O ministro Renato Janine Ribeiro participa de painel no Fórum Mundial da Educação, realizado na Coreia do Sul |
Duas visões antagônicas marcaram os debates do encontro. Enquanto a Unesco e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) defendem que a educação é um direito, para a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e o Banco Mundial, a educação deve ser vista como um insumo para o desenvolvimento econômico.
"A maior fragilidade dessa visão é o fato de que a educação não deve ser trabalhada para o desenvolvimento da pessoa, da cidadania, mas sim na formação de uma mão de obra mais qualificada", opina Daniel Cara, membro da delegação brasileira e do Fórum Nacional da Educação. Para ele, tratar a educação como insumo econômico não está de todo errado, mas esse seria o resultado de um processo, e não seu objetivo.
Esse embate entre uma visão pública e uma visão privada da educação, presente nas últimas décadas, deve continuar no cenário nos próximos anos. A visão pública prega que a educação deve ser tratada como um direito e o acesso a ela garantido por governos; a visão que defende uma maior presença da educação privada pontua que um dos principais objetivos da educação é formar mão de obra qualificada que, por sua vez, ajudaria a melhorar a produtividade e a geração de riquezas a serem distribuídas no mundo.
Pelo relato de Daniel Cara, a delegação latino-americana foi a que mais trabalhou a partir da visão da necessidade de garantia de uma educação pública e gratuita para que se atinjam objetivos de justiça social e democracia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário