Educar não é responsabilidade só da escola!
Hoje, vemos professores sendo cobrados todo o tempo pela falta do preparo do aluno, mas pouco vemos falar sobre a omissão de suas famílias que têm se visto desobrigadas de educar. A escola além de ter que ensinar os conteúdos mínimos obrigatórios ainda precisa passar conceitos e valores, antes responsabilidade da família, o que torna os conteúdos ainda mais mínimos e menos obrigatório. Desde que o professor passou a ser educador – me perdoe o mestre Paulo Freire! – as coisas que eram ruins de um lado, passou a ser pior ainda de ambos os lados. A conta é bem simples e os fatos facilmente comprovados: a criança passa cerca de 4horas na escola e 20 horas em casa. Com a omissão da família esse jovem passa a ter 4 horas de educação por dia e no restante do tempo tem a rua e a televisão como sua principal fonte de informação, educação e entretenimento. Belas fontes!!! Isto sem contar que a educação recebida na escola entra em choque com a “deseducação” recebida em casa. Das 4 horas que o professor passa com o aluno, em uma turma de 35 alunos, descontando os 15 minutos do recreio, sobra para cada criança 6 minutos e 42 segundos para um atendimento individualizado. Isto se o professor não precisar parar tudo para socorrer aquele que levou uma cadeirada, encontrar o lápis que sumiu do outro, ou atender a qualquer outra ocorrência de praxe no seu cotidiano e que sempre envolve episódios de violência. Com essa educação coletiva e medíocre a que fica restrita nossas crianças percebe-se que dificilmente conseguiremos uma sociedade educada, politizada e preparada!
Somente através da definição do papel da família e o papel da escola, será possivel alcançar níveis de uma educação qualitativa. Enquanto não houver uma tomada de consciência, uma chamada à responsabilidade, um programa de reestruturação familiar, e até o famigerado - me perdoem pelo palavrão - controle de natalidade, as pessoas continuarão a exigir da escola responsabilidades muito além de sua capacidade. É importante deixar claro que nunca haverá esforços que consigam fazer da escola uma substituta da família na criação e educação dos nossos jovens. As famílias que abdicaram da função de educar, que se recusam a dividir com a escola esta responsabilidade, continuarão tendo seus filhos – e cada vez mais cedo - para o governo sustentar e a escola criar! E a escola por sua vez continuará sendo responsabilizada por deficiências que estão muito além dos seus bancos.
Educar dá trabalho! E “não basta dar o peixe tem que ensinar a pescar”. Mas é fato que é muito melhor receber o peixinho fritinho na mão, do que ter o trabalho de ir atrás dele, não é mesmo? Mas isto será a introdução da próxima postagem. Onde finalmente vou concluir este assunto. Até lá!
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