Projeto:
"QUALIFICANDO
A LEITURA E A ESCRITA"
TEMÁTICA
A sala de aula é um espaço privilegiado para o desenvolvimento da competência e gosto pela leitura e escrita, assim como um importante setor para o intercâmbio da cultura literária.
Deve-se, portanto, proporcionar situações variadas em que os alunos tenham contato com textos e obras literárias de forma prazerosa e dinâmica, despertando no aluno a competência e o gosto pela leitura. Com isso, incentivar o aluno a refletir e debater a partir de determinados assuntos, formando sua própria opinião e produzindo textos com autoria, criatividade e competência. Além disso, proporcionar diferentes momentos e experiências de produção escrita, desenvolvendo assim a competência comunicativa.
PROBLEMÁTICA
É através da linguagem que o homem se reconhece como humano, pois pode se comunicar com os outros homens e trocar experiências.
Existe, portanto, uma condição prévia para a manifestação da linguagem: é preciso haver um grupo no qual o sujeito se confronte como conjunto e se perceba como indivíduo.
A linguagem verbal é dentre as formas de expressão e comunicação a mais utilizada pelo homem. Pode-se afirmar que todas as linguagens humanas são repassadas pela palavra.
Sendo assim, a leitura é um dos elementos mais significativos da formação cultural de uma nação, pois somos o que lemos. Infelizmente não há uma cultura de leitura, pois alguns têm dificuldade ao acesso, ou simplesmente não têm o hábito de ler.
E a desvalorização daqueles que não conseguem utilizar o código escrito através da leitura, implica em desprestígio de todas as outras formas de leitura. Assim a linguagem escrita, limita-se ao texto escrito, mesmo sendo o cinema, a televisão, o jornal, as placas, os símbolos, a arte também qualidades de texto.
A leitura é uma habilidade que proporciona inclusão nas informações, nos acontecimentos, na interpretação, na imaginação e na ficção arquitetada pelo autor. Há inúmeras possibilidades de mergulhar no mundo da fantasia e da realidade encontradas nas palavras.
A leitura vai além de dados decodificados que precisam ser compreendidos, e com isso criar um significado, ampliando os horizontes do leitor.
Frequentemente o trabalho em sala de aula lança mão de trechos de obras. Isto favorece uma visão fragmentada da leitura de textos mais longos.
Conferindo à escola a função de formar o leitor, destruiu-se a noção de texto como representação simbólica de todas as linguagens, restando ao LIVRO, a tarefa de mediador do conhecimento.
Muitas vezes nos deparamos nas salas de aula com alguns alunos que não lêem e nem escrevem, outros conhecem as letras, mas não montam palavras nem frases em função das hipóteses que ainda estão desenvolvendo. Como problematização do projeto, buscamos ajudar os alunos a estabelecerem relações entre o escrito e o oral para que avancem nas habilidades de leitura e escrita.
Escrever não é algo como deixar as idéias caírem no papel, não é dom que nasce com a pessoa. Não basta ter muito a dizer. Deve-se saber como dizer. Também não é algo mecânico, que se aprende depois de ler um manual. Não basta seguir regras fixas, pois não há regras fixas. Escrever é saber expressar idéias, opiniões, dentro de uma estrutura textual adequada, de acordo com as intenções do escritor. Portanto, exige técnicas, conhecimento de assunto, paciência, determinação e, principalmente, paixão.
O ato de ler e escrever implica esforço, disposição, aprendizagem, o que nem sempre é muito fácil. São experiências conquistadas pelo trabalho e podem ser compensadoras, tornando-se um prazer por nos situar no mundo.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A literatura desenvolve potencialidades intelectuais e espirituais. É um dos meios mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade. É de grande importância na formação do ser humano aberto, de horizontes ilimitados, com criatividade.
“Não lemos todos um mesmo texto da mesma maneira. Há leituras respeitosas, analíticas, leituras para ouvir as palavras e as frases, leituras para reescrever, imaginar, sonhar, leituras narcisistas em que se procura a si mesmo, leituras mágicas em que seres e sentimentos inesperados se materializam e saltam diante de nossos olhos espantados." (MORAIS, José.A arte de ler.São Paulo: Editora da Unesp, 1996, p.13.)
A necessidade de ler é criada por desafios diversos: querer conhecer, apoderar-se de bens culturais guardados pela escrita, descobrir outros mundos, perceber e buscar outras leituras que "conversem" com sua leitura (intertextualidade), ou que conversem com o leitor ... São desafios que podem gerar prazer, estimular repertórios ativos ou latentes, fazer sonhar, ajudar a ler/ver o mundo.
Tanto crianças, quanto adolescentes encontram, na linguagem, uma alternativa de ocuparem seus espaços. Por isso, usam neologismos, gírias, raps,... Vale tudo para canalizar a emoção de sentirem-se à margem, muitas vezes excluídos da realidade e, ao mesmo tempo totalmente inseridos nela.
Segundo Petit (1999), o que determina a vida dos seres humanos é o peso que as palavras têm para eles. Quanto mais os indivíduos são capazes de nomear o que vivem, mais preparados estarão para vivê-lo e transformá-lo.
É através da leitura, acredita Petit (1999), que os adolescentes elaboram e conquistam outro tempo para si mesmos, uma forma de terem-se a si mesmos disponíveis.
Já Jean Jackes Rassial, Souza (1999) afirma que a adolescência é uma idade da escritura, onde o ler e escrever muda de valor através de diferentes maneiras, já que o ato de escrever e a leitura permitem uma interrogação radical acerca do lugar onde estão inseridos como sujeitos. Já Rufino (1999), reflete seu pensar sobre o papel da escrita na adolescência e vê essa construção de si mesmo como um processo desencadeado a partir de uma atividade que cria algo novo sobre os fragmentos de outra organização. Afirma que os sujeitos constroem algo quando se surpreendem, quando não suportam a própria ignorância.
Larrosa(1998) tem uma visão peculiar sobre a experiência da leitura literária. Para ele, o leitor não recebe passivamente o sentido, nem o deforma através de sua subjetividade, pois a leitura é vista como palavra e vice-versa.
A leitura é, portanto, algo que nos formou, como diz o próprio autor, que “ nos-de-forma ou nos transforma”.
O contato com o texto literário é anterior à aquisição da leitura, pois desde pequenina a criança ouve canções de ninar, participa de jogos verbais.
O que leva um jovem leitor a ler não é só o reconhecimento da importância da leitura, e sim as motivações e interesses que correspondem à sua personalidade e seu desenvolvimento intelectual.
Sem limites de idade, ouvir, ler, contar, assistir histórias é, para muitos, um dos prazeres da vida.
Também o domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento.
Durante a leitura, o leitor vai preenchendo esquemas, alguns pré-determinados, outros o leitor retira de suas vivências, por isso, somente através da leitura que o leitor os concretiza.
Segundo Iser, essa relação que se estabelece entre o texto e o leitor exige que o leitor decodifique as inúmeras concretizações do texto.
Já Ricoeur diz que o texto é visto como uma entidade emanadora de significação, que no ato da leitura, ditas as normas a serem seguidas pelo leitor, a quem cabe preencher seus pontos de indeterminação. Quanto maior for a experiência do leitor, melhor ele executará essas tarefa.
Assim, através da obra literária, o leitor adquire conhecimento do mundo e de si mesmo, o que torna a obra lida um objeto de conhecimento.
Encontramos literatura em livros, revistas, jornais, Internet, filmes, seriados,... O desenvolvimento das mídias e tecnologias tem contribuído muito na divulgação de obras literárias. Atualmente, o acesso a obras literárias nas escolas (municipais, estadual, particular) do município de Arroio do Meio é simples e fácil.
Qualquer pessoa que leia meia hora por dia ficará surpreendida com os grandes progressos que fará na leitura. Os alunos que puderem registrar um grande número de livros na sua lista de livros lidos serão “autênticos artistas da leitura”.
Crianças e adolescentes precisam de constante motivação para adquirir o hábito e gosto pela leitura. Este é um desafio diário de todos os professores, em especial de Língua Portuguesa.
O professor, percebendo essas motivações e interesses dos jovens leitores, vai procurar adequar o material de leitura que melhor se ajustar ao seu nível de leitura. Irá desenvolver não somente boas habilidades de leitura, mas desenvolver principalmente interesses capazes de durar a vida inteira.
Cabe aqui também o professor ter um conhecimento das fases da leitura do indivíduo.
Segundo as definições de Schliebe-Lippert e A. Beinlich, crianças de 2 a 5 ou 6 anos correspondem a idade dos livros de gravuras e dos versos infantis. Essas crianças fazem pouca distinção entre o mundo exterior e interior; só experimentam o meio em que vivem em relação a si mesmas. Beinlich caracterizava como “fase inicial integral-pessoal, egocêntrica”.
Crianças de 5 a 8 ou 9 anos correspondem a idade do conto de fadas. Beinlich caracterizava como “idade de leitura do realismo mágico”, pois a criança é suscetível essencialmente à fantasia.
Dos 9 aos 12 anos corresponde a idade das histórias ambientais ou da leitura fatual. Beinlich afirma ser “a construção de uma fachada prática, realista, ordenada racionalmente diante de um pano de fundo mágico-aventuresco pseudo-realisticamente mascarado”.Aos 12 a 14 ou 15 anos corresponde a idade da história de aventuras: realismo aventuroso ou fase de leitura não-psicológica orientada para o sensacionalismo. O interesse dos leitores pode ser despertado principalmente através do enredo, dos acontecimentos, do sensacionalismo. Nessa idade predominam as demonstrações de agressividade e a formação de gangues. Em se tratando de meninas, o plano de leitura apela para o sentimentalismo barato e a auto-adulação, romances sensacionais, livros de viagens e histórias extraordinárias.
Dos 14 aos 17 anos corresponde a idade de maturidade ou o desenvolvimento da esfera estético-literária da leitura. Além da trama, a forma e o conteúdo também são valorizados no material de leitura. Os interesses pela leitura de romances históricos, atualidades, literatura engajada, material fatual, histórias de amos, biografias...
A leitura envolve, visualização, audição, expressão oral, escrita e corporal, através das diferentes atividades que serão realizadas.
A eficácia da leitura e da escrita é um hábito, ou seja, um conjunto de práticas. E estas podem ser aprendidas, através da repetição, até se tornar um reflexo condicionado, impensado, um hábito arraigado. Tornar a leitura verdadeiramente significativa implica em criar nos alunos motivos para ler, ou, em outras palavras, ajudá-los a ter necessidade de ler. Da mesma forma, a escrita torna-se hábito, na medida em que sua prática for constante. Partindo do pressuposto de que leitura e escrita ocorrem simultaneamente, não podem ser aprendidos e ensinados separadamente.
Portanto, é de suma importância desenvolver em nós uma “cultura de leitura e escrita” de qualidade, pois só assim seremos aprendizes e formadores de opinião em todo ambiente social e democrático em que estivermos.
OBJETIVOS









METODOLOGIA




























CRONOGRAMA
As atividades do PROJETO DE INCENTIVO À LEITURA E ESCRITA já vem acontecendo há vários anos e terá continuidade no ano letivo de 2009, e nos anos seguintes.
Convém salientar que:





EQUIPE DE TRABALHO
O projeto será realizado com a comunidade escolar das Escolas:







Para a realização do mesmo, participarão todos os professores das diferentes áreas, principalmente de Língua Portuguesa, de Informática, de Artes, bibliotecárias, coordenadoras pedagógicas, direção, pais, comunidades dos Bairros: Aimoré, Barra do Forqueta, Bela Vista, Centro, Rui Barbosa, São Caetano e do Distrito de Forqueta e outras pessoas que se disponibilizarem em colaborar.
AVALIAÇÃO






REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS














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