Leitura!Formas diferentes!
Orientação para leitura de textos (2o. ao 5o. ANO)
Nas atividades de leitura e compreensão de textos, é preciso estar atento para dois tipos fundamentais de atividades: as que tematizam o processo de leitura e as que buscam o produto do processo de leitura e compreensão do texto.
No primeiro caso, é necessário que a ativação de conhecimentos prévios aconteça. Nos dois casos, é preciso que as questões apresentadas para o desenvolvimento da atividade (estratégias de leitura) não estejam apenas relacionadas à localização de informações no texto, mas que permitam a realização de antecipações e inferências, seguidas de verificação das mesmas.
Dessa forma, antes de propor a leitura de um texto, é preciso ter uma conversa com os alunos, para levantar os conhecimentos que eles já têm sobre o assunto. Esse levantamento possibilita uma leitura mais fácil e aprofundada do texto.
A partir da leitura do título do texto e da articulação dessa informação com outras como autoria, fonte e características do gênero, é importante solicitar aos alunos que realizem antecipações do que irão encontrar no texto. Por exemplo:
Considerando que o título do texto é “A Princesa e as Ervilhas”, que tipo de assunto você acha que o texto abordará?
Você acha que será uma história, uma notícia, um poema...?
Sabendo que quem o escreveu foi o mesmo autor de “Chapeuzinho Vermelho”, você mantém suas respostas anteriores ou as modifica? Por quê?
E sabendo que ela foi publicada em um livro cujo título é “Um Tesouro de Contos de Fadas”, que hipóteses levantadas até agora você mantém?
Durante a leitura, é preciso que sejam explicitados as pistas e os procedimentos utilizados pelos diferentes leitores (os alunos) que possibilitaram determinadas compreensões. Para tanto, é importante que sejam feitas questões ao longo da leitura para propiciar inferências e antecipações, assim como a verificação das mesmas a partir de pistas linguísticas. Por exemplo:
Você acha que a Chapeuzinho Vermelho irá seguir o caminho da floresta ou o caminho do rio? Por quê?
Você acha que o lobo irá conseguir realizar o seu intento? Por quê?
Por que esse fato - o da proibição da utilização das rocas em todo o reino (em “A Bela Adormecida”) - foi mencionado agora, logo no começo da história?
Será que o príncipe irá encontrar a princesa? Por quê? O que faz você pensar assim?
No que se refere ao produto do processo de leitura e compreensão do texto, as questões devem estimular os alunos a realizarem inferências e reconstrução de informações de trechos do texto e não apenas a localização de informações. Por exemplo:
Quais fadas estiveram no batizado/nascimento da Bela Adormecida?
De que animal o caçador retirou o coração para enganar a rainha (em “Branca de Neve”)?
Inferência: que sentido faz descobrir que a princesa identifica um grão de ervilha colocado embaixo dos colchões (em “A Princesa e a Ervilha”)?
Reconstrução de informações: por que o lobo conseguiu chegar à casa da vovó antes de Chapeuzinho?
Esses tipos de questões e estratégias de leitura podem levar à compreensão efetiva do texto.
Texto original: Kátia Lomba Bräkling
Edição: Equipe EducaRede
Leitura - Importância e Estratégias
A leitura é uma atividade cognitiva que implica o envolvimento do sujeito na busca e compreensão de significados.
O ato de ler vai além da simples decodificação de signos.
A decodificação é apenas um procedimento para a leitura. Portanto, ler refere-se à construção de significados, à interpretação do que está sendo sugerido explícita e implicitamente às relações estabelecidas com outros textos já lidos. Diante disso, faz-se necessário a interação das informações textuais com as informações que o leitor já possui, considerando as experiências e leituras anteriores.
Kramer (1998, p. 61), enfatiza que:
[...] alfabetização é um processo de representação que envolve substituições gradativas (ler um objeto, uma figura ou desenho, uma palavra) onde o objetivo primordial é apreensão e compreensão do mundo, desde o que está mais próxima a criança, ao que está mais distante, visando à comunicação, a aquisição do conhecimento, a troca [...]
A prática da leitura deve privilegiar as situações em que o aluno tenha acesso às diferentes modalidades textuais, tais como (textos informativos, poéticos, publicitários, lúdicos, instrucionais...), compreendendo a função a que se destina e o que o constitui. Portanto o texto deve ser explorado nas suas diversas finalidades para o prazer de ler, para a busca de informações e para sistematização dos aspectos estruturais da língua.
Segundo (KATO, 1986):
Sabemos que nos atos de leitura estão sempre presentes dois elementos observáveis; a pessoa que lê e o objeto que está sendo lido. A presença dos dois, entretanto, não basta para assegurar que um ato de leitura esteja sendo efetivado. É necessário que a pessoa atue de determinada maneira sobre o objeto para que sinais externos de realização do ato sejam captados como intensificadores do processo de leitura. Além de interpretar os índices da ação de ler, é também necessário que o objeto com o qual o leitor interage seja intensificado como algo que pode ser lido ou algo que serve para ler.
É imprescindível enxergar com novos olhos o universo mágico e encantador da leitura em sala de aula e, conseqüentemente, entendendo-se toda a prática cotidiana do aluno.
Embasada nessa concepção, destaco que à análise e o questionamento no ato de ler é algo de vital importância no processo de alfabetização, pois possibilita e viabiliza o aluno, o acesso às leituras condizentes com o seu meio e com todas as suas diferenças. A partir desse processo decorrerá à devolução das linhagens ao educando, que muitas vezes, se rebela e resiste a receber conteúdos aplicados em sala de aula, pois o mesmo não consegue ver sentido em sua vivência prática. Portanto, a prática da leitura deve ser mostrada com prazer e alegria, e não como via pura e simplesmente obrigatória de conteúdos frios e distantes do contexto em que o educando está inserido.
DESENVOLVER a LEITURA COM ESTRATÉGIAS:
Atividades que envolvam a leitura de uma gravura, abordando os seguintes aspectos.
-O que sentem ao olhar para a gravura?
- Que cores identificaram?
- Que formas aparecem mais?
- As linhas são retas ou curvas?
- É uma passagem? Está longe ou perto?
- Que nome daria a essa gravura?
- Você gostou da gravura? Por quê?
Atividades com pesquisa de letras e palavras e panfletos, rótulos, propagandas e embalagens.
- Roda de leitura;
- Construção de textos por meio do alfabeto, revistas, jornais e cruzadinhas;
Atividades lúdicas com jogos.
- Dominó de figuras e palavras;
- Cruzadinhas;
- Caça-palavras;
- Bingo de figuras e palavras;
Mini-oficinas pedagógicas com os seguintes temas:
- Construção de jogos educativos;
- Roda de leitura;
- Modelagem de letras e palavras com jornais e massa de modelar;
- Adivinhas e construção de poesias.
Mais Dicas:
Para favorecer as práticas de leitura, algumas condições são consideradas essenciais. São elas:
Referências bibliográficas:
CAGLIARI, L. C. Alfabetizando sem o Bá-Bé-Bi-Bó-Bu. São Paulo: Scipione, 1998.
______. Alfabetização & Lingüística. 10. Ed., São Paulo: Scipione, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. 2. Ed., Rio de Janeiro: 2000.
FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. 16.ed., São Paulo: Cortez, Autores
Associados, 1990.
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