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1º ao 5º ano

No Ensino Fundamental, trabalhamos com uma metodologia que incentiva o aluno de forma, gradual e segura, a buscar suas próprias conquistas e descobrir o prazer em aprender. As estratégias do trabalho educativo e as dinâmicas de classe favorecem o desenvolvimento de hábitos e atitudes adequadas.
Para a 1ª Fase do Ensino Fundamental, nosso trabalho foi planejamento para favorecer a interação de três tipos de contexto (cognitivo, socioafetivo e moral) e o próprio desenvolvimento do aluno.
Quanto aos contextos de desenvolvimento, privilegiamos as seguintes questões:
• Desenvolvimento cognitivo: conhecimento conceitual, raciocínio e capacidade de decisão e as habilidades de linguagem e representação;
• Desenvolvimento moral: valores e crenças;
• Desenvolvimento socioafetivo: auto-estima, empatia e relações interpessoais.
As interações destes três domínios são responsáveis pelas formas de organização do pensamento e das ações. Ou seja, privilegiamos as situações que viabilizam a incorporação das novas aprendizagens à estrutura de conhecimento do aluno, fazendo com que as possibilidades de explicação e de compreensão do mundo sejam enriquecidas.
As formas e os estilos de ensinar e aprender propostos favorecem a motivação, colocando os alunos diante de propostas de ação e reflexão com as quais são instigados a perguntar e a resolver situações-problema. Como estes encaminhamentos, solicita-se a participação dos alunos, proporcionando condições didáticas para que organizem a busca e as informações trabalhadas.
Para este nível de ensino, enfatizamos um contexto de trabalho em sala que estimula a atividade intelectual, estabelecendo conexões com a realidade vivida, por meio da qual as relações humanas podem ocorrer em um meio ambiente educativo que propicia e respeita o desenvolvimento social, afetivo e intelectual de quem aprende.
A PRIMEIRA FASE DO ENSINO FUNDAMENTAL
O papel fundamental da educação no desenvolvimento dos indivíduos e das sociedades é o de trabalhar no sentido de construir uma escola voltada para a formação de cidadãos.
O Ensino Fundamental compõe, com a Educação Infantil e o Ensino Médio, o que a Constituição Federal (1988) e o MEC, os PCNS, e a Lei Federal 9.394 de 1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – nomeia como educação básica, que tem por finalidade “desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação indispensáveis para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir na vida e em estudos posteriores”.
No processo de ensino-aprendizagem, os alunos são envolvidos em situações nas quais articulam fatos, conceitos, princípios, valores, atitudes, normas e procedimentos. Essas intervenções educativas têm como fonte de estudo as ações concretas organizadas pelo próprio plano curricular.
Privilegiamos as situações com as quais o trabalho pedagógico possa contribuir para o desenvolvimento cognitivo, físico, mental e social dos alunos. A organização das ações educativas permite à escola desenvolver um trabalho ativo e transformar-se num lugar onde os alunos fazem descobertas e aprendem a pensar com o que já aprenderam.
A intencionalidade dos processos de ensino aponta para o desenvolvimento da inteligência, para a autonomia dos alunos resolverem problemas, para a maturidade social que permite que se relacionem mais plenamente com os outros.
Ainda, pensando no compromisso científico e de formação humana da escola, as sequências didáticas elaboradas possibilitam que os alunos aprendam a explicar racionalmente os fenômenos naturais e sociais e a agir sobre eles.
Um outro foco educativo desta fase de ensino se direciona para a necessidade de os alunos acentuarem a comunicação e a expressão de forma coerente e sensível diante do mundo. Por isso, exploramos o diálogo com todas as formas de arte. Portanto, a escola quer educar pessoas capazes de construir sua própria visão do mundo, articuladoras de um projeto de vida autônomo que se relaciona positivamente com os outros.
A importância atribuída aos conhecimentos concretos nas atividades escolares liga-se a uma justificativa que não os vê como um fim em si mesmos, mas, sim, como um instrumento que permite aos alunos desenvolverem suas capacidades humanas à medida que dão significados ao conteúdo escolar.
NOSSOS VALORES:
* Crescimento e aperfeiçoamento contínuo.
* Ética nas relações.
* Respeito à pluralidade de culturas.
* Disciplina e organização.
* Trabalho cooperativo.
PROPOSTA PEDAGÓGICA:
Nossa proposta pedagógica privilegia a construção do conhecimento com autonomia e autodisciplina, por meio de ações e situações didáticas que desenvolvem no aluno a capacidade de refletir, discutir e tomar decisões, tendo como base os quatro pilares fundamentais do conhecimento:
* Aprender a Conhecer
* Aprender a Fazer
* Aprender a Conviver
* Aprender a Ser
CONCEPÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA:
O conhecimento é resultado de um processo utilizado pelos alunos para assimilar e interpretar os conteúdos escolares. O que o aluno pode aprender em determinado momento da escolaridade depende das possibilidades delineadas pelas formas de pensamento de que ele dispõe naquela fase de desenvolvimento, dos conhecimentos que já construiu anteriormente e do ensino que recebe.
NOSSO CURRÍCULO:
O saber construído ao longo dos tempos é valorizado, mas os conteúdos são selecionados conforme sua relevância no contexto atual do aluno. Nosso objetivo central é oferecer ao aluno possibilidade de ampliar o seu saber, relacionando os conhecimentos já adquiridos aos novos.
Desenvolvemos também projetos didáticos integrados, que tratam de temas considerados de grande relevância, com conteúdos significativos, questões de gênero, raça e classe, qualidade de vida e novas tecnologias; através de aulas mais temáticas do que disciplinares.
FUNDAMENTOS DO ENSINO FUNDAMENTAL – 1ª FASE
O Ensino Fundamental no Brasil tem por objetivo a formação básica do cidadão mediante:
I. o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II. a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV. o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional
ESTRUTURA CURRICULAR E CARGA HORÁRIA DIVERSIFICADA
As áreas do conhecimento e suas respectivas disciplinas estão assim relacionadas:
* Linguagens, Códigos e suas Tecnologias:
Língua Portuguesa / Literatura;
Artes / Música / Produção de textos (Redação);
Língua Estrangeira (Inglês).
* Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Matemática e suas Tecnologias:
Matemática (Álgebra, Geometria, Matemática Aplicada);
Ciências (Biologia, Física e Química);
Educação Física;
Informática.
Geografia.
História.
PROPOSTA AVALIATIVA
Acompanhamento permanente.
Avaliações constantes, cumulativas e coerentes, sempre adaptadas às novas tendências e exigências.
CORPO DOCENTE
Professores e educadores com formação adequada, experientes, constantemente em capacitação, profissionais que já trazem experiência de anos e de trabalho bem sucedidos.


Brasil, pátria educadora de Jovens e Adultos?

Crédito: Shutterstock / Montagem
O discurso de posse da presidente Dilma Rousseff, reeleita para mais quatro anos à frente do governo federal, ainda repercute entre nós, professores, por conta do lema escolhido para o novo mandato: “Brasil, pátria educadora”. Se por um lado esse posicionamento parece sinalizar que a Educação será finalmente prioridade (algo longamente reivindicado), por outro, nosso instinto é – escaldados por décadas de descaso – desconfiar que possamos mais uma vez ficar somente no discurso, sobretudo no que diz respeito aos Jovens e Adultos.
Será que o slogan vale também para a EJA? Caso sim, precisaremos de um grande esforço para enfrentar de fato os problemas dessa modalidade de ensino. Isso é o que comprovam os dados:
Em termos de alfabetização, o país ainda precisa abrir espaço para que cerca de 13,3 milhões de brasileiros acima de 15 anos aprendam a ler e escrever, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para ter uma ideia do tamanho do problema, segundo o Censo Escolar 2013, há apenas cerca de 3,8 milhões de alunos matriculados na EJA. Isso significa que, para dar conta da população não alfabetizada, a oferta de cursos precisaria mais do que triplicar. Um desafio e tanto!
Ao considerarmos a Educação Básica como um todo, o buraco é ainda mais embaixo: cerca de 83 milhões de pessoas com 18 anos ou mais não concluíram o Ensino Fundamental ou o Médio, de acordo com o Censo Demográfico 2010, o que corresponde à quase metade dos brasileiros.
Em um país com déficits educacionais acumulados por anos, como o Brasil, volta e meia reaparece a discussão se deveríamos investir na EJA: Será que não seria mais interessante priorizar a Educação das crianças, que ainda têm toda a vida profissional pela frente? Esse investimento não “daria mais retorno”? É como se tivéssemos de escolher entre elas e os adultos. Esse argumento é empregado com frequência por alguns gestores para desencorajar investimentos no atendimento ao público mais velho.
Por outro lado, há quem defenda a EJA como uma ferramenta de formação de mão de obra mais qualificada. São comuns reportagens sobre empresas que não conseguem preencher as vagas de trabalho por não encontrarem profissionais suficientemente capacitados. Segundo essa perspectiva, acelerar a formação desses adultos é bom para os empregadores, para o governo e para os futuros funcionários, que conseguiriam melhores ocupações e salários.
Porém, anterior a qualquer debate, há outro aspecto ainda mais essencial, que é o do direito à Educação. Se, como afirma a Constituição Federal, todo brasileiro tem direito à Educação Básica, então o estado deve prover condições para que isso aconteça, mesmo no caso de quem não teve condições de estudar quando criança. Isso significa proporcionar uma situação propícia para que essas 83 milhões de pessoas estudem e concluam uma etapa de aprendizado que lhes é de direito.
Como escreveu o cientista político Daniel Cara, até agora nossa postura como país foi aguardar que as pessoas analfabetas envelheçam e, consequentemente, morram. A perspectiva da EJA como instrumento para prover o direito à Educação ainda não foi encampada historicamente no Brasil. Será que conseguiremos mudar essa postura? Seremos, de fato, uma pátria educadora para todos?

Alunos lentos e rápidos na mesma classe


Crédito: shutterstock
A heterogeneidade das turmas é a grande marca da EJA, o que para nós, professores, é um grande desafio. Há dois perfis de estudantes que, quando estão juntos, são especialmente complicados para o docente. São eles o lento assíduo e o rápido faltoso. Veja se os exemplos a seguir são familiares a você:
Jaqueline* é uma aluna que já domina certos procedimentos escolares e tem facilidade para compreender as propostas do professor. Ela é sempre a primeira a terminar as tarefas e costuma fazer isso com competência. Por essa razão, frequentemente fica sem nada para fazer em sala, esperando que os colegas terminem as atividades. O ritmo mais lento dos demais irrita a estudante, que não tem paciência para trabalhar coletivamente e acaba assumindo uma postura individualista. É comum vê-la mexendo no celular ou em revistas que nada têm a ver com as atividades. Jaqueline falta muito às aulas, um padrão que se repete há alguns semestres.
Já Francisca* foi alfabetizada recentemente e ainda está se acostumando com o mundo letrado. A dificuldade com a leitura lhe traz problemas para compreender as propostas dadas. Apesar do ritmo lento, consegue executar as atividades e o desenvolvimento dela é visível ao longo do semestre. A aluna nunca falta às aulas e sempre interage com os colegas, pedindo ajuda quando não encontra caminhos e buscando contribuir nos pontos que domina.
Estudantes como Francisca e Jaqueline são comuns nas salas de aula e coexistem nas turmas de EJA. Então, como lidar com essa disparidade de perfis?
Em minha classe, tenho alunos muito parecidos com as descrições acima – embora não com os nomes citados. Em uma proposta de pesquisa, decidi colocá-los juntos em um mesmo grupo de trabalho, com a intenção de que um estudante aprendesse com o outro e as diferenças entre eles se compensassem. Porém, a estratégia não funcionou.
As faltas de “Jaqueline” desestabilizaram muito o grupo e, quando presente, ela buscava resolver todos os problemas sem consultar o que já havia sido feito. O ritmo lento de “Francisca”, por sua vez, acabou contribuindo para atrasar o trabalho. Apesar de ter conseguido realizar algumas tarefas e de seu desenvolvimento ser notado, ela não completou a pesquisa. Quando o grupo estava completo, era atropelada por “Jaqueline”.
Diante desse cenário, cabe refletir: é justo avaliar alguém como Jaqueline – que não participa de todas as aulas e interage pouco com os colegas, mas dá conta das propostas – negativamente? E pessoas como Francisca – que se esforçam, mas nem sempre atingem os objetivos–, devem receber sempre uma avaliação positiva?
Você, professor, já deve ter se deparado com situações semelhantes. Como se organiza para lidar com esses dois tipos de estudante? Fale sobre sua experiência nos comentários. No post da semana que vem, vou contar o que eu fiz para lidar com a questão na minha turma e como consegui superar o problema. Não deixe de acompanhar o final dessa história!
*Os nomes são fictícios.

Alunos heterogêneos pedem desafios específicos


Crédito: montagem/shutterstock
No post anterior, apresentei um dilema muito comum nas classes de EJA: os conflitos gerados pela diferença de ritmos e de assiduidade entre os alunos. Muitos professores sentiram-se provocados a discutir o assunto e, a julgar pelos comentários feitos nas redes sociais e aqui no blog, essas diferenças não estão restritas à Educação de Jovens e Adultos.
De fato, a heterogeneidade está presente em qualquer situação que envolva seres humanos, e quem espera a uniformidade não deveria trabalhar com pessoas. Não adianta almejar que todos os alunos sejam iguais quando sabemos que eles não são. Existem diferenças de interesses, expectativas, habilidades, ritmos, entre muitas outras coisas. Em vez de negar essa realidade – que não vai mudar –, nós, professores, deveríamos assumi-la como ponto de partida e, mais que isso, aproveitá-la para potencializar o trabalho em sala de aula.
Seguindo esse ponto de vista, separar os alunos por desempenho se mostra pouco produtivo e antidemocrático. É preciso pensar em práticas pedagógicas que tirem proveito da variedade de que dispomos e que incluam em vez de discriminar. Mas como fazer isso?
Uma primeira saída é enxergarmos a Educação para além dos conteúdos conceituais e assumirmos que a escola também é espaço para desenvolver outros aprendizados, como a tolerância e a convivência, tratando-as como conteúdos a serem trabalhados em grupo. Isso não deve ser feito de maneira acadêmica, expositiva, com o professor explicando o que significa convivência, mas com os estudantes, de fato, convivendo.
Para ilustrar essa ideia, imaginemos um trabalho de pesquisa em grupo sobre o tema Diabetes. Existem, é claro, todos os conteúdos envolvidos e que desejamos que os alunos aprendam, a exemplo da função do pâncreas, do que é glicemia e do que é insulina. Porém, isso é apenas parte da tarefa, pois também queremos que eles conversem, realizem a pesquisa sem brigar, dividam as funções de maneira harmônica e se ajudem. Tendemos a valorizar demais a porção conceitual do trabalho, avaliando se chegaram às ideias academicamente aceitas, mas em grande medida ignoramos toda a interação que a pesquisa envolveu. Essa porção é bem mais difícil de avaliar.
Já que separar os alunos não é uma opção, vou contar como eu faço para lidar com as diferenças de ritmos e perfis em minhas turmas: com desafios específicos para cada estudante. Para isso, proponho uma tarefa clara e que esteja ao alcance do aluno naquele determinado trabalho. Por exemplo, para um digo que o desafio é revisar seu texto e evitar os erros de acentuação. Para outro, peço que relacione os conceitos. Para um terceiro, solicito que inclua a experiência dele de fora da escola no trabalho e assim por diante.
Com essa estratégia, minha intenção é que a atividade seja sob medida para cada perfil, ou seja, desafiadora, mas atingível. Dessa forma, é possível incluir outros objetivos além dos conceituais e fica mais fácil avaliar o desempenho da turma de maneira mais individualizada.  Também fica mais claro para o estudante o que se espera dele, fazendo-o observar seu próprio percurso e o que falta avançar. Esse procedimento, é claro, exige um conhecimento mais detalhado das turmas.
Para continuar no exemplo do post anterior, tanto a aluna rápida faltosa quanto a lenta assídua têm coisas a aprender na escola. Em uma situação que enfrentei recentemente, propus à estudante de ritmo mais lento que ficasse responsável por redigir apenas uma das respostas que o grupo deveria dar, enquanto os colegas fariam outras tarefas. Assim, disporia de bastante tempo. Isso diminuiu a ansiedade dela, que pôde seguir em seu ritmo para finalizar a redação. Do ponto de vista conceitual, não atingiu completamente o esperado, entretanto, houve um progresso inegável em termos de autonomia.
Com a rápida faltosa, tive uma conversa franca. Esclareci que suas ausências desestabilizavam o grupo, mas que percebia que ela compreendia rapidamente os conceitos envolvidos na pesquisa. Seu desafio, portanto, não poderia estar no campo conceitual. Para ela, a encomenda foi tentar faltar menos e organizar as tarefas do grupo no computador, buscando ensinar os colegas em vez de fazer por eles. Essa aluna mostrou-se mais comprometida nesse trabalho do que em outros e foi elogiada pelos demais por sua postura.
Nesse contexto, as duas alunas eram do mesmo grupo e ambas foram avaliadas positivamente nos aspectos em que progrediram, mas não deixei de sinalizar que existiam pontos a melhorar. Mais do que uma nota, as estudantes receberam uma devolutiva que as fez observar o percurso delas e apontou caminhos para avançarem.
Para elas, nesse trabalho em particular, minhas encomendas funcionaram. Não sei se funcionarão em um próximo. Usando um chavão docente: não existe receita. O que existe é reflexão e ação.

PLANEJAMENTO


1. Adapte o currículo da rede à realidade
Um plano de trabalho anual baseia-se no projeto pedagógico e nas orientações curriculares da Secretaria da Educação e deve estar de acordo com as necessidades de aprendizagem dos alunos da instituição.


2. "O trabalho em classe depende do que é feito antes e depois dele. Por isso, estude o assunto e pense nas melhores maneiras de ensiná-lo. Crie as condições para a aprendizagem."

3. Administre bem o horário de trabalho


Distribuir os conteúdos pelo tempo das aulas é complicado. Para determinar as atividades prioritárias, baseie-se na experiência de anos anteriores e na de colegas. Pense na quantidade de horas que você vai dedicar aos estudos, à elaboração das aulas e à correção de tarefas.


4. Antecipe as respostas dos alunos

Cada problema proposto por você provoca um efeito no grupo. Os alunos podem apresentar respostas e dúvidas variadas e seguir estratégias diversas de resolução. Antes de iniciar a aula, pense em intervenções que colaborem para todos avançarem em relação ao conteúdo tratado.


ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

5. Selecione os recursos para cada atividade

A escolha dos livros que serão consultados pela garotada e a organização de materiais como brinquedos, calculadoras, jogos e letras móveis - enfim, de tudo o que será usado na aula - precisa ser feita com antecedência. Desse modo, todos terão à disposição os recursos mais adequados e úteis para a realização das diferentes tarefas.

6. Reorganize a sala de acordo com a tarefa

A adequação do ambiente é o primeiro passo para um trabalho produtivo. Por isso, deixe-o arrumado de forma compatível com a atividade a ser realizada. Ao encontrar o pátio com cordas e bolas ou uma sala escura para ouvir histórias de terror, todos se envolvem mais com a proposta de ação.

7. Aproveite todo o material disponível

Não deixe que computadores e materiais específicos para o ensino de Arte ou de Ciências, por exemplo, fiquem encaixotados por falta de iniciativa ou medo de que estraguem. Se isso ocorre em sua escola, procure uma formação específica para utilizar esses recursos adequadamente e compartilhe essa atitude com seus colegas.

8. Não tranque os livros no armário

Obras de diferentes gêneros que compõem o acervo da escola precisam ficar disponíveis para consulta ou leitura por prazer. Em vez de deixá-las em armários trancados, coloque-as em uma sala de fácil acesso ou na própria classe, em prateleiras ou caixas à vista. Isso incentiva o hábito da leitura e o cuidado no manuseio das publicações.


9. "Manter os trabalhos dos alunos expostos faz com que aprendam a apreciar e valorizar o que é do outro e acompanhar o que foi feito por todos."


10. Peça ajuda para arrumar os espaços 

Ao terminar uma atividade, a responsabilidade por organizar a sala pode ser dividida com toda a turma. Deixar em ordem o ambiente compartilhado com colegas e professores de outras classes demonstra respeito aos demais.


11. Transgrida e mude sua prática 

Experimente novos materiais, varie o tipo de atividade e reveja estratégias constantemente. Evite induzir todos os passos dos estudantes e permita que encontrem outras formas de trabalho. Essa mudança de rumo alarga as possibilidades de aprendizagem deles.

GESTÃO DA SALA DE AULA

12. Exponha a rotina diariamente 

É essencial mostrar o que você vai ensinar, explicitando os objetivos, o conteúdo tratado, em quanto tempo isso vai se dar e como será a dinâmica. Sabendo o que têm a fazer, todos criam a expectativa correta diante da aula, se organizam melhor e se sentem mais seguros.


13. Negocie acordos com a garotada

Apenas exibir o regulamento que deve ser seguido na escola não convence crianças e jovens e, por isso, não funciona. Os famosos combinados também só são bem aceitos quando feitos coletivamente e não impostos por você de maneira disfarçada. Assim todos veem sentido nas regras e passam a adotá-las. 

14. Tenha interesse pelas ideias dos estudantes

Ao propor atividades instigantes, em que são levantadas hipóteses, conheça o pensamento de cada um. O que eles dizem sobre aquele assunto? Esse conhecimento é fundamental para conduzir a aula. Em vez de apenas corrigir erros, encaminhe o raciocínio dos alunos para que solucionem o problema.


15. "A lição de casa deve ser um momento individual de estudo, descoberta e reflexão. Seu objetivo não é, nem de longe, a repetição de exercícios que só reproduzem conteúdos vistos em classe."

16. Enriqueça seu trabalho com as parcerias

Se sua escola tem acordos com outras instituições, utilize os recursos disponibilizados por elas da melhor forma possível. Lembre-se de que essa ajuda deve complementar ou aprimorar atividades que estejam de acordo com o projeto pedagógico da escola e com os objetivos de seu planejamento.


RESPEITO À DIVERSIDADE

17. Ao formar grupos, junte saberes diversos

Seu papel na divisão da classe para atividades em equipe é fundamental. Considere muito mais do que afinidades e reúna aqueles com conhecimentos diferentes e próximos, que têm a aprender e ensinar. Explique que todos precisam atuar juntos para trocar informações - o que é diferente de cada um fazer uma parte da tarefa e juntar tudo no fim.


18. Acompanhe quem tem mais dificuldade

Não existem turmas homogêneas. Para atender os estudantes com diferentes graus de desenvolvimento, são necessárias estratégias variadas. Pense, com antecedência, em atividades que podem ser mais adequadas e desafiadoras para aqueles que não estão no mesmo nível da maioria.


19. Considere e valorize as competências

Para que aqueles que apresentam necessidades educacionais especiais aprendam como os demais, busque ajuda na sala de recursos para fazer adaptações em relação aos materiais usados, ao tempo reservado para as tarefas, aos conteúdos ensinados e ao espaço. Assim, o foco das propostas deixa de ser a deficiência e passa a ser as possibilidades dos alunos. 


20. "Valorize sua relação com a criança que tem algum tipo de deficiência para reconhecer suas necessidades: nada substitui o vínculo e o olhar observador."
Daniela Alonso, consultora na área de inclusão e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10


21. Fique atento à experiência de todos 

Em uma sala de aula, cada um tem uma história, vem de uma família diferente e tem uma bagagem de experiências culturais. Valorize essa heterogeneidade e note que a turma não tem uma só identidade, mas é o resultado das características de cada indivíduo.

22. Crie um ambiente de aceitação

Seu papel também é garantir que se estabeleçam relações de confiança e respeito. Por isso, torne constantes as propostas que proporcionam a cooperação, a amizade, o respeito às diferenças e o cuidado com o outro. 


23. Dê o exemplo e não se omita no dia a dia


Assistir a uma situação em que ocorrem desrespeito ou preconceito sem reagir não condiz com o trabalho docente. Ao ser omisso, você passa uma mensagem à meninada. Por isso, destaque os comportamentos éticos e não deixe que outro tipo de relação faça parte da rotina da escola.


AVALIAÇÃO


24. Faça sempre o diagnóstico inicial 

Antes de ensinar um conteúdo, faça o diagnóstico. Ele é uma ferramenta rica para registrar em que nível cada um está e o que falta para que os objetivos propostos sejam alcançados. Além disso, considere essas informações até o fim do ano. Elas são úteis para a análise do percurso da garotada.


25. Diga ao aluno o que espera dele 

Os critérios de avaliação devem estar sempre claros. Só quando o estudante sabe os objetivos de cada atividade e o que você espera, ele passa a se responsabilizar pelo próprio aprendizado. Essa prática é ainda mais importante do 6º ao 9º ano, quando há vários professores e é preciso coordenar diferentes maneiras de trabalho.

26. Documente os trabalhos significativos

Registrar as atividades e guardar as produções mais relevantes é importante para analisar o percurso de cada um e o que foi vivido em sala. Esse material é útil tanto para você orientar as próximas intervenções como para os pais e futuros professores conhecerem a vida escolar de cada estudante.

27. Avalie o potencial de aprendizagem 

Ao desafiar os jovens com questões sobre o que ainda não foi visto em sala, você analisa o percurso que estão construindo e a relação que fazem entre o conhecimento adquirido e informações novas.


28. Compartilhe os erros e os acertos 

O principal objetivo das avaliações não deve ser atender à burocracia, ou seja, determinar as notas a ser enviadas à secretaria. A função delas é mostrar a você e à meninada o que foi aprendido e o que ainda falta. Por isso, compartilhe os resultados pontuando os erros e mostrando como podem ser revistos.


29. "Na hora de avaliar, note três aspectos: o avanço de todo o grupo, as mudanças de cada estudante e o aprendizado dele em relação à turma."

30. Use a avaliação para mudar o rumo 

Propostos durante todo o ano, provas, seminários, relatórios e debates mostram o que a garotada aprendeu ao longo do processo. Essas ferramentas só são úteis quando servem para você redirecionar a prática e oferecer pistas sobre novas estratégias ou como trabalhar conteúdos de ensino. 

31. Reflita sobre sua atuação para melhorar 

A autoavaliação é preciosa para ajudar a perceber fragilidades. Todos os dias, ocorrem situações que permitem repensar o trabalho em sala e o contato estabelecido com a equipe e a família dos alunos. Coloque essas práticas em xeque: alcancei os objetivos? Consegui ensinar os conteúdos previstos? Em que preciso melhorar? Tendo isso claro, fica mais fácil buscar alternativas.



RELAÇÃO COM A COMUNIDADE


32. Paute as reuniões com os pais

Os assuntos tratados em cada encontro devem ser determinados de acordo com o que está sendo desenvolvido naquele momento com os alunos. Liste o que é relevante para os pais saberem e agende a reunião em um horário compatível com a rotina dos pais.

33. Faça parcerias com os responsáveis

A reunião de pais não é o momento de críticas, mas de favorecer a participação e a parceria deles com você. Para isso, diga como a escola vê o processo de aprendizagem e mostre a produção dos alunos.


34. Informe-se sobre os familiares

Durante as reuniões, peça que os pais se apresentem e digam o que fazem. Anote tudo. Essas informações são valiosas para conhecer as profissões deles e pensar de que forma podem colaborar no desenvolvimento dos projetos didáticos. 


35. "Muitos pais não se manifestam nas reuniões porque não sabem quais são os objetivos da escola. Quando o professor apresenta informações como essas, a participação aumenta."

36. Resolva as questões recorrentes

As reclamações citadas com frequência pelos pais devem, sempre que possível, ser levadas em conta para que sejam solucionadas rapidamente. Dar atenção às falas legitima a participação deles.


37. Olhe para o entorno e participe 

Levando em conta as características e as necessidades da comunidade em que está inserida a escola, proponha maneiras de organizar ações com o objetivo de alcançar o bem-estar comum e participe dos movimentos realizados pelos moradores, como o plantio de árvores no jardim e a reivindicação de segurança em relação ao trânsito local.



TRABALHO EM EQUIPE


38. Planeje com a ajuda dos colegas 

Uma aula só é boa se é bem preparada. Aproveite o horário de trabalho pedagógico coletivo para isso. Você pode compartilhar ideias, articular conteúdos e planejar projetos em conjunto, medidas indispensáveis para construir uma escola de qualidade.

39. Recorra ao coordenador pedagógico 

Para pensar as avaliações, dar ideias sobre materiais de uso em sala ou como trabalhar determinado conteúdo, o coordenador pedagógico é um belo parceiro. Convide-o a observar as aulas e indicar atividades e formas de aprimorar sua relação com o grupo.


40. Discuta sobre o ensino e a aprendizagem

Ao trocar ideias com outros professores, dê menos ênfase às questões de comportamento dos estudantes e mais às relativas à aprendizagem. Comente sobre o processo de cada aluno e questione se eles têm desempenho semelhante ao apresentado em suas aulas.


41. Priorize as relações profissionais 

Uma boa convivência entre os colegas de trabalho deve ser pautada pelo conhecimento, pela colaboração e pela cooperação. É assim que se constrói um ambiente de troca de experiências profissionais. Não crie muitas expectativas: fazer amigos na escola é lucro. 

42. Tanto professores mais experientes como profissionais mais jovens podem ser seus parceiros. Respeite as opiniões deles.



FORMAÇÃO


43. Identifique e supere suas dificuldades 

O primeiro passo para buscar mudanças é determinar suas falhas. Invista no que pode ser aperfeiçoado: peça ajuda à equipe pedagógica, que pode indicar livros, busque na internet orientações para suas dúvidas e converse com os professores para se aprofundar em determinados temas.

44. Mostre seu trabalho em outros lugares

Depois de organizar suas produções, compartilhe-as com os colegas. Conte a eles o desempenho das classes e o resultado das atividades. Para dar mais  visibilidade e prestígio à sua carreira, amplie essa divulgação para a rede e inscreva-se em prêmios e congressos.


45. Aprenda com a prática dos outros 

Os cursos de formação são os momentos mais ricos para conhecer educadores. As experiências trazidas por eles podem enriquecer seu repertório, ajudando a lidar com diferentes situações. Com a mediação dos docentes que ministram as aulas, você pode refletir sobre casos reais. 


46. Continue os estudos para crescer sempre 

Faz parte do trabalho docente pesquisar e ficar em dia com o que há de novo na área. Veja os programas disponíveis no Ministério da Educação (MEC) e na sua rede de ensino. Antes de se inscrever em cursos online, verifique qual a metodologia e o material didático adotados.

47. Use a tecnologia para ensinar

Muitos jovens devem ter melhor domínio do computador do que você. Se eles sabem usar a máquina, sua contribuição deve ser mostrar como ela pode ajudar a aprender os conteúdos. Procure capacitação para incorporar recursos que aprimorem o ensino da disciplina que você leciona.

48. Assista a palestras sobre sua área 

Para conhecer resultados de uma nova pesquisa, se aprofundar em algum assunto e ampliar um saber, assistir a palestras é uma boa opção. Por ser uma atividade passiva, ela não substitui a formação em que há a troca de experiências entre profissionais.


49. "O professor é alguém inspirador, seguido pelos alunos. Por isso, seja uma pessoa melhor ao diversificar seus interesses e conhecimentos e observar o mundo."

50. Procure planejar seu futuro 

Quer trocar de área e de escola, cursar outra faculdade ou uma pós-graduação? Faça uma ampla pesquisa para acertar nas mudanças, alavancar sua carreira e se tornar um professor melhor.