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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Os prós e os contras das lições de férias em julho

O que é melhor para os alunos nas férias de julho? Atividades para não interromper a aprendizagem ou o puro descanso?


O ideal é que as lições de férias não sejam chatas, extensas e cansativas

As férias de julho chegaram. É hora daquela parada preciosa para recarregar a bateria e recomeçar em agosto com energia total, certo? Nem sempre. Para algumas escolas, as férias de julho estão incluídas no andamento do ano letivo e, por isso, a aprendizagem não deve ser interrompida. Para essas escolas, uma parada total no mês de julho quebraria o ritmo de estudo e atrapalharia o rendimento dos alunos. Por isso, elas propõem alguns trabalhos, pesquisas e deveres. Mas a pergunta que fica é: dá para conciliar as atividades e o descanso? Quer saber mais sobre o assunto.

Parabéns...

Ser Pedagogo...
Ser Pedagogo não é apenas ser Professora, Mestre, Tia, Coordenadora, Supervisora, Orientadora, Dona de escola. 
É mais do que isso
É ser Responsável.
Ser Pedagogo é ter coragem de enfrentar uma sociedade deturpada, equivocada sem valores morais nem princípios.
Ser Pedagogo é ser valente, pois sabemos das dificuldades que temos em nossa profissão em nosso dia a dia.
Ser Pedagogo é saber conhecer seu caminho, sua meta, e saber atingir seus objetivos.
Ser Pedagogo é saber lidar com o diferente, sem preconceitos, sem distinção de cor, raça, sexo ou religião.
Ser Pedagogo é ter uma responsabilidade muito grande
nas mãos.
Talvez até mesmo o futuro...
Nas mãos de um Pedagogo concentra- se o futuro de muitos médicos, dentistas, farmacêuticos, engenheiros, advogados, jornalistas, publicitários ou qualquer outra profissão...
Ser Pedagogo é ser responsável pela vida, pelo caminho de cada um destes profissionais que hoje na faculdade e na sociedade nem se quer lembram que um dia passaram pelas mãos de um Pedagogo.
Ser Pedagogo é ser mais que profissional, é ser alguém que acredita na sociedade, no mundo, na vida.
Ser Pedagogo não é fácil, requer dedicação, confiança e perseverança.
Hoje em dia ser Pedagogo em uma sociedade tão competitiva e consumista
não torna-se uma profissão muito atraente, e realmente não é.


A IDENTIDADE DO COORDENADOR PEDAGÓGICO



Nos últimos anos, o mundo, assim como a educação, vem passando por profundas e duras transformações. Diante desse quadro a competição cresce desorganizadamente sem ética e ganhando espaço para a disputa do “Ter.”
O trabalho do Coordenador Pedagógico, nas últimas décadas, tem-se pautado em projetos que busquem soluções para as dificuldades que são enfrentadas no cotidiano da escola. O coordenador passa então a ser o articulador desse processo de ensino-aprendizagem.
Acreditar no papel do coordenador é entender as transformações atuais do processo educativo e perceber o quanto essa evolução trouxe problemas como os enfrentados todos os dias no espaço escolar. Por mais que o coordenador pedagógico seja político e democrático, ele não dá conta de resolvê-los. Essa tarefa formadora, articuladora é difícil, primeiro porque não há fórmulas prontas a serem reproduzidas. É preciso criar soluções adequadas a cada realidade. Mudar as práticas pedagógicas não se resume em uma tarefa técnica de implementação de novos modelos, significa reconhecer limites, alterar valores, empreender mudança em torno da cultura organizacional.

Atuação do coordenador é sempre solidária, mas, no decorrer do dia é um solitário que chora , pede socorro, ri e enfrenta milhares de problemas pessoais como outros profissionais. Contribui, e às vezes não encontra contribuição, ensina valores e nem sempre é valorizado. Esperam-se do Coordenador Pedagógico liderança, conhecimento, paciência, vocação, amor, democracia e articulador. Essa visão ampla e diversificada da função de um coordenador, esse acúmulo de funções faz com que a identidade desse profissional fique ao Léu. É preciso encontrar um Coordenador Pedagógico “Virtual” para suprir todas as necessidades da educação.
“A qualidade irregular da supervisão do praticum e a falta de preparação formal, quer coordenadores universitários, quer dos coordenadores das escolas” (Zeichner, 1992:119), tem contribuído para que não melhore a qualidade da formação dos profissionais que atuam na escola, docentes ou não.
Na verdade, não existem modelos para a formação da identidade de um coordenador; ela é construída, mas, é preciso refleti-la e criar um espaço só para os Coordenadores Pedagógicos debaterem sua prática.
Penso que o Coordenador Pedagógico com ou sem identidade é imprescindível e fundamental em qualquer escola que esteja preocupada com a qualidade de ensino-aprendizagem.
Enfim, qualquer processo de construção leva tempo mais o importante é não perder o foco.
Edméa Cristina Reis Ferreira

Transforme os Pais em seus aliados. Comunique-se mais com eles

Dentre todas as regras, esta é sem dúvida a mais delicada e considerada por muitos Professores uma tarefa impossível.

Transformar os Pais em aliados não é algo que acontece da noite para o dia, e também não é algo que virá sem esforço da sua parte. É isso mesmo, esforço, trabalho, suar a camisa, fazer por merecer a admiração deles. Você não leu errado não, escrevi ADMIRAÇÃO sim.

E sabe quando os Pais começam a nutrir esse sentimento por você ? Quando o Professor demonstra GENUINAMENTE que se IMPORTA com o FILHO deles e que tem COMPETÊNCIA para ensinar.

Por isso, se você quer a admiração e apoio dos Pais aqui vão algumas dicas:
- Mostre respeito por cada criança e por sua família
- Ajude cada aluno a desenvolver-se além do livro didático
- Forneça ajuda e orientações aos Pais nas tarefas de casa
- Dê feedback constante aos Pais, acerca dos progressos e necessidades do aluno
- Demonstre sempre atitude e comportamento positivo e profissional
- Encontre os pontos fortes do aluno e incentive-os com elogios

Agindo assim, os Pais vão querer participar mais das Reuniões de Pais, passarão a fazer comentários positivos no lar acerca do Professor e estarão mais abertos para receber orientações acerca da educação dos filhos .
Abraço
 
Roseli Brito - psicopedagoga

DISCIPLINA


LIMITES SEM SOFRIMENTO

Colocar limites, porém, nem sempre é fácil. A tentação de ficar irritada e começar a gritar pode ser grande.

1) - Acima de tudo seja coerente: Não confunda as crianças com graus de aceitação diferentes perante um determinado comportamento. Se subir na cadeira for uma proibição sua, esta deve ser sempre uma proibição. Se você deixar num dia e não deixar no outro, as crianças tentarão tirar proveito dessa brecha. "Apenas alunos com hiperatividade ou alguma deficiência devem receber, eventualmente, um tratamento diferenciado. E isso os colegas de classe conseguem entender".

2) - Altere a voz e a expressão, mas não grite: Quando fizer uma censura, altere a voz para marcar a emoção, mas não se mostre muito irritada, pois pode parecer que você não se sente capaz de controlá-los. Em caso de balbúrdia geral, adote códigos de silêncio: - Bata palma 3 vezes; - Apague a luz; - Comece a cantar; - Pare tudo e sente-se.

3) - Combine as regras de antemão: Essa atitude impede que você tenha de explicar a razão de uma regra no momento em que ela é quebrada. E a melhor forma de chegar às regras que valerão a todos é a chamada assembléia. "Promova uma assembléia: Em roda, estimule-os a expressar o que consideram certo e errado. Fale você também. Os motivos das regras devem ser discutidos nessa hora. Assim, no momento de chamar a atenção de um aluno, diga "Lembra que isso é errado?", partindo do princípio de que a justificativa já foi dada."

4) - Não peça para a criança refletir: Se tiver de refletir quando faz algo errado, a criança pode acabar relacionando a reflexão a algo negativo. Como a reflexão é essencial no aprendizado e na vida em geral, evite ligá-la a situações de repreensão.

5) - Adote a cooperação: A cooperação pode ser um santo remédio para maus comportamentos. Peça para os alunos arrumarem a classe com você ou para participar do "conserto" de algo que fez: se machuca um colega, pode ajudar no curativo.

7) - Expressão dos sentimentos: Dizer "Não gostei" ou "Isso me ofende" é muito válido, pois, na vida em sociedade, sempre teremos de lidar com os limites das outras pessoas. Se você se expressa, mostra ao aluno que tem sentimentos a ser respeitados.

8) - Dê exemplos positivos: Não basta dizer que a atitude está errada. Especifique com o aluno como poderia ter sido diferente.

IMPORTANTE!
- A autoridade da classe é a professora: seja firme!- Se a turma inteira estiver desinteressada, questione-se sobre a atividade.Ela pode não ser adequada.- Só comunique os pais se o aluno apresentar especial dificuldade com regras.- Lembre-se: crianças de até 6 anos não têm disposição para ouvir sermões.Faça observações curtas e diretas, como "Isso não pode" e "Pare com isso".

(Dicas da Psicóloga Daniela Alonso, de São Paulo, para a Revista "Guia Prático para Professoras de Educação Infantil" de setembro de 2005. )

O valor da aula


Quando eu fazia o curso de graduação alguns estudantes inventaram um modo próprio de avaliarmos as aulas de que participávamos. O tom espirituoso do “instrumento de avaliação” dizia-nos que, durante o nosso curso, depararíamos com aulas “verdes, azuis e marrons”.
As chamadas “aulas verdes” funcionavam como um bom passaporte para o trato de informações objetivas que nos levava ao conhecimento subjetivo.

Todos nós as entendíamos. Porém, o potencial formativo desse tipo de aula era tal que fazia mais por nós, uma vez que nos possibilitava transformar o conhecimento apreendido em nossa subjetividade em saber qualificador da intersubjetividade. O que antes era pura informação no suporte material transformava-se em conhecimento no nosso mundo interno, na nossa mente, para, em seguida (ou concomitantemente), ser mobilizado em nossa ação no mundo, de maneira a ser aplicado significativamente nos processos que desenvolvíamos na vida pessoal, profissional e social.


Aulas verdes produziam saber, e isso era tudo o que alguns de nós mais desejávamos.Aquelas que chamávamos “aulas azuis” dificultavam sobremaneira a nossa vida. Só o professor (ou professora) entendia essa modalidade de aula. Nós, os alunos, ficávamos a “ver navios”.

Tínhamos mesmo a sensação de que não era apenas a aula que se fazia inalcançável pela nossa compreensão, mas a disciplina da qual ela era parte também fugia (com sua estrutura e sentido) das possibilidades transmissivas do professor. A aula era truncada em sua estrutura interna porque não se articulava, logicamente falando, com os demais elementos que compunham a disciplina.

A disciplina, por sua vez, também não manifestava clareza quanto à sua razão de ser no curso em que era desenvolvida. Resultado: todo o projeto político-pedagógico formativo ficava a desejar na parte relacionada às tais aulas azuis. O professor não entendia que o ato de fazer com que superássemos nosso “não saber” constituía no seu desafio elementar em sala de aula, razão pela qual a disciplina dele não passava de uma obriga toriedade sem sentido. Só para ele a aula dizia alguma coisa. Quanto a nós, ela apenas nos conformava em nossa ignorância, em nosso “não saber”.

Finalmente, tínhamos as “aulas marrons”, as quais, além de carregar tudo o que “qualificava” as “aulas azuis”, faziam-se muito mais complicadas: nem o professor nem os alunos entendíamos a mensagem daquelas aulas. Calamidade total! O professor não tinha claro para si que o magistério de nossos dias requer, além de domínio teórico, metodológico e ético, a capacidade comunicacional elementar para que a transposição didática se efetivasse a contento. O fracasso na comunicação colocava em risco a relação pedagógica, essa que se justifica quando o “ignorar” de alguns é colocado ante o domínio disciplinar e epistêmico de um professor, de uma professora. Essas aulas faziam-nos perder tempo, um bem realmente precioso para quem cursa a educação formal.

Hoje, quando alguns de nós nos encontramos nas “esquinas da vida”, ainda comentamos sobre aquele nosso modo de avaliar as aulas de nosso curso. Noto em todos o desejo de que nossa educação só irá realmente “entrar nos eixos” quando o verde da esperança, da educabilidade e do entendimento compartilhado ousar adentrar nossas escolas. Oxalá, esse acontecimento não demore e possa ser verificado por todos quantos fazemos e sofremos a educação escolar. Em se tratando de aula, podemos arriscar a dizer que “sem comunicação não há educação”. O valor de uma aula reside em seu grau de compreensibilidade.

Wilson Correia é filósofo, psicopedagogo e doutor em Educação pela Unicamp e Adjunto em Filosofia da Educação na Universidade Federal do Tocantins. É autor de ‘TCC não é um bicho-de-sete-cabeças’. Rio de Janeiro: Ciência Moderna: 2009.


Filhos autônomos, filhos felizes



Os pais criam os filhos autônomos quando lhes ensinam aquilo que precisa ser feito, da maneira que acreditam ser correta, capacitando-os para a vida e não os abandonando a própria sorte. Não é preciso se preocupar com o momento de solta-los, pois eles mesmos caminharão com as próprias pernas para fazer tudo o que lhes foi ensinado.
Quando for cobrado, verifique o que foi assimilado e complete com as orientações que ache que ficou faltando.
Entretanto, tenha isso em mente: a base para desenvolver a autonomia está em ensinar a seus filhos os valores que você acredita serem corretos e estabelecer regras convenientes. E também deixar claro aquilo que espera deles.
Pais capacitados a educar os filhos sabem dar responsabilidade a eles, sabem até onde exigir deles, e não exige nem a mais e nem a menos que isso; não extrapolam e nem se omitem e têm a autoridade para impor a disciplina necessária. Se você deseja ser um bom pai ou uma boa mãe, deve – e pode – aprender a fazer tudo isso.
Um casal só se capacita na tarefa de ser pai e mãe por meio de muito diálogo, muito interesse, muita paciência e determinação. O resultado sempre vale a pena.
Os pais têm que ter autoridade. Ela é conquistada com respeito, posicionamento, valor e determinação. As crianças reconhecem alguém com autoridade e obedecem a voz de comando.
Deixar os filhos à vontade para fazer o que quiserem torna-os inseguros, sem rumo e infelizes.
Se não há quem as oriente e as controle, as crianças, em geral, ficam perdidas, não sabem o que fazer. Quando isso acontece, eFilhos autônomos, filhos felizes

(Cris Poli – Super Nani)

O PAPEL DO DIRETOR E COORDENADOR PEDAGÓGICO


A primeira questão que nos vem à mente, ao tratarmos do planejamento, sempre repetida e quase nunca levada a sério por muitos, é a que se refere ao compromisso. Nenhum planejamento terá validade, se os envolvidos não se propuserem a cumpri-lo integralmente. Mas esse cumprimento somente será possível por meio de um "acompanhamento e cobrança".

Assim, a primeira tarefa do corpo diretivo, em discussão com todos (professores, pessoal de apoio, etc...), será encontrar mecanismos que garantam o cumprimento de tudo aquilo que todos se comprometam a realizar em um coletivo. Sabemos como é difíceis concretizar o plano, tal a rotina e o marasmo, que toma conta de quase todos, passadas algumas semanas.

Entenda-se o termo "acompanhamento e cobrança", no seu sentido educacional, ou seja, o de detectar problemas e propor soluções para resolvê-los pelo diálogo honesto, conjunto e democrático.

Quanto ao processo pedagógico, parece-nos que esse gerenciamento e cobrança jamais poderão ter alguma eficiência, sem que se tenham, em mãos, dados concretos, resultantes das metas e objetivos.

Os mecanismos de "acompanhamento e cobrança" poderão variar de escola para escola, mas deverão basear-se sempre em documentação, em todas as disciplinas, de tal forma que os responsáveis pela supervisão do processo pedagógico possam ter uma idéia do que está sendo realizado em sala de aula, para cumprimento do Plano de Escola. Apenas, dessa forma, não se permitirão as constantes lacunas deixadas, anualmente, na formação intelectual dos alunos, quando os ciclos de estudo não se completam.

Entendemos que a abertura dos trabalhos de planejamento, com todos os professores deva enfatizar os aspectos acima mencionados, inclusive objetivando esclarecê-los de que o "acompanhamento e cobrança" não devem ser encarados como fiscalização e interferência e, sim, a tentativa de um trabalho permanentemente reflexivo e, quando for o caso, replanejado.

Nenhum planejamento terá validade, se os envolvidos não se propuserem a cumpri-lo integralmente.



ALUNOS X EDUCAÇÃO



Todo dia é a mesma coisa!
Alunos desmotivados. Não querem nada. Chegam na aula e querem dormir. Isso quando tentam negociar com você para que não tenham aula!
O que está acontecendo com essa geração?
Por mais que façamos, nada agrada! E isso começa desde os pequenos até o ensino médio!
Estou cada vez mais preocupada com essa moçada!
Não sabem o que querem da vida, não se importam com o futuro, não buscam o melhor muito menos a excelência no que fazem!
Poucos são aqueles que se preocupam. A maioria dos pais de hoje têm deixado a educação que começa em casa para que a escola o faça! Isso é absurdo! Estão passando toda a responsabilidade para a escola!
Realmente as mudanças de comportamento estão sendo grandes e preocupantes...
E o nosso governo se importa??? E a maioria das famílias se importa???
São tantas teorias que não resolvem nada! O que vejo é que não temos alternativas no momento, o que temos a fazer é continuar nosso trabalho sabendo que a educação é fundamental para toda vida, é a chave que pode mover a nação, tem o poder de mudar mentes e é capaz de formar homens de bem com visão globalizada.
Tanto a escola como nós professores temos um grande desafio pela frente: transformar a educação de ontem numa educação de hoje, trazer as realidades para a sala de aula, modernizar. Sei do preço que temos que pagar para isso, pois eu sinto isso, mas é preciso, é necessário, é urgente!



Coordenador pedagógico: um profissional em busca de identidade

Pesquisa da FVC conclui que a formação de professores começa a ser o foco da atuação do coordenador, mas ele ainda sofre com a falta de apoio




Foto: Omar Paixão
Em algumas redes de ensino, ele é chamado de orientador, supervisor ou, simplesmente, pedagogo. Em outras, de coordenador pedagógico, que é como GESTÃO ESCOLAR sempre se refere ao profissional responsável pela formação da equipe docente nas escolas. Nas unidades que contam com sua presença, ele faz parte da equipe gestora e é o braço direito do diretor. Num passado não muito remoto, essa figura nem sequer existia. Começou a aparecer nos quadros das Secretarias de Educação quando os responsáveis pelas políticas públicas perceberam que a aprendizagem dos alunos depende diretamente da maneira como o professor ensina.

Diante desse cenário, a Fundação Victor Civita (FVC) decidiu descobrir quem é e o que pensa esse personagem relativamente novo no cenário educacional brasileiro, escolhendo-o como tema de uma pesquisa intitulada O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada de Professores: Intenções, Tensões e Contradições. Realizado pela Fundação Carlos Chagas (FCC), sob a supervisão de Cláudia Davis, o estudo teve a coordenação de Vera Maria Nigro de Souza Placco e de Laurinda Ramalho de Almeida, ambas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e de Vera Lúcia Trevisan de Souza, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Graças a ela, fizemos esta edição especial, com reportagens e seções tratando de temas relativos à coordenação pedagógica.

Uma das principais conclusões da pesquisa é que, apesar de ser um educador com experiência, inclusive na função (saiba mais sobre o perfil desse profissional no quadro abaixo), ainda lhe faltam identidade e segurança para realizar um bom trabalho. Ele se sente muito importante no processo educacional, mas não sabe ao certo como agir na escola frente às demandas e mostra isso por meio de algumas contradições: ao mesmo tempo em que afirma que sua atuação pode contribuir para o aprendizado dos alunos e para a melhoria do trabalho dos professores, não percebe quanto isso faz diferença nos resultados finais da aprendizagem (veja mais no quadro da próxima página). "A identidade profissional se constrói nas relações de trabalho. Ela se constitui na soma da imagem que o profissional tem de si mesmo, das tarefas que toma para si no dia a dia e das expectativas que as outras pessoas com as quais se relaciona têm acerca de seu desempenho", afirma Vera Placco.


Aspectos do planejamento escolar




Priscila Monteiro, coordenadora de formação em Matemática da prefeitura de São Caetano do Sul, na grande São Paulo, e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10, aborda alguns aspectos importantes relativos ao planejamento da escola e das atividades do professor em sala de aula.


A fachada revela a identidade da escola


A fachada revela a identidade da escola

Muros e placas são elementos visuais que comunicam a identidade da instituição


Infográfico: Bruno Algarve
Assim como as características de uma casa, uma loja ou mesmo um consultório médico revelam a identidade de seu uso e de seu público, o prédio da escola deve ter traços que a identifiquem enquanto instituição de ensino. A começar pela fachada, que, afinal, é um dos cartões de visitas de qualquer escola. Bem cuidada, ela será motivo de orgulho para todos que ali circulam.

A preocupação com esse espaço pode parecer insignificante, principalmente para os gestores, que têm de enfrentar muitos problemas de infraestrutura. No entanto, essa é uma questão estética que não diz respeito apenas ao fato de manter um lugar bonito para estudar e trabalhar. O essencial é que ele seja organizado de forma a receber bem alunos, professores, funcionários e a comunidade, demonstrando o respeito que a escola tem para com seus usuários. "Um ambiente limpo, ordenado e agradável fica convidativo para o ensino e a aprendizagem", diz Maura Barbosa, coordenadora da Comunidade Educativa Cedac e consultora pedagógica de NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR.

A divulgação da identidade da escola para a sociedade é tão importante que deve estar prevista em destaque no projeto político-pedagógico. "A falta de cuidado com a fachada e toda a área de entrada, por exemplo, pode revelar que esse assunto não foi discutido no PPP" , explica a consultora.

Para Agustín Escolano, professor de Filosofia e Lógica da Faculdade de Educação da Universidade de Valladolid, Espanha, os espaços educativos, como lugares que abrigam a liturgia acadêmica, estão dotados de significados: "Eles transmitem uma importante quantidade de estímulos, conteúdos e valores".

Muros sujos, por exemplo, mostram descaso com o patrimônio público. Já se eles forem bem acabados, coloridos ou grafitados - não pichados! - pelos alunos, significarão um cuidado com a preservação do local, servindo de estímulo e exemplo para que todos zelem por sua manutenção.

É verdade que, na maioria das vezes, existem limitações para mexer na arquitetura do prédio, mas isso nem sempre é necessário para manter uma fachada em ordem e apresentável. Basta ter atenção a alguns detalhes.
Como deixar o espaço bem organizado
Os detalhes da entrada que são importantes para bem receber alunos, professores e funcionários
Espaço bem organizado. Infografia: Bruno Algarve


A escola da família



A escola da família

Aproximar os pais do trabalho pedagógico é um dever dos gestores. Conheça aqui 13 ações para essa parceria dar resultado




Ilustrações: Sattu

Está na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): as escolas têm a obrigação de se articular com as famílias e os pais têm direito a ter ciência do processo pedagógico, bem como de participar da definição das propostas educacionais. Porém nem sempre esse princípio é considerado quando se forma o vínculo entre diretores, professores e coordenadores pedagógicos e a família dos alunos

Neste vídeo, pais e mães dizem de que forma acompanham os estudos de seus filhos. A especialista Heloisa Zymanski, professora de Psicologia da Educação da PUC-SP, fala sobre a relação entre famílias e escolas.


O relacionamento chega a ser ambíguo. Muitos gestores e docentes, embora no discurso reclamem da falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos - com alguns até atribuindo a isso o baixo desempenho deles - não se mostram nada confortáveis quando algum membro da comunidade mais crítico cobra qualidade no ensino ou questiona alguma rotina da escola. Alguns diretores percebem essa atitude inclusive como uma intromissão e uma tentativa de comprometer a autoridade deles. Já a maioria dos pais, por sua vez, não participa mesmo. Alguns por não conhecer seus direitos. Outros porque não sabem como. E ainda há os que até tentaram, mas se isolaram, pois nas poucas experiências de aproximação não foram bem acolhidos e se retraíram.
No Brasil, o acesso em larga escala ao ensino se intensificou nos anos 1990, com a inclusão de mais de 90% das crianças em idade escolar no sistema. Para as famílias antes segregadas do direito à Educação, o fato de haver vagas, merenda e uniforme representou uma enorme conquista. "Muitos pais veem a escola como um benefício e não um direito e confundem qualidade com a possibilidade de uso da infraestrutura e dos equipamentos públicos. Isso de nada adianta se a criança não aprender", afirma Maria do Carmo Brant de Carvalho, coordenadora geral do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), em São Paulo.

A escola foi criada para servir à sociedade. Por isso, ela tem a obrigação de prestar contas do seu trabalho, explicar o que faz e como conduz a aprendizagem das crianças e criar mecanismos para que a família acompanhe a vida escolar dos filhos. "Os educadores precisam deixar de lado o medo de perder a autoridade e aprender a trabalhar de forma colaborativa", afirma Heloisa Szymanski, do Departamento de Psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Neste vídeo Heloisa Zymanski, professora de Psicologia da Educação da PUC-SP, explica qual são as relações que devem existir entre famílias e escolas. “Quando a criança percebe que seus pais estão em uma aliança com a escola, ela se sente muito mais protegida” diz a especialista.

Um estudo realizado pelo Convênio Andrés Bello - acordo internacional que reúne 12 países das Américas - chamado A Eficácia Escolar Ibero-Americana, de 2006, estimou que o "efeito família" é responsável por 70% do sucesso escolar. "O envolvimento dos adultos com a Educação dá às crianças um suporte emocional e afetivo que se reflete no desempenho", afirma Maria Amália de Almeida, do Observatório Sociológico Família-Escola, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Mas o que significa uma parceria saudável entre essas duas instituições? Os pais devem ajudar no ensino dos conteúdos e os professores no dos bons modos? Claro que não. A colaboração que se espera é de outra ordem. "O papel do pai e da mãe é estimular o comportamento de estudante nos filhos, mostrando interesse pelo que eles aprendem e incentivando a pesquisa e a leitura", diz Antônio Carlos Gomes da Costa, pedagogo mineiro e um dos redatores do ECA (leia sobre o que a família pode fazer para ajudar na Educação dos filhos no quadro abaixo). Para isso, é preciso orientar os pais e subsidiá-los com informações sobre o processo de ensino e de aprendizagem, colocá-los a par dos objetivos da escola e dos projetos desenvolvidos e criar momentos em que essa colaboração possa se efetivar.

Quando o assunto é aprendizagem, o papel de cada um está bem claro - da escola, ensinar, e dos pais, acompanhar e fazer sugestões. Porém, se o tema é comportamento, as ações exigem cumplicidade redobrada. Ao perceber que existem problemas pessoais que se refletem em atitudes que atrapalham o desempenho em sala de aula, os pais devem ser chamados e ouvidos, e as soluções, construídas em conjunto, sem julgamento ou atribuição de culpa. "Um bom começo é ter um diálogo baseado no respeito e na crença de que é possível resolver a questão", acredita Márcia Gallo, diretora da EME Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, SP, e autora do livro A Parceria Presente: A Relação Família-Escola numa Escola de Periferia de São Paulo.

Visando ajudar você a dar os passos necessários para cumprir o dever legal e social de ter um relacionamento de qualidade com as famílias, NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR elaborou uma lista com 13 ações, que vão desde o acolhimento no começo do ano letivo até as atividades de integração social. Dê sua opinião sobre o assunto no final desta página, em "comentários". A consultora Márcia Gallo responderá suas dúvidas.

Os deveres da família
Até o século 19, a separação de tarefas entre escola e família era clara: a primeira cuidava daquilo que à época se chamava "instrução", que na prática era a transmissão de conteúdos, e a segunda se dedicava à "Educação", o que significava o ensinamento de valores, hábitos e atitudes. "A Era Moderna deixa nebulosa essa divisão do trabalho educacional. Reconhecida como um valor de ascensão social para as classes surgidas com a urbanização, a Educação passa a ser objeto de atenção das famílias e as expectativas em relação à escola se ampliam", diz Maria Amália de Almeida, da UFMG. Na prática, a escola passou a ser reconhecida como um espaço de aprendizagem dos conteúdos e de valores para a formação da criança. Assim, as fronteiras se tornaram confusas. As responsabilidades da escola já foram detalhadas na reportagem ao lado. Mas, o que se pode esperar das famílias, além de que elas garantam o ingresso e a permanência das crianças em sala de aula? Quando se sentem integradas, elas passam a participar com entusiasmo das reuniões e se tornam parceiras no desafio de melhorar o desempenho dos filhos. Com o intuito de indicar caminhos para a participação mais efetiva das famílias, o projeto Educar para Crescer, iniciativa da Editora Abril e da Universidade Anhembi Morumbi, vai lançar a partir de 26 agosto o Guia da Educação em Família, que será encartado em diversas publicações da editora. Esse material, assim como o folheto Acompanhem a Vida Escolar dos Seus Filhos, do Ministério da Educação, traz orientações simples sobre como os pais podem trabalhar com a escola. Entre as dicas, estão:
- Ler para as crianças ou pedir para que elas leiam para eles.
- Conversar sempre com os filhos sobre assuntos da escola.
- Acompanhar as lições de casa e mostrar interesse pelos conteúdos estudados.
- Verificar se o material escolar está completo e em ordem.
- Zelar pelo cumprimento das regras da escola.
- Participar das reuniões sempre que convocados.
- Conversar com os professores.



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