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terça-feira, 12 de maio de 2015

PLANO DE AÇAO EJA


Plano de Ação EJA



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“O cuidado somente surge quando a existência
de alguém tem importância para mim. Passo então a dedicar-me a ele. Disponho-me a participar de seu destino, de suas buscas,
de seu sofrimento e de seus sucessos, enfim de sua vida.
Cuidado significa desvelo, solicitude, diligência, zelo, atenção, bom trato. Como dizíamos, estamos diante de uma atitude
fundamental, de um modo de ser mediante o qual a pessoa sai
de si e centra-se no outro com desvelo e solicitude.”
(BOFF, l. 1999, p.91)

Introdução:
Tendo em vista os desafios do mundo contemporâneo e a responsabilidade social que tem a escola na construção de cidadãos conscientes de suas responsabilidades para com esse mundo, não se pode improvisar nas ações que nortearão todo esse processo. É imperativo, portanto, que todas as ações sejam planejadas de forma conjunta e articuladas no sentido de minimizar as dificuldades apontadas no processo de aprendizagem dos educandos, possibilitando que a escola cumpra sua missão diante das exigências e complexidades da atual sociedade. O planejamento é o processo pelo qual podemos, tendo em vista os objetivos, traçar os meios para que estes possam ser atingidos, prevendo o futuro e propondo soluções práticas para a solução de problemas que, certamente, surgirão no decorrer do caminho, evitando-se assim uma improvisação...

Os alunos jovens e adultos, pela sua experiência de vida, tazem para a escola um tipo de saber que foi acumulado ao longo de seu crescimento: o saber cotidiano. Por sua própria natureza, ele se configura como um saber reflexivo, pois é um saber da vida vivida, saber amadurecido, fruto da experiência, nascido de valores e princípios éticos e morais já formados fora da escola. O saber cotidiano possui uma concretude, origina-se da produção de soluções que foram criadas pelos seres humanos para os inúmeros desafios que enfrentam na vida e caracterizam-se como um saber aprendido e consolidado em modos de pensar originados do dia-a-dia. Esse saber, fundado no cotidiano, é uma espécie de saber das ruas, freqüentemente assentado no “senso comum” e diferente do elaborado conhecimento formal com que a escola lida. É também um conhecimento elaborado, mas não sistematizado. É um saber pouco valorizado no mundo letrado e, freqüentemente, pelo próprio aluno. O saber cotidiano não é necessariamente um saber utilitário, desenvolvido para atender a uma necessidade imediata da pessoa. Pelo contrário, pode também se configurar em uma espécie de conhecimento que requer um afastamento, uma transcendência com relação ao seu objeto. Uma cozinheira, por exemplo, pode executar uma simples receita mas pode, também, recriá-la, estabelecendo hipóteses a respeito de um novo ingrediente que poderia ser acrescentado para melhorar o sabor do prato em questão. Os conhecimentos que os alunos e alunas trazem estão diretamente relacionados às suas práticas sociais. Essas práticas norteiam não somente os saberes do dia-a-dia, como também os saberes aprendidos na escola.
Justificativa:
“O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios materiais e recursos humanos disponíveis visando a concretização de objetivos em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações.” (PADILHA. 2001 p.30)
Sabemos que a procura de jovens e adultos pela escola não se dá de forma simples. Ao contrário, em muitos casos, trata-se de uma decisão que envolve as famílias, os patrões, as condições de acesso e as distâncias entre casa e escola, as possibilidades de custear os estudos e, muitas vezes, trata-se de um processo contínuo de idas e vindas, de ingressos e desistências. Ir à escola, para um jovem ou adulto, é antes de tudo, um desafio, um projeto de vida. Além disso, a escola que os alunos têm em seu imaginário, aquela que conhecem porque já passaram por ela anos atrás ou porque acompanham no cotidiano de seus filhos, nem sempre é aquela com que se deparam nos primeiros dias de aula. Nesses casos, esperam encontrar o modelo tradicional de escola, ou seja, um lugar onde predominam aulas expositivas, com pontos copiados do quadro-de-giz, onde o(a) professor(a) é o único detentor do saber e transmite conteúdos que são recebidos passivamente pelo(a) aluno(a). Esperam muita lição de casa porque acreditam que a quantidade de treino leva a boa aprendizagem. Especialmente, os alunos mais velhos se mostram resistentes à nova concepção de escola que os coloca como sujeitos do processo educativo,que espera deles práticas ativas de aprendizagem. Muitos, ao se depararem com uma aula na qual são convidados a pensar juntos, em grupo; a resolver desafios diferentes dos exercícios mais convencionais; a ler textos literários; a aprender com a música, a poesia, o jornal; a fazer matemática com jogos e cálculos diversos, construir projetos; estranham, resistem e acreditam não ser esse o caminho para aprender o que a escola ensina. Este cenário poderá ser transformado na medida em que a escola investir no acolhimento desse(a) aluno(a), que é alguém especialmente receptivo à aprendizagem, repleto de curiosidade e que vai para a sala de aula desejoso de novas experiências. Da parte do(a) aluno(a ele(a) também precisa ajustar suas expectativas à realidade que encontra quando volta para a escola, um desafio que, por vezes, mostra-se custoso demais, incorrendo, em muitos casos, no abandono, em nova desistência. Nesse sentido, além do aumento da oferta de vagas, é preciso considerar as condições de permanência do(a) aluno(a) jovem e adulto na escola, bem como aquelas que lhe permitam concluir a escolarização. Grande parte dos alunos jovens e adultos, que buscam a escola, esperam dela um espaço que atenda às suas necessidades como pessoas e não apenas como alunos que ignoram o conhecimento escolar. Por outro lado, todos eles acreditam que a escola possa imprimir-lhes uma marca importante e por isso apostam nela.
A partir desse conceito, e tendo em vista a importância de um trabalho que definam ações concretas que possam se antecipar aos problemas e dificuldades encontradas ao longo do ano letivo, foi elaborado este plano de ação. O eixo norteador das ações aqui propostas é o do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto, propiciando o desenvolvimento do currículo da escola, visando melhor e mais eficiente desempenho do trabalho didático-pedagógico e a melhoria da qualidade de ensino-aprendizagem.
A construção de um plano não pode ser estática, portanto, várias adaptações serão feitas no decorrer do período, incentivando a participação de todos os integrantes da comunidade escolar, sendo necessário criar espaços para discussões que possibilitem a construção coletiva do projeto educativo, como também criar e sustentar ambientes que favoreçam essa participação. Sendo assim, subtende-se que a finalidade principal do plano de ação, ora evidenciada, não refuta as possibilidades de revê-lo sempre que necessário, para assim construir- se um ensino dinâmico, eficaz e congruente.
Objetivos Gerais:
  • Promover a atuação conjunta dos profissionais da escola fornecendo subsídios ao corpo docente na implementação de seus projetos e no desenvolvimento do seu trabalho.
  • Acompanhar o processo de ensino-aprendizagem atuando junto ao corpo docente e alunos no sentido de analisar os resultados da aprendizagem com vistas a sua melhoria.
  • Desenvolver ações coletivas no sentido de superação dos problemas.






Objetivos Específicos na Área de Atendimento ao Corpo Docente:
· Subsidiar o corpo docente na elaboração e implementação do planejamento anual, propondo alternativas metodológicas a partir de reflexões coletivas.
· Orientar e acompanhar no preenchimento dos diários de classe;
· Estudar, pesquisar e selecionar assuntos didáticos e incentivar troca de experiências entre professores;
· Promover encontros e reuniões com temas relevantes identificados a partir da observação e análise da realidade escolar que efetivem a proposta pedagógica da escola - reunião pedagógica.
· Identificar constantemente quais as prioridades das turmas e professores para prestar-lhes um melhor atendimento;
· Estimular o uso dos recursos tecnológicos disponíveis na escola.
· Apoiar e subsidiar a elaboração e implementação de projetos desenvolvidos.
· Elaborar um conselho de classe que forneça dados e informações relevantes no processo de ensino e aprendizagem, bem como colher dados e informações significativas que subsidiem o trabalho com o educando.
Objetivos Específicos na Área de Atendimento aos Alunos:
  • Proporcionar meios de interação com as tecnologias existentes na escola.
  • Colher dados e pesquisas que auxiliem o trabalho junto ao educando.
  • Acompanhar e apoiar os alunos no desenvolvimento de projetos e ações educativas.
  • Observar de forma sistemática e assistemática o desempenho do aluno, com a finalidade de agir de forma preventiva.
  • Promover dinâmicas de grupo para socialização e desenvolvimento de valores.
  • Registrar em fichas próprias o desempenho da turma e individual, bem como comportamentos inadequados, tendo como premissa reverter os casos de baixo rendimento e evasão escolar.
  • Proporcionar momentos de reflexões que melhorem o relacionamento aluno-aluno e aluno-professor e propiciar condições de acesso e permanência na escola.
  • Promover palestras e encontros com temas de interesse educativo.
  • Aproximar a família da escola através de atividades culturais.
  • Estimular o diálogo aberto na solução de problemas, com vistas a sugestões no intercambio das relações.
  • Colher dados e pesquisas para melhoria e aprofundamento de questões relativas ao processo ensino aprendizagem


Ações Estratégicas:
  • Distribuição das turmas;
  • Elaboração do planejamento anual;
  • Reuniões para elaboração das atividades que nortearão este plano de ação;
  • Assistência à direção em assuntos pedagógicos e em atividades cívicas e sociais;
  • Preparação do conselho de classe, conforme calendário da SEMED, para analisar e avaliar junto com os professores as causas e consequencias que levam o aluno a não adquirirem as habilidades propostas no período e à evasão escolar.
  • Orientação sobre o preenchimento dos diários de classe e relatórios.
  • Acompanhamento e avaliação dos projetos;
  • Palestras com temas significativos para toda a comunidade escolar;
  • Implementação de Projetos a serem trabalhados na escola;
  • Exibição de vídeos com assuntos pertinentes aos temas trabalhados e projetos em desenvolvimento;
  • Envio de ofícios e convites aos órgãos competentes para incentivar a realização de palestras, encontros, visitas e similares com grupos de alunos e professores sobre demais temas relevantes para a formação do aluno;
  • Organização de gincanas e torneios com a comunidade escolar para haver uma melhor socialização;
  • Apoio técnico nas campanhas promovidas pela SEMED.
  • Atendimento e entrevistas com alunos sempre que necessário.
  • Observação sistemática e assistemática de atitudes e comportamento dos alunos para, em conjunto com a Orientadora Educacional, proceder às intervenções necessárias.
  • Promover um intercâmbio cultural entre os alunos, apoiando e interagindo junto com os professores para o desenvolvimento pleno dos projetos e atividades trabalhados por ele em sala de aula.
  • Criação de tabela com horários dos recursos disponíveis na escola para que o educador possa ter acesso ao uso.
  • Encontros periódicos com os professores da Sala de Apoio e Sala de Recursos para troca de experiências e consequente melhoria das atividades.

Atividades Recreativas:
  • OlimpEJA
  • Torneio Interescolar de Xadrez
  • Outros Jogos ...
Atividades Culturais:
  • Festival Inclusivo
  • Festa Junina
  • Festival de Paródias
  • Lanche Literário
  • Projeto “Música na Escola”
  • Semana dos Povos Indígenas
  • Semana da Alimentação Escolar
  • Semana da Educação Ambiental
  • Semana da Ciência e Tecnologia
  • Mostra Cultural Literária
Palestras:
  • Alimentação Saudável
  • Biodiversidade
  • Bullyng
  • AIDS e Outras DST
  • Mercado de Trabalho
  • Drogas
  • Outros...
Por não se tratar de ações prontas e acabadas, portanto estáticas, muitas atividades aqui sugeridas poderão sofrer alterações, adaptações e aprimoramentos. A avaliação contínua e os encontros com todos os envolvidos nesta tarefa nos indicarão o momento certo de proceder às devidas mudanças.
Cronograma das Atividades
(Em Anexo)

Avaliação:
A avaliação consiste num trabalho progressivo e cooperativo entre a direção, coordenação pedagógica e o corpo docente, integrados na diagnose dos problemas que interferem no processo ensino-aprendizagem, para dar-lhe solução adequada.
Esta avaliação contínua e progressiva será feita através de:
- Análise do plano elaborado, para verificar se os objetivos foram alcançados;
- Observação direta e indireta de todas as atividades desenvolvidas;
- Fichas de acompanhamento;
- Levantamentos estatísticos;
- Reflexão e conclusão;
- Análise dos dados coletados.



Conclusão:
O alcance dos objetivos deste plano não depende somente da atuação do Professor Coordenador Pedagógico, mas também, do apoio da Direção da Escola, da aceitação e esmero dos professores e do envolvimento de toda a comunidade escolar. Portanto, é preciso angariar a confiança de todos, para que possamos trabalhar sob um clima completamente familiar, proporcionando assim, maior intercâmbio entre escola-comunidade. Somente assim teremos êxito na implantação deste Plano de Ação.

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