Mas... afinal pra que contar histórias????
Contar histórias não se resume apenas ao seu valor literário e cultural, tem função cognitiva que abre janela para o conhecimento, que outras atividades cotidianas não conseguem comunicar. Permite estabelecer associações esclarecedoras entre suas experiências e a dos outros. Ensina a compreender melhor a vida, os fatos e os atos, a organizar e a reter informações.
Tem função linguística que permite a criança estabelecer um paralelo entre a fala, a leitura e a escrita. Aumenta e estrutura o repertório de palavras, capacitando à criança adquirir, progressivamente, uma leitura mais sofisticada do mundo.
Tem função terapêutica e afetiva, promovendo um olhar sobre si mesmo e o mundo. Respeitando seus limites e os limites da vida. Pois, às vezes, as dores que habitam nosso ser, são tão profundas, inexplicáveis e inconscientes que para criança, ouvir uma história cria uma atmosfera e uma identificação de sentimentos que fascina e conforta em seus desesperos e imaturidade psicológica (Barbosa, 1999).
Cada conto contado uma vez, duas vezes, mil vezes, ganha um novo olhar, tanto por quem conta como por quem ouve, porque o conto tem vida própria, como relata Matos (2005), cria e recria.
As histórias contam a vida, contam o bem e o mal que vivem em nós. Como relataram Corso e Corso (2006), as histórias não garantem a felicidade nem o sucesso na vida, mas ajudam. Ilustram diferentes modos de pensar, realidades e situações que ampliará uma gama de abordagens possíveis para resolução de problemas que nos afligem. São como instrumentos dos quais lançamos mão para reagir em determinadas situações.
As escolas, hoje, recebem crianças que são bombardeadas por inúmeras informações via TV, internet, propagandas, revistas em um espaço que as relações familiares são cada vez mais frágeis. As crianças chegam cada vez mais agitadas, em muitos casos têm pouca capacidade de escuta, constata Matos(2006).
Contar histórias, hoje é muito diferente de outrora que nossos, pais, avós, familiares sentavam em roda, ou simplesmente na cozinha para contar histórias das famílias, da infância, da vida. Essa arte se perdeu com o tempo e raramente entra nos lares contemporâneos que substituíram o contato humano por aparelhos eletrônicos.
É preciso, com urgência, resgatar “A Arte de Contar Histórias” nas escolas o quanto antes. As crianças, cada vez mais, estão perdendo a referência do sagrado, dos valores e dando espaço para o materialismo, é preciso ajudá-las a resgatar o prazer de ouvir e criar imagens, simplesmente, a partir do que lhes chegam aos ouvidos, assim afirma Matos(2005).
Para finalizar recorro a Sisto (2005) contar histórias não é nunca uma opção ingênua, é uma maneira de olhar o mundo. Precisamos descobrir o que é essencialmente importante.
“ A arte de contar histórias” não é de forma alguma “algo inocente”, são ensinamentos que ajudam a construir “o homem”, através de mensagens de sabedoria e de fé na vida. E usar está “arte” nas instituições de ensino é muito mais que uma responsabilidade, mas um dever.
“O Contador de Histórias” nas instituições pode fazer à mágica: de transformar o mundo das palavras em algo sagrado, digno de respeito e admiração, assim formaremos leitores não pela obrigação, mas pelo amor as palavras.
O conto popular e os mitos: sua função para o desenvolvimento da imaginação, do relacionamento humano e do conhecimento científico de si mesmo.
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