quarta-feira, 11 de março de 2015

SENHORES PAIS, VOCÊS ACEITAM QUE SEU FILHO É UM PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?




O grande dilema vivido hoje em relação à inclusão se resume a uma única palavra:ACEITAÇÃO.

Muitos pais dizem aceitar a condição de seu filho, mas a prática acaba mostrando outra coisa.

Não uso em meu dia a dia o termo “Crianças Especiais”, afinal, todas as crianças são especiais. Dentro de sala não costumo tratá-las com privilégios, as regras são para todos igualmente.

Pensem comigo senhores pais: Tenho em sala de aula 23 crianças, sendo que uma é portadora de Síndrome de Down, outra tem Paralisia Cerebral, outra tem TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), outra tem Deficiência Visual, outra tem problemas emocionais devido a problemas particulares, outra com dificuldades na fala (pois troca as letras) e por aí vai...

Todas estas crianças necessitam de um olhar diferenciado da minha parte. Mas apenas duas têm direito a um professor de apoio, pois seus diagnósticos assim o permitem.

As famílias lutam por este profissional de apoio e têm todos os motivos para o fazerem. Mas, quando este professor falta, muitos querem que apenas o regente dê conta de todos; afinal a criança deve permanecer em sala a todo custo, não importa em que circunstância.
Alguns pais não entendem que as outras crianças também têm os seus direitos e, muitas vezes, os colegas acabam virando um pano de fundo para uma pseudo-inclusão que exclui as crianças ditas “normais”.

Na minha prática diária tenho percebido esta realidade. Crianças Portadoras de Necessidades Educacionais Especiais que ficam em sala de aula durante 4 horas sem entender o porquê de estarem ali. Levantam do lugar, mexem no material dos colegas, gritam, deitam no chão e os colegas tendo que conviver com esta realidade inclusiva, em meio aos conteúdos relacionados à série em que estão.

Crianças também portadoras de algum transtorno ainda não diagnosticado, pois este amparo deve também partir das famílias para levarem ao médico e ficam ali a mercê de sua desatenção, afinal, como prestar atenção num caso como este?

É preciso incluir? Sim

Mas é preciso também haver bom senso. Uma criança portadora de algum transtorno ou síndrome não pode permanecer em sala durante tanto tempo. Outras atividades devem ser elaboradas fora de sala, desenvolvendo outros aspectos que também farão parte de uma aprendizagem diferenciada.

Muitos pais se queixam disto, achando que seu filho deve aprender igual aos outros. Isto não existe, todas as crianças aprendem de maneiras diferentes. Imagine uma criança que possui um déficit cognitivo: isto não é culpa de ninguém, pois na maioria das vezes tentam se achar culpados e deixam de lado a ação de melhorar a vida da criança em questão.

Vamos parar de achar que incluir é deixar 4 horas dentro de sala de aula e ter um professor de apoio que faz todas as atividades, e vocês acharem que estas são feitas pelo seu filho. Aceitem as limitações, batalhem por seus avanços, parem de achar culpados e não passem por cima de tudo e de todos que tentem responder àquela pergunta interna que teima em não deixá-los em paz: “Por que eu? Por que comigo?”

Os professores de sala tentam fazer o seu melhor, mas muitos não têm capacitação para trabalhar com as crianças Portadoras de alguma Necessidade Especial. Isto não pode ser considerado má vontade ou descaso.

Amados pais, abram seus horizontes, aceitem as limitações de seus filhos e ajam com bom senso, pois numa sala de aula todas as crianças têm os mesmos direitos.


ACEITAÇÃO + BOM SENSO + DIÁLOGO HONESTO COM OS PROFESSORES =



                          SUCESSO ESCOLAR E INCLUSÃO DE TODOS

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