Conheça as situações didáticas essenciais para os alunos lidarem bem com textos cada vez mais difíceis até o fim do 9º ano.
Isso implica uma série de competências. Na hora da leitura, os alunos precisam ser capazes de tomar uma posição frente ao que leem, perceber não só o que está explícito, mas o que está subentendido, e compreender as intenções do autor e suas motivações para apresentar a informação de determinado modo. Na hora de redigir, têm de saber definir quem será o destinatário, qual o propósito da escrita e como fazer isso de um jeito eficiente. Aí está incluído definir o gênero mais adequado e seguir as normas e os padrões socialmente aceitos. Infelizmente, poucos conseguem.
Avaliações que medem as habilidades de leitura, como a Prova Brasil, revelam que há muito a ser feito. Em 2011, 70% dos jovens do 9º ano não alcançaram a nota mínima esperada para essa etapa, segundo o corte estabelecido por organizações ligadas à Educação. O indicador é um sinal de que dificilmente eles são escritores competentes, pois ler bem é condição para uma boa escrita. É preciso "gerar um conjunto de condições didáticas que autorizem e habilitem o aluno a assumir sua responsabilidade como leitor", defende a pesquisadora argentina Delia Lerner no artigo A Autonomia do Leitor - Uma Análise Didática.
Como propor os quatro desafios
Não basta ler só para responder às questões explícitas. Do mesmo modo, não adianta escrever apenas para o professor corrigir. Para inverter essa lógica, ainda presente na escola, uma saída é propor situações didáticas desafiadoras, como ler textos informativos que não têm os alunos como público-alvo e obras literárias de peso, reescrever uma história conhecida e produzir algo autoral. Nesta reportagem, mostramos como elas foram propostas por quatro professoras.
Desenvolver os comportamentos leitores e escritores leva tempo. Por isso, as quatro atividades devem ser propostas ao longo do Ensino Fundamental por meio de atividades permanentes, sequências e projetos didáticos. Cabe a você sempre adequar o nível de dificuldade delas aos conhecimentos da turma e considerar o que é preciso ensinar naquele momento.
Ajuda nesse processo manter até o 9º ano práticas como a leitura pelo professor e produções coletivas no quadro ao tratar novos conteúdos curriculares. "Quando isso ocorre, o docente atua como mediador, centrando a atenção da garotada num aspecto discursivo - relacionado à linguagem em uso - ou notacional - como questões ortográficas e gramaticais", diz Cristiane Tavares, mestre em Literatura e formadora de professores da Associação Crescer Sempre. "Os objetivos da produção individual e da coletiva são diferentes. Elas se complementam." Por isso, os jovens do 6º ano em diante devem redigir individualmente. "O bom desempenho deles está relacionado à familiaridade com os textos e ao tempo de experiência como leitor e escritor", enfatiza Helena Weisz, professora de Literatura e Redação e mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada. Então, que tal incluir mais experiências de leitura e escrita nas suas aulas
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