chocada com a quantidade de atividades em caderno de caligrafia, 4, 5 páginas de pura cópia, treino mesmo. E depois ainda querem que a criança tenha prazer em estudar, que goste da escola?

Na Educação Infantil, as crianças ainda não têm a destreza motora para fazer uma letra redondinha, por isso iniciamos a alfabetização com a letra bastão, além de ter um traçado mais fácil, ela não confunde as crianças na hora da identificação da letra. Com a letra cursiva , a distinção entre a terminação de uma letra e o começo da seguinte é problemática. 

A caligrafia - palavra que tem origem no nome kallos (belo) e grafos (grafia) - surgiu como arte quando o imperador Carlos Magno (742-814) decidiu unificar os textos e documentos da Europa Central com a escrita cursiva, conhecida como 'letra carolina', mais rápida que a tipografada. Segundo os grafólogos, a cursiva é um sinônimo de elegância e uniformidade, mas também rigidez e padrão. Por ironia, ela está sendo gradativamente substituída pelo mesmo motivo que a originou - a necessidade de rapidez.


No Ensino Fundamental, após a criança já ter se alfabetizado o professor pode introduzir a escrita com letra cursiva. Trabalho com uma turma de 1º ano e alguns alunos já estão familiarizados com a letra cursiva, compreendem o que está escrito e escrevem com facilidade. Outros, ainda demonstram muita insegurança ao fazer os contornos e voltinhas que a letra cursiva tem. Quem ainda não consegue, não é obrigado a fazer uma letra redondinha. 

Dependendo da atividade, o objetivo é a escrita, o levantamento de hipóteses, e isso ele faz com a letra que lhe dê mais segurança. Saber ou não escrever com letra cursiva não é requisito para alfabetizar, nos vestibulares a letra cursiva não é cobrada, pede-se uma letra legível.  

Volto a lembrar que não sou a favor de abolirem o uso da letra cursiva, mas que pais e professores tenham consciência que ela não faz diferença no momento de alfabetização e que principalmente na Educação Infantil, seu uso deve ser repensado. Aproveite o tempo com brincadeiras, estimule a criatividade e a curiosidade infantil. Esqueça as atividades mecânicas, de cópia e pontilhado, valorize a infância!

Professora e Pedagoga Melissa Machado

Dia Mundial de Conscientização do autismo

Hoje, dia 2 de Abril todos vestem azul. Algum preconceito que ainda possa existir está ligado ao desconhecimento deste Transtorno. Divido com vocês um texto compartilhado na fanpage "Síndrome de Asperger-Autismo Infantil", um lugar onde aprendo muito a cada dia e indico a todos que como eu, busca caminhos para lidar com alunos autistas.



O AUTISMO é um transtorno global de desenvolvimento que afeta o indivíduo de forma significativa em três áreas:
COMUNICAÇÃO, SOCIALIZAÇÃO E COMPORTAMENTO.

Seu impacto pode ser grande na estrutura de uma família, uma vez que não existe cura.

Mas existe tratamento!

O Autismo exige tratamento terapêutico multidisciplinar ao longo de toda a vida (nas áreas de psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicomotricidade, fisioterapia, educação física adaptada, pedagogia especializada, psicopedagogia).

Há diversos modos de manifestação do autismo (que são designados por Transtornos do Espectro Autista, também conhecido como TEA).

Alguns indivíduos apresentam fala e inteligência intactas, outros apresentam sérios retardos no desenvolvimento da linguagem ou do cognitivo; alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos.

Porém em cada caso há um perfil a ser tratado, a ser estudado e um prognóstico a se esperar, pois cada indivíduo pode responder aos tratamentos terapêuticos de forma diferente!

Todos os tratamentos são importantes e imprescindíveis para atingir o máximo resultado em termos de progressos e desenvolvimentos para o Autista, mas o tratamento mais eficaz para todos os tipos e gradientes do AUTISMO sem dúvida até hoje, não tem outro melhor que ainda se tenha descoberto:

CARINHO - ATENÇÃO - AMOR!



Com estes três ingredientes, os outros tratamentos terapêuticos com certeza serão muito bem aproveitados e potencializados para o melhor desenvolvimento do indivíduo!

(Kátia P. Coutrim)

Educar pelo Riso


Há algum tempo mencionei lá no blog Educar para transformar um artigo publicado pela Revista Educar. e o mesmo falava sobre a importância do riso na escola, um tema  que ainda tem pouca extensão mas que é de fundamental importância para a inteligência mental de nossos alunos e dos professores também. Fato que justifica a escolha do post de hoje.



De acordo com a Psicóloga Denise Gimenez Ramos: o humor possui um conhecido efeito de distensionar o ambiente. Em um momento em que se fala tanto em resolução de conflitos no espaço escolar, o humor pode funcionar tanto como um antídoto para relações excessivamente conturbadas, como um catalisador para relacionamentos humanos mais saudáveis. "O bom humor tem a ver com a capacidade de lidar com estresse e é um natural mediador de conflitos".

O humor também pode se apresentar como um caminho para encurtar a distância cultural cada vez maior existente entre as gerações de professores e de alunos, o que tem impacto direto na sala de aula. Favorece o diálogo, promove vínculos e, principalmente, humaniza o relacionamento. 

Segundo o pesquisador James Neuliep, da Universidade de Wisconsin, que faz pesquisas sobre o assunto, como há uma natural diferença de status entre professores e alunos, o humor ajuda os estudantes a compreender o lado humano do docente. "Quando utilizado adequadamente, ele pode ajudar a reduzir a distância psicológica entre professores e alunos", escreve Neuliep, em artigo publicado no site da ASCD, uma organização norte-americana para o desenvolvimento curricular. 




O texto segue nos fazendo pensar que na medida em que o nível de reflexão sobre o papel do riso se aprofunda, é possível notar que há muito mais do que descontração sob uma risada. Está em jogo a possibilidade da escola de trabalhar sobre aspectos mais profundos da educação, como a busca de sentido para a vida.

Para Denise, as escolas não apenas deveriam ver no humor uma forma de crescimento pessoal, mas ativamente buscar desenvolvê-lo, já que se trata, segundo ela, de uma atitude que também pode ser ensinada e que frequentemente se aprende por imitação.

Outro nome citado pelo texto é o do psicólogo Yves de La Taille, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), que vem pesquisando sobre as relações entre o humor e o campo da moralidade. De acordo com La Taille, há questões verdadeiramente existenciais por trás do humor. "Para uma geração de jovens que está doida para encontrar algum sentido na vida, é um prato cheio". 

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