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quinta-feira, 11 de junho de 2015

LEITURA FUNCIONAL?

Leitura funcional?
Leitura funcional?


Será que escolarizamos demais a leitura a ponto de torná-la funcional e desinteressante?  Essa questão me vem à mente quando observo as crianças pequenas, elas gostam muito de ouvir histórias lidas pelos pais e professores, até pedem para repetir a leitura várias vezes, porém, quando ficam jovens e vão para o ensino médio todos reclamam que os alunos não tem interesse, não querem ler e muitos nem sabem.
No processo de letramento a leitura é fundamental, mas, não qualquer leitura de forma mecanizada e funcional como simples decodificador de letras, falo aqui da leitura crítica que eleva o cidadão à condição de detentor de sabedoria com suas respectivas contribuições e implicações sociais.
A primeira, que chamo de leitura tagarela, simplesmente demonstra pela oralidade que a pessoa decodificou determinada escrita; A segunda é mais profunda, muito mais importante e demonstra que o leitor entendeu o texto, se apropriou do assunto, inferiu suas consequencias, e está apto a dialogar concisa e coerentemente sobre as ideias do autor.
Contar o que leu explicando suas entrelinhas, expor opinião de apoio ou contrariedade, escrever sínteses ou reescrever o texto e formatar suas ideias em uma tese, são situações que o professor deve oportunizar, todas são atribuições de um bom leitor, por isso, o professor não ensina a ler, ele apenas cria oportunidades para aplicação social dessa leitura, e assim o aprendiz evolui progressivamente ao longo de sua escolarização.
Um dos objetivos da gestão escolar democrática é criar condições para fomentar o interesse pela leitura e formar uma comunidade de leitores críticos, ora, vejam que me referi à comunidade e não apenas ao corpo discente, incluindo professores, ex-alunos, pais e quaisquer interessados em leitura.  Professor sabe ler?… Bem?  Alunos sabem ler?… Bem? A comunidade tem acesso aos livros da biblioteca/sala de leitura?
Um projeto institucional para a leitura pode resolver todas essas questões e deve ser desenvolvido e perseguido durante anos pela equipe gestora, se esta estiver interessada na melhoria da qualidade da sua clientela atual e
Biblioteca/sala de leitura que não funciona? futura por causa do ciclo virtuoso que se estabelece.

Um grande passo já foi dado com a criação de uma das maiores delícias nas escolas públicas que é a biblioteca/sala de leitura, constantemente abastecidas pela FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação no Estado de São Paulo, e pelos órgãos do Ministério da Educação, restando agora ao governo e aos gestores fazê-las funcionar adequadamente, afinal é de grande utilidade na consecução dos objetivos da educação.  A escola poderia se sentir feliz ao observar uma comunidade que demonstra interesse pela leitura, mas, o que vemos em muitas escolas, infelizmente é bem o contrário.
Se a escola pública tem uma biblioteca/sala de leitura ela é tão pública quanto à escola, por isso não deveria permanecer abandonada, desorganizada, mal administrada, apertada em seu espaço ou mesmo fechada aos finais de semana com a “escola da família”, e nem tão pouco restringir o horário enquanto a escola estivesse em funcionamento normal, ou ainda inibir a retirada de seus livros pela comunidade, alunos e professores.
Crianças competentes na função leitora normalmente procedem de lares cujos pais lêem, incentivam a leitura, mantêm um ambiente favorável a alfabetização e oferecem livros, jornais e revistas.
Nas escolas acontece a mesma coisa, as unidades que dinamizam a biblioteca/sala de leitura, que mantêm em suas salas de aula um acervo circulante entre os alunos para uso impresso — o ano todo e desde o primeiro ano até o ensino médio –, que têm seus professores lendo todos os dias para as crianças, que promovem recitais literários, concursos de leitura, clube do livro, leitura dramatizada e outras atividades extraclasse, é evidente, instruem melhor seus alunos na competência leitora, e, quem ganha com isso é a própria escola que acaba tendo altos índices nas avaliações externas IDEB e IDESP.
Os professores também precisam ser incentivados e apoiados constantemente pelos gestores a realizarem um bom trabalho de incentivo à leitura e despertamento do interesse do seu aluno, visto seu imenso resultado social, assim:
A escola devolve melhores leitores à sociedade, que também melhora e devolve melhores crianças para a escola,  tornando-se um ciclo virtuoso  muito positivo.   A prática de leitura não é algo natural para as pessoas, ainda mais com tanta mídia que oferece tudo pronto, por esse motivo devem sofrer intervenção pedagógica e administrativa constantemente, se quisermos uma comunidade de bons leitores a partir da escola.
dalaquaAntonio Luiz Dallaqua professor PEB I, efetivo da Rede Estadual, leciona na E.E.Profª Philomena Baylão na DIR Norte2.  Formado em pedagogia pela Fundação Santo André e possui cursos sobre alfabetização em Língua Portuguesa e alfabetização matemática.  Bacharel em Ciências Contábeis pelo Instituto de Ensino 
uperior Santo André.

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