SEJA LIVRE
Seja livre como a foto em movimento pintada pelo vento
Numa transcendência sem limites
Seja livre como as árvores da praça sorrindo
Seu sorriso liberto refletindo
A doçura do momento eternamente resplandecido
Seja livre assim como a nossa alma tornou-se
A capacidade de amar o seu ser
É a eloquência que voa
Tu és notável e sublime
E nós unidos somos livres
Certa vez na aurora
Elucidei que a força total
Que emana a minha alma
Não é a totalidade da força do amor
É a fagulha que costura outras fagulhas
As fagulhas unificadas são estrelas
Estrelas que dissolvem o mal
E acarretam o bem
Seja livre, seja livre
Como o brilho de janeiro
Do ano milenar
Beija-me com os olhinhos fechados
Pinta a nossa foto, inventa uma poesia
Seja livre para que o vento serenize
O chacoalhar dos seus cabelos
Acalenta-me nos seus braços
Acalenta-me com seu sorriso
Puro e magistral
Que enternece e alimenta
A potência essêncial
O amor do eterno momento que não acabou
E de eterno uma parte de ti
Se eternizou em mim
Acalenta-me com a sua vida
E deixemos voar a voz da esperança
Deixemos voar o som da liberdade em alto ar
Na alta escala imprescindível do nosso ser
Agora tudo está leve
Assim como a foto que parou no tempo
E volta e meia transcende um movimento
Simplesmente eterno.
CORA CORALINA
"Quando vejo certos moços/ suspiro meus tristes ais./ Fui eu que nasci tão cedo/ ou eles tarde demais?"
GRANDE MULHER
O IRREVERENTE POETA
SONETO DO AMOR TOTAL
Amo-te tanto, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
MORAES, Vinícius de. ANTOLOGIA POÉTICA
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
MORAES, Vinícius de. ANTOLOGIA POÉTICA
"É QUE UM DIA EM TEU CORPO DE REPENTE HEI DE MORRER DE AMAR MAIS DO QUE PUDE"
AUSÊNCIA
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos.
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
MORAES, Vinícius de. ANTOLOGIA POÉTICA
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos.
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
MORAES, Vinícius de. ANTOLOGIA POÉTICA
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