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domingo, 17 de maio de 2015

REFLEXÃO

Os 10 manentos do professor de Educação Infantil

A criança aprende aquilo que vive e a melhor forma de educar é lhe propiciar um ambiente saudável. Esses mandamentos vão lhe ajudar nessa tarefa.

1 - Estimular - Se a criança é bem estimulada, aprende a confiar.
2 - Valorizar - Se é valorizada, aprende a dar valor.
3 - Mostrar equilíbrio - Se vive em equilíbrio, aprende a ser justa.
4 - Transmitir segurança - Se sente firmeza, aprende a ser segura.
5 - Não humilhar - Se é humilhada, aprende a se sentir culpada.
6 - Não criticar - Se é criticada, aprende a condenar.
7 - Não maltratar - Se é vítima de maus tratos, aprende a agredir.
8 - Fazer amizades - Se a criança tem amigos, aprende a ser companheira.
9 - Dar afeto - Se recebe afeto, aprende a ser amiga.
10- Dar apoio - Se é bem aceita, aprende a encontrar o amor no mundo.

ORAÇÃO DA CRIANÇA ELETRÔNICA

Papai do céu,
Não quero te pedir nada de especial nem fora do alcance, como fazem tantas crianças em sua oração da noite.
A Ti, que és bom e protege todas as crianças da terra, venho pedir um grande favor, sem que meus pais fiquem sabendo: transforma-me em um televisor, para que eles cuidem de mim como cuidam da sua TV, e que me olhem com o mesmo interesse com que mamãe assiste à sua novela preferida, ou papai ao jogo de futebol.
Eu quero falar como certos animadores que, quando se apresentam, fazem minha família se calar para os ouvir com atenção e sem nenhuma interrupção.
Ah! Papai do Céu, como eu gostaria de ver minha mãe suspirar diante de mim, como faz quando assiste a desfiles de moda, ou de fazer rir meu pai, tal como o conseguem o Jô e outros humoristas, ou simplesmente que acreditassem em mim quando lhes conto minhas histórias, sem precisar dizer: “É verdade! Eu vi na TV!”
Quero me transformar num televisor para ser o rei da casa, o centro das atenções, ocupando o melhor lugar, para que todos os olhares se voltem para mim.
Quero sentir sobre mim a preocupação que têm meus pais quando surge um defeito no televisor, chamando logo um técnico para o concertar ...
Quero ser um televisor para me tornar o melhor amigo de meus pais, o que mais influi em suas vidas, para que se lembrem de que sou filho e aquele que, afinal, lhes mostrará mais a paz que a violência.
Papai do Céu, por favor, deixe-me ser um televisor ao menos um dia de minha vida!
Para refletir...

O que ensinar, Como ensinar e Porque ensinar.

 

1. Visar sempre a expressão criadora;
2. Estar sempre com as aulas planejadas;
3. Estar sempre preparada para mudar meu planejamento;
4. Potencializar a performance das crianças;
5. Lembrar sempre que arte sem contexto histórico é arte sem memória;
6. Não existe expressão sem conteúdo!
7. Imaginação!
8. Emoção!
9. Comprometer-me com a sociedade em que vivo e com minha ação educativa;
10. Olhar para o fundo das crianças, das suas relações, dos seus modos de vida;
11. Promover uma educação significativa através de conceitos significativos;
12. Facilitar processos de singularização;
13. Construir, des-construir e re-construir;
14. Integrar currículo e cultura;
15. Pesquisar sempre e tudo;
16. Comprometer-me com a libertação da dominação;
17. Celebrar o pluralismo e a diversidade;
18. Promover desenvolvimento cognitivo;
19. Jogar no mesmo time das crianças e não no oposto e, finalmente
20. Ser feliz!

Estas verdades variam, pois também são variáveis as nossas certezas. O importante é ser fiel enquanto temos certeza delas, pois só assim faremos uma prática pedagógica que inspire confiança e só assim eles embarcarão no fantástico mundo da expressão criadora, da construção do conhecimento e da apropriação das Multiplas Linguagens.
Professora Ilana Assbú Linhales Rangel, graduada em Educação Artística e mestra em Educação pela Puc-RJ. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Música.

O PRIVILÉGIO BRANCO, AO VIVO E EM CORES de Lola Aronovich.


         Em dezembro, fiz uma pequena lista do que é privilégio masculino (ou seja, coisinhas corriqueiras que nós mulheres sofremos todos os dias, mas que os homens, por nascerem com um pênis, nem sabem que existem. Um exemplo básico de privilégio é que um homem, quando sai de casa, tem medo apenas de ser assaltado, enquanto que pra mulher geralmente o medo do assalto fica em segundo plano). É importantíssimo discutirmos privilégios, mas é também difícil. As pessoas odeiam ser lembradas que são privilegiadas. Preferem aquele discurso de que lutaram para chegar aonde chegaram por méritos próprios e através de um esforço descomunal, não porque nasceram com o bumbum pra lua. E as pessoas preconceituosas são as que menos se dão conta dos seus privilégios. Elas quase sempre negam tanto o preconceito quanto o privilégio. Mas eles existem. Um privilégio bastante típico que eu e a maior parte do meu leitorado compartilhamos é que somos classe média e não temos problemas físicos e mentais. Que privilégios há em ser classe média? Vários, mas o principal, a meu ver, é não correr o mínimo risco de passar fome. Esse medo não faz parte da nossa realidade, mas faz parte do cotidiano de três em cada quatro pessoas no planeta. E o que não ter problemas físicos significa? Que vivemos num mundo feito sob medida pra gente. Pergunte pra um cadeirante se ele pensa que o mundo foi feito pra ele.
         Quando finalmente nos damos conta dos nossos privilégios, podemos começar a entender os desafios que pessoas sem esses privilégios têm. Na sociedade em que vivemos, os maiores privilegiados são homens brancos e héteros. Isso não quer dizer que a vida seja um mar de rosa pra eles, só que será bem menos difícil.
         Logicamente, por ser mulher, falar de privilégio masculino é infinitamente mais fácil pra mim. Desde que pensei nas vantagens de ser homem, venho querendo abordar outros tipos de privilégios, como o privilégio branco e o heterossexual. Pra mim é muito mais complicado pensar nisso porque faço parte de grupos favorecidos ― afinal, sou branca e hétero. Eu tenho que me colocar muito na cabeça de um negro e de um homossexual para tentar entender o que eu tenho de graça, e o que lhes é negado. E isso não é fácil de fazer. Mas eu tentei. Semana que vem falo de privilégio hétero. Agora, cito uns exemplos de privilégio branco (o termo é muito mais conhecido em inglês: white privilege
Aqui,um ativista branco pró-negros fala em inglês de como foram seus encontros com a polícia quando ele era jovem. Pense como seriam se ele fosse negro. Aqui, o Alex fez uma série sobre privilégio. Eu tenho o privilégio das comentaristas do bloguinho serem mais perspicazes que os comentaristas dele). Por favor, ajude. Tenho certeza absoluta que a lista está incompleta. Mas é um comecinho. Preste atenção em algumas vantagens que temos apenas por nascermos com a “cor certa”. A primeira é nem precisar pensar duas vezes pra decifrar qual cor é considerada a certa na nossa sociedade. Portanto, privilégio branco é:

v     Ninguém mudar de calçada ao me ver.
v     É não me confundirem com o garçom/atendente/serviçal.
v     É ter muito menos chance de ir pra cadeia.
v     A primeira coisa que as pessoas reparam em mim não é a minha cor.
v     Se um vizinho me vir pulando o muro da minha casa, porque esqueci a minha chave, ele provavelmente irá me ajudar, e não chamar a polícia.
v   É poder usar o elevador que quiser sem que ninguém me olhe feio.
v     Quando eu entro num supermercado ou numa loja, os seguranças não ficam de olho em mim.
v     Se eu faço alguma coisa errada, as pessoas vão julgar que esse foi um erro individual, não um erro do meu grupo.
v     A polícia não vai me parar a toda hora por eu ser um suspeito em potencial.
v     É receber um salário mais alto que meu colega negro, ainda que desempenhando a mesma função.
v     Meu cabelo é considerado sempre bom, mesmo quando eu estou num “bad hair day.
v     Posso dirigir um carrão que ninguém vai achar que eu o roubei.
v     Numa faculdade, as pessoas vão achar que estou lá porque estudei muito e mereci entrar, não porque uma lei me beneficiou.
v     As pessoas não me descrevem apenas pela minha cor.
v     Não tenho que fazer cirurgia plástica no meu nariz pra ele ser considerado adequado.
v     Vou viver mais: minha expectativa de vida é maior que a de um negro.
v     As pessoas que aparecem na TV e nos filmes são da minha cor.
v     O padrão de beleza começa por ser branco (pelo menos essa vantagem eu já tenho).
v     Quando eu era criança e brincava de boneca, as bonecas eram da minha cor.
v     Cresci ouvindo que tudo que é branco é bom, e tudo que é preto é ruim. Isso afeta a minha auto-estima.
v     Raramente a família de alguém vai se opor a me ter como genro ou nora.
v   Tenho muito mais chance de ingressar numa faculdade por ser branco (sim, apesar das cotasÉ só ver as estatísticas. Por que as cotas foram criadas? Não pra atazanar a minha vida, mas porque há tão poucos negros nas universidades).
v     Meus antepassados não foram escravizados (no caso dos negros) ou varridos da face da Terra (no caso dos índios).
v     Tenho muito mais chance de me tornar um professor universitário.
v     Pra eu ser preso, terei que cometer um crime hediondo.
v     A maquiagem produzida pela indústria é feita pra pessoas da minha cor.
v    Não associam a minha religião à macumba (esse é tema de outro privilégio, o religioso).
v     Muitos defeitos meus são perdoados por causa da minha cor.
v     Eu não pareço ameaçador para outras pessoas.
v     Posso parar uma pessoa na rua para pedir informações sem que ela ache que vou assaltá-la.
v     As pessoas que me avaliam geralmente são da minha cor.
v     Numa entrevista de emprego, o entrevistador quase sempre é branco.
v     Numa banca de defesa de monografia/mestrado/doutorado, os membros são quase todos da minha cor.
v     Nunca parei para pensar como pessoas da minha cor oprimiram pessoas de outras cores ao longo da história.
v     Ninguém se nega a sentar do meu lado no ônibus.
v     Na hora de alugar um apartamento, o dono do apê é branquinho como eu.
v     Quando vejo comerciais ou programas sobre a minha cidade, todo mundo é da minha cor.
v     As pessoas nunca associam a minha cor ao meu cheiro.
v     Todos os heróis da minha pátria são brancos.
v     Os escritores que fazem parte da grade curricular da minha escola/faculdade são quase todos brancos.
v     Eu não sou responsável pelo que meus antepassados brancos fizeram contra os negros, mas os negros de hoje são responsáveis pelo que seus antepassados negros fizeram contra sua própria raça.
v     É ver meus gostos pintados como universais e naturais.
v     É não ser comparado com macaco.
v     Serei ouvido se quiser reclamar de alguma coisa.
v     Quando me junto com outras pessoas da minha cor, raramente somos considerados uma gangue.
v     Na adolescência, não fui chutado e espancado por policiais.
v     Eu posso ser preguiçoso e não gostar de trabalhar sem que associem isso a minha cor.
v    Se eu tiver uma arma, vai ser pra autodefesa, não pra matar alguém.
v     Quase todos os ministros, juízes e congressistas que me representam são brancos.
v     O meu Deus me fez a sua imagem e semelhança. Até o filho Dele é da minha cor.
v     Eu posso pintar a minha casa de amarelo brilhante sem que meus vizinhos critiquem a minha escolha, dizendo ser “coisa de branco”.
Todos os presidentes do meu país (o cargo mais alto a que alguém pode aspirar) foram da minha cor.
v     Eu não preciso me superar pra me destacar no trabalho ou nos estudos.
v     Quando cometo um erro, ninguém acha que o cometi por ser branco.
v     As piadas que ouço não giram em torno da minha cor.
v     É poder acreditar que todas as minhas conquistas são baseadas no meu mérito, e não no meu privilégio racial.
v     Aliás, eu nunca nem tinha parado pra pensar nesse tal de privilégio branco. Só pode ser coisa de preto!

Pelo Direito da Criança

Toda criança do mundo deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo, contra os rigores da vida.
Criança tem que ter nome, Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome, ter segurança e estudar.

Não é questão de querer, nem questão de concordar
Os diretos das crianças todos tem de respeitar.
Tem direito à atenção, direito de não ter medos
Direito a livros e a pão, direito de ter brinquedos.

Mas criança também tem o direito de sorrir.
Correr na beira do mar, ter lápis de colorir...
Ver uma estrela cadente, filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente, Ouvir histórias do avô.

Descer do escorregador, fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor, brincar de adivinhação.
Morango com chantilly, ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi, bola, bola, bola, bola!
Lamber fundo da panela, ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela, poder também dizer não!
Carrinho, jogos, bonecas, contar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas e uma corda de pular.

Um passeio de canoa, pão lambuzado de mel,
Ficar um pouquinho à toa... Contar estrelas no céu...
Ficar lendo revistinha, um amigo inteligente,
Pipa na ponta da linha, um bom dum cachorro-quente.
Festejar o aniversário, com bala, bolo e balão!
Brincar com muitos amigos, Dar pulos no colchão.
Livros com muita figura, Fazer viagem de trem,
Um pouquinho de aventura... Alguém para querer bem...

Festinha de São João, com fogueira e com bombinha,
Pé-de-moleque e rojão, com quadrilha e bandeirinha.
Andar debaixo da chuva, ouvir música e dançar.
Ver carreiro de saúva, sentir o cheiro do mar.

Pisar descalça no barro, comer frutas no pomar,
Ver casa de joão-de-barro, noite de muito luar.
Ter tempo pra fazer nada, Ter quem penteie os cabelos,
Ficar um tempo calada... Falar pelos cotovelos.
E quando a noite chegar, um bom banho, bem quentinho,
Sensação de bem-estar... De preferência um colinho.
Uma caminha macia, Uma canção de ninar,
Uma história bem bonita, Então, dormir e sonhar...
Embora eu não seja rei, Decreto, neste país,
Que toda, toda criança... Tem direito a ser feliz!
(Ruth Rocha)

        Seu nome é Lúcia. Encontrei-a no ônibus, a caminho do trabalho. Não dormiu bem à noite. Ficou sabendo no dia anterior que receberá, no próximo ano, um estudante com deficiência, entre os da nova turma. O que fará se não foi formada para isso? Com essa novidade de Inclusão, como fará para empreender novos conhecimentos numa área em que nunca teve intenção de trabalhar?
        Oras, na sua época de magistério, um dos caminhos era a Educação Especial, mas fugiu como o diabo foge da cruz. Nunca teve contato com alguém com qualquer deficiência. Lógico, já viu, passou perto até, mas não, nunca teve contato. Nem em cinemas, nas ruas, nas lojas, nas praças… Muito menos nas escolas em que estudou. Culturalmente, pessoas assim sempre tiveram um ambiente próprio, que não era, definitivamente não era, o seu. E agora mais essa…
        Mãe de dois filhos, dupla jornada para complementar o baixo salário… Mais essa…
        Seu mundo, me pareceu, era pequeno. Uma reclusão a que tantos se impõem ou por medo, ou por preguiça.
        Lúcia quis contar mais, que se considerava boa professora, mas que agora tinha dúvidas. Chegou ao final de mais um ano letivo concluindo que a maioria dos estudantes, que deveriam ser retidos, mas com esse negócio de promoção automática, pelo amor de Deus, foram promovidos. Não estavam recebendo uma boa educação em casa. Estavapensado muito seriamente sobre isso. E a moral e os bons costumes? Ela não ia se prestar a fazer o que considera obrigação da família. Não se acha a culpada por lares desfeitos (quando são feitos, salientou). Hoje em dia não pode nem comemorar Dia das Mães ou dos Pais na escola. E por quê? Porque as famílias não são mais família, disse indignada. Atualmente vieram com outra novidade: Dia da Família. Não sabe se adianta muita coisa.
        Perguntei como era seu trabalho, o que ensinava. Começou a contar com alegria sobre as cartilhas, o alfabeto, as crianças com brilho nos olhos que chegavam a ela querendo aprender a ler. Não sabiam nada, muitas consideravam virem do zero, nem pré-escola haviam feito, um horror na sua concepção de educadora. Tinha que ensinar tudo, desde escovar os dentes a ficar quieto na carteira escolar. Um custo. Levantar a mão para falar, rezar no início das aulas, falar em coro “seja bem vindo” ou “volte sempre” para cada pessoa que vier a porta da sala de aula. Depois, com o passar do tempo, ficava uma beleza… Disciplina, todos iguaiszinhos. Mas sempre tem aqueles… Os do fundo da sala. Esses, já sabe no que vai dar no final do ano. Já está escrito, pra ela não tem jeito.
        E então, inicia as letras… Todo dia, todos em coro: “A, B, C…” Aponto as letras com a régua. Depois, faz chamadinha oral. Usa uma cartilha antiga, mas muito eficaz. Escondida, porque se o diretor pega… Ele até sabe, mas tem um combinado de “se não vê, não sabe”. Dá algumas coisas do Construtivismo, sabe como é, diz, tem que dar de tudo um pouco. Se não, é chamada de tradicionalista. Um horror. Aí a coordenadora tem que fazer alguma coisa. É aquela coisa do “viu, já viu”.
        Até o final do ano, para ela é de praxe, todos os estudantes têm que iniciar letra de mão. Oficialmente não é pra fazer isso, sabe, mas os professores da escola em que trabalha têm este acordo. Sempre foi assim, na sua época dava certo, porque agora inventaram diferente?
        É a mesma coisa com avaliação. E reclama de uma professora nova na escola que nas reuniões vem com “coisa nova”, querendo se mostrar, fica falando umas novidades que ninguém gosta, que avaliação tem que ser individual… Como assim?
        Avaliar só com prova mesmo. E prova igual pra todos. Quem vai bem, vai, quem não vai é porque não aprendeu, tem algum problema. Tem que fazer recuperação. Mas é uma chateação porque tem que aumentar sua nota por causa da tal promoção automática.
        E agora, vai ter um estudante com deficiência na turma. E a professora de Educação Especial da escola não pode mais ensiná-lo na sala de recursos… Então ela vai fazer o que na escola? E o estudante? Diz que a professora agora tem que ficar com o estudante com deficiência na sala e ensinar… O quê, se ele não aprende? E a professora de Educação Especial pode trabalhar em parceria e ensinar coisas complementares no horário oposto ao da sala de aula ao estudante.
        Lúcia não ia mais parar de falar como pude sentir, mas tive que interrompê-la, pois desceria no meu ponto de ônibus.
        Fui caminhando para meu trabalho pensando em quantos professores pensam e agem da mesma maneira. Numa classe de aula assim, nada pode sair diferente do que planeja, sem contar que o planejamento deve ser daqueles, hiper rígidos. Imagino a vida escolar das crianças, como não deve ser, numa situação assim.
        Uma pessoa rígida, fechada para coisas novas na vida, desde mudar sua forma de avaliação até pensar diferente sobre o que é ensinar. Imagino que deve sofrer muito porque sua rigidez a torna insensível a mudança externas e internas. O mundo muda todo dia, as relações humanas, a História, a Geografia, sua relação com o mundo… Dizer não para tudo, se negar a tentar, a aprender e apreender o novo talvez a faça melancólica, severa, acreditando apenas no que já passou, no antigo, no velho mesmo, arcaico. Como se fosse um chão. Sem ele, seu mundo acaba.
        Você pensa como a Lúcia?
        O que fará quando na turma de estudantes tiver um ou mais com deficiência?
        Que tal fazer diferente? Que tal pensar na sua prática pedagógica? É muito complicado, não sabe por onde?
        Pesquise sobre trabalhos realizados por professores em sala de aula com pessoas com deficiência, as mais diversas. Pense, por exemplo: se você tiver estudante(s) com surdez na sala, o que será necessário? E faça o seguinte exercício: como fazer com que as aulas fiquem prazerosas para todos, partindo das necessidades de um estudante com surdez. Se você vai trabalhar o corpo humano, alfabetizar, qualquer conteúdo de qualquer série, ao invés de sair pensando em fazer tudo separado para um, que tal oportunizar para todos a LIBRAS, gravuras sobre os conteúdos… Que tal transformar suas aulas em aulas acessíveis para um e uma oportunidade para todos se prepararem para um mundo que já está aí?
        Repense também a avaliação, a letra cursiva, a sua relação com os professores que estão inovando…
         “Bata um Papo” com o Construtivismo. Tudo bem se não quer deixar algumas coisas de lado. Mas o ponto é este: nem se feche para o novo, nem jogue o que sabe no lixo. Ninguém está pedindo isso.
        Considere que todos os estudantes têm pré conhecimentos muito importantes para incorporar na sala de aula, realize pesquisas, dê voz aos estudantes deixando que a sala tenha um barulho peculiar, e também permita o livre trânsito pela sala. Não pense que com isso os momentos de silêncio e atenção deverão ser esquecidos. De maneira alguma.
        Não caia nos corporativismos. É uma algema que aperta cada vez que alguém quer se soltar. Amarra, obriga a agir uniformemente, impede de pensar por si. Não se junte aos professores que culpam os estudantes pelo (mal interpretado) fracasso escolar. Não trabalhe com essa coisa de culpa. Saiba que sempre estará aprendendo. Liberte-se da rigidez.
        Ao pessoal que já tem experiência, já arregaçou as mangas e tem realizado trabalhos fantásticos em sala de aula (e fora dela!), tomando os estudantes como parceiros na empreitada pelo conhecimento, com enfoque no respeito à diversidade, uma proposta: divulgue-os.
        Muito profissional já começou, organizando seu fazer pedagógico respeitando a diversidade, tornando suas aulas acessíveis a todos. Mesmo sem estudante com deficiência na turma, procura planejar aulas com mais recursos audiovisuais, com elementos táteis. Grava as aulas, as revê ou escuta com os estudantes, promove a elaboração de material sensorial com todos. Tem professor que trabalha com LIBRAS, usa reglete e punção na sala de aula.
        Se você tem algo a dizer, é a hora!!!!!!
        Este texto não acaba aqui…

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