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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Dúvidas: Alfabetização


Dúvidas:
Como alfabetizar?
Qual é o melhor método?
Será que vai dar certo o que estou trabalhando?
Por onde começar?

Se você está se sentindo insegura(o) com o seu trabalho em alfabetizar, saiba que você não é única(o).
Eu também já passei por isso e só com o tempo e a prática é que escolhemos e encontramos o melhor caminho a percorrer.
Por isso procure conhecer as concepções de alfabetização, veja quais são as vantagens e desvantagens de cada uma.
A escolha do método depende muito do Projeto Pedagógico de sua escola e dos pressupostos educacionais de seu município ou estado.


A concepção de alfabetização atualmente mais difundida é a de alfabetizar letrando.
Alfabetizar letrando significa orientar o/a alfabetizando/a para que ele/a aprenda a ler e a escrever na perspectiva da convivência com práticas reais de leitura e de escrita. Isto implica em substituir as tradicionais e artificiais cartilhas por livros, por revistas, por jornais, enfim, pelo material de leitura que circula na escola e na sociedade, criando situações que tornem necessárias e significativas práticas de produção de textos.

Por onde começar?
Primeiro você precisa fazer o diagnóstico, ou seja a sondagem com um rol de palavras e verificar em qual fase de aquisição da escrita seus alunos se encontram.

No 1º ano pode-se iniciar o trabalho através de palavras significativas, como por exemplo: os nomes dos alunos.

Você pode agrupar os alunos (em duplas) com níveis próximos, exemplos: pré-silábico com silábicos, silábicos com silábicos alfabéticos, silábicos alfabéticos com alfabéticos e outros. O que não pode é agrupar alunos com níveis bem distintos, por exemplo, pré-silabico com alfabético.

Para as 1º e 2º anos, tendo como objetivo a alcançar que todos os alunos passem para a fase alfabética, utilize textos conhecidos como listas, rótulos, parlendas, músicas, cantigas, trava-línguas, adivinhas, histórias em quadrinhos, receitas, poemas e outros.




Alfabetização e construtivismo









Para Emilia Ferreiro, o ato de ensinar desloca-se para o ato de aprender por meio da construção de umconhecimento que é realizado pelo educando, que passa a ser visto como um agente e não como um ser passivo que recebe e absorve o que lhe é "ensinado".

Na perspectiva dos trabalhos desenvolvidos por Ferreira, os conceitos de prontidão, imaturidade, habilidades motoras e perceptuais, deixam de ter sentido isoladamente como costumam ser trabalhados pelos professores. Estimular aspectos motores, cognitivos e afetivos são importantes, mas, vinculados ao contexto da realidade sócio-cultural dos alunos.
Para a educadora, é necessário para o processo de aquisição da escrita que o professor compreenda os diferentes níveis em que os alunos se encontram e vão se desenvolvendo durante o processo de alfabetização.
Ferreiro coloca que para a alfabetização ter sentido, ser um processo interativo, é preciso trabalhar com o contexto da criança, com histórias e com intervenções, desde que essas palavras ou histórias façam algumsentido para elas.


Não é porque o aluno participa de forma direta da construção do seu conhecimento que o professor não precisa ensiná-lo. Ou seja, cabe ao professor organizar atividades que favoreçam a reflexão da criança sobre a escrita, porque é pensando que ela aprende.


Definitivamente, não existe o "método Emília Ferreiro", com passos predeterminados, como muitos ainda possam pensar. Os professores têm à disposição uma metodologia de ensino da língua escrita coerente com as mudanças apontadas pela psicolinguista, produzida por educadores de vários países.
O fato de a criança aprender a ler e escrever lendo e escrevendo, mesmo sem saber fazer isso, é um desses princípios. Nas escolas construtivistas, os alunos se alfabetizam participando de práticas sociais de leitura e de escrita.
É oportuno lembrar que o construtivismo não é um método de ensino. Construtivismo se refere ao processo de aprendizagem, que coloca o sujeito da aprendizagem como alguém que conhece e que o conhecimento é algo que se constrói pela ação deste sujeito. Nesse processo de aprendizagem o ambiente também exerce seu papel, pois, o sujeito que conhece faz parte de um determinado ambiente cultural.



Métodos e concepções de alfabetização


Você conhece os métodos que os professores utilizavam antigamente (até os anos 80) e ainda fazem uso deles?
E as concepções de alfabetização como o construtivismo e o letramento (a partir dos anos 80)?
Entende o que é alfabetizar letrando, a concepção mais atual?
No documento abaixo (uma indicação para leitura) você vai encontrar os pressupostos dos métodos sintéticos (alfabético, fônico, silábico), os analíticos (palavração, sentenciação, ideográfico, historieta) e os mistos.
O documento também descreve sobre o construtivismo e o letramento.
Por último, aborda o paradigma do alfabetizar letrando, pela educadora Magda Soares.
Se você se interessou, acesse o link abaixo e como o próprio documento descreve:

"Revisitar tais concepções, possibilita ao professor/a alfabetizador/a rever a sua prática pedagógica,na perspectiva da ação-reflexão-ação, detectando limites e possibilidades, auxiliando na resignificação do seu olhar para o processo de construção da língua escrita e da sua postura metodológica."

Alfabetização e Letramento

A concepção de alfabetização atualmente mais difundida é a de alfabetizar letrando.

Alfabetizar letrando significa orientar o/a alfabetizando/a para que ele/a aprenda a ler e a escrever na perspectiva da convivência com práticas reais de leitura e de escrita.

Isto implica em substituir as tradicionais e artificiais cartilhas por livros, por revistas, por jornais, enfim, pelo material de leitura que circula na escola e na sociedade, criando situações que tornem necessárias e significativas práticas de leitura e produção de textos.

A proposta de ensino sócio-construtivista

As vantagens da concepção (não é um método) construtivista são muitas:

1- A alfabetização acontece respeitando individualidade de cada aluno e seu ritmo, trabalhando com os níveis de aquisição do processo da escrita, segundo a educadora Emília Ferreiro.
2- A alfabetização é um processo de construção, em que a criança constrói seu conhecimento a partir de reflexões e conflitos de suas hipóteses de escrita.
3- A alfabetização se desenvolve no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e de escrita. Através de vários portadores de textos, a criança entra em contato com a leitura e a escrita do mundo que nos cerca, mesmo ainda sem saber ler. É o processo de alfabetizar letrando.

O processo de alfabetização ocorre por meio das intervenções junto aos alunos, levando-os a entrarem em conflito sobre suas hipóteses de escrita por meio das reflexões das mesmas e a avançarem no seu processo de ensino-aprendizagem.
Ele parte de uma sondagem, que realizada no início do ano e a cada bimestre, diagnosticando quais as hipóteses dos alunos sobre a escrita.
Nas  aulas utiliza-se  diversos tipos de textos como parlendas, trava-línguas, receitas, músicas, bilhetes, poemas, histórias... e muitos jogos.
A hora da leitura é rotina diária, leitura para os alunos de  livro, notícia, curiosidade etc. E na hora da leitura livre as crianças podem entrar em contato com diversos portadores de textos.
Não faltam cartazes com listas de nomes dos alunos ou palavras significativas como lista de brinquedos, uma parlenda ou cantiga conhecida pelo aluno e outros. Assim a criança vai se apropriando do código lingüístico, mesmo sem ainda saber ler.
O papel do alfabetizador é ser um mediador no processo ensino-aprendizagem de seus alunos. Conhecendo e respeitando os alunos, levando-os a construírem seus próprios conhecimentos.

Dúvidas sobre alfabetização

Dúvidas:

Como alfabetizar?
Qual é o melhor método?
Será que vai dar certo o que vou trabalhar?

Se você está se sentindo insegura(o) com o seu trabalho em alfabetizar, saiba que você não é única(o).
Eu também já passei por isso e só com o tempo e a prática é que escolhemos e encontramos o melhor caminho a percorrer.
Por isso procure conhecer as concepções de alfabetização, veja quais são as vantagens e desvantagens de cada uma.
A escolha do método depende muito do Projeto Pedagógico de sua escola e dos pressupostos educacionais de seu município ou estado.

Já postei sobre os métodos tradicionais e sobre o construtivismo.



Os métodos tradicionais


Há vários métodos de ensino, o montessoriano, piagetiano, tradicional, construtivista, etc. Depende da proposta da escola em em você trabalha para saber qual maneira ensinar.

Os métodos tradicionais são:

Alfabético ou soletração
Esse método parte da letra isolada para depois juntá-la a outras, através das sílabas, é um dos mais antigos métodos de alfabetização, tem como ponto de partida a decoração das letras do alfabeto, depois as famílias das sílabas e por último as palavras. Em seguida a criança passa a ler palavras curtas e com o tempo vai evoluindo até começar ler pequenos textos. Nesse processo a criança soletra as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a soletração da palavra mesa que fica assim m, e, me, s, a, sa, mesa. Nesse método é permitido a utilização da cartilha.

Fônico
Este método surgiu sobre a influência da linguística e tem como unidade central o fonema e passou a ser adotado no lugar do alfabético na intenção de superar a grande dificuldade existente naquele por causa da diferença entre nome, som e letra. Ele consiste na memorização dos sons das letras antes de fazer a associação com os desenhos que as representam, ou seja, a criança só vai ter contato com a grafia após fixar os sons.

Silábico
O método silábico tem como proposta  ao processo de alfabetização a partir da sílaba. Posteriormente propôs que fosse ensinado primeiro as vogais, depois as consoantes simples e em seguida os encontros consonantais, de acordo com estudos esse método é um dos métodos que permanece até os dias atuais.
Este método tem como característica a somatória que inicia pelas vogais e pelos encontros vocálicos, depois, ocorre a apresentação do som e da grafia das consoantes. Em seguida, parte-se da junção das consoantes com as vogais formando-se sílabas simples. E por fim os encontros consonantais e as sílabas complexas são apresentados. Somente após a fixação dessas etapas é que o professor apresenta sentenças e mais adiante o texto.

Palavração
Neste método primeiro o aluno aprende as palavras só então se faz a separação em sílabas para a formação de novas palavras. Dessa forma é proposto que ela acompanhe pequenos textos. O professor escreve as palavras que pretende trabalhar em fichas, cartazes, no quadro, etc., acompanhadas ou não de figuras. No decorrer da memorização são estudadas as sílabas e as letras que compõem a palavra.
As palavras são apresentadas de forma agrupada, e geralmente seu ensino parte do pressuposto de que os alunos aprendem a reconhecê-los através da memorização de sua configuração gráfica. Ao mesmo tempo a atenção é dirigida aos detalhes da palavra com sílabas, letras e sons.  E estes depois reunidos, auxiliam o aluno a enfrentar palavras novas.

Sentenciação
Neste método o aluno aprende uma sentença, ou seja, uma frase de acordo com o interesse de todos os alunos, que em seguida é dividida em palavras que novamente serão divididas em sílabas que uma vez aprendidas serão usadas na leitura de novas palavras.

Conto ou texto
Neste método o professor apresenta ao aluno um texto que é lido em voz alta após a leitura é destaca uma frase, uma palavra, até chegar às sílabas ou às letras para formar novas palavras, a idéia fundamental é fazer com que a criança entenda que ler é descobrir o que está escrito.



Alfabetização sóciointeracionista


Segundo Vygotsky há uma abordagem genética da escrita que preocupa-se com o processo de aquisição. Para compreender o desenvolvimento da escrita é necessário estudar o que ele chama de “a pré-história da linguagem escrita” – o que se passa com a criança antes de ser submetida a processos deliberados de alfabetização.
        
As crianças inicialmente imitam o formato da escrita de um adulto, produzindo apenas rabiscos mecânicos, sem nenhuma função instrumental; num nível mais avançado, elas continuam a fazer sinais sem relação com o conteúdo das sentenças faladas, passando por diferentes subníveis, até que consigam diferenciar os signos da escrita pelo conteúdo do que é dito. Neste ponto, a criança já descobriu a necessidade de trabalhar com marcas diferentes em sua escrita, que possam ser relacionadas com o conteúdo. Passa, então, para a utilização dos desenhos como forma de expressão individual. A partir desse momento, a criança passa à escrita simbólica. O próximo passo envolve o aprendizado da língua escrita propriamente dita – não um processo individual, mas que interage com a observação da vida cotidiana (OLIVEIRA, 1993). 

O mais importante é lembrar que se deve ensinar a linguagem escrita e não, simplesmente, a escrita das letras.

Métodos de alfabetização???


Atualmente, muitos professores ainda definem erroneamente o processo de alfabetização como sinônimo de uma técnica.
De acordo com Ferreiro, tradicionalmente, as decisões a respeito da prática alfabetizadora tem-se centrado na polêmica sobre os métodos utilizados. Métodos analíticos contra os métodos sintéticos, fonéticos, contra global, entre outros.
O método, segundo a autora, não cria conhecimento. O que é correto, seria se interrogar, “através de que tipo de prática a criança é introduzida na linguagem escrita, e como se apresenta esse objeto no contexto escolar”.

Existem práticas que levam a criança às convicções de que o conhecimento é algo que os outros possuem e que só se pode adquirir da boca destes, deixando, assim, de ser participante da construção. Outras práticas, no entanto, levam o aluno a participar da construção do conhecimento.
Segundo Ferreiro o desenvolvimento da alfabetização ocorre em um ambiente social. Mas as práticas sociais assim como as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças.

Ferreiro afirma que o professor, para ser eficaz, deverá adaptar seu ponto de vista ao da criança. A pesquisadora mostra que a criança constrói seus conhecimento sobre a escrita. Portanto, é necessário que o professor considere essas fases da aquisição da escrita ao trabalhar a alfabetização.

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