Poesia Salvadora!
Ah, poesia rica de amor, repleta de dor
Uma ilusão, uma tormenta cheia de medo
Um segredo bendito e somente meu
Brinca comigo feito criança, tira a venda
Dos meus olhos e me ensina a contar até dez
Com a graça da felicidade
E sem os impulsos infantis
De mãos dadas com o sorriso
E a gargalhada nada censurada
Vem proteger-me com o teu calor de mãe bondosa
Com a luz da estrela mais graciosa
Ah, poesia, és tu a minha salvação
Um alçapão seguro contra a nulidade
De uma vida extremamente miserável
Graças a ti, plena de luz e misericórdia
Um dom de Deus usando o simples mortal
Que no instante em que escreve
Torna-se imortal vestindo vestes brancas
Em versos abraçando o Universo
Com a essência esplendorosa e nobre
Intimamente humilde e verdadeira
Não cesse, em mim, jamais essa brincadeira!
Reticências...
Deixou a força escondida no mais profundo da alma
Sem a calma que sempre a adornara, preciosa veste
Derramou vasos repletos de lágrimas dançando
A dança da tristeza inerente ao ritmo da música
E, repetidamente, ouvia o bolero que a encantava
E, só, cantava do seu jeito tão desesperador
O amor em seu âmago estende-se pelo infinito
Que ninguém vê, somente ela em seu mundo
Onde penetrar era impossível, não havia brecha
Era o momento mais particular de sua vida
Mais uma vez a mesma dança, o mesmo bolero
Os mesmos trejeitos, a mesma solidão, tanto amor...
Dor, uma assim, não pensara em sentir outra vez
E, em sua tez, a expressão da mais pura melancolia
Terá de aprender a decrescer os degraus do amor
A superar os dias tão escuros,
A ouvir novas notas melodiosas
Abrindo-lhe o sorriso mais completo
Mas, isso para ela, não importa, não é seu querer
Seu ponto final está distante de seus olhos, seu desejo
Seguem as reticências teimosas como uma pedra
Das mais difíceis de serem removidas!
Nos olhos de mel não vislumbro docilidade
Encanto ausente de mim, dormente num leito
Tão doente na dramaticidade da minha alma
Encontro um rosto que não é familiar, tornou-se pálido,
Sem traço, onde tento tatear procurando algum tipo de laço
Não reconhecendo nem o princípio de suas linhas
Procurando uma forma feliz sem ferir-me
Com a sua irreconhecível aspereza
E, neste vão momento, sangram os meus dedos
Como se tocassem em arame farpado
Sem qualquer tipo de proteção
Desnudos e fragilizados
Desconhecido caminho, caminhante e caminhar
Desconhecido, o outro, nada mais a planejar
Em sombras com ápices de luz, sombra e luz novamente
Como sobreviver em tal frequência tão inconstante?
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