ESTRATÉGIAS DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO
O trabalho sistematizado com a leitura e a produção de texto é primordial para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos, porém é possível perceber que as metodologias utilizadas pelos professores em sala de aula não estão sendo eficientes na formação de leitores e produtores de textos competentes, o que reflete claramente no desempenho dos alunos frente a interpretação de situações - problema, compreensão da ideia principal de um texto, identificação de informações implícitas, produção de um resumo, dentre outras atividades.
É necessário que os alunos percebam que os leitores fluentes utilizam determinadas estratégias específicas para se chegar à compreensão de um texto: identificação da estrutura textual; estabelecimento de relações com outros textos, com suas vivências e com o seu conhecimento de mundo; ativação dos conhecimentos prévios; inferência; visualização; sumarização e síntese. No entanto, não basta descrever esses processos, é fundamental mostrar aos alunos como eles funcionam, para que servem, e como podem ser utilizadas.
Devemos partir do princípio também, que a escrita é uma atividade que, na escola, deve ser abundantemente praticada, com diversas finalidades, entre as quais está o próprio aprendizado da escrita.
Para produzir textos de qualidade, os alunos têm de saber o que querem dizer, para quem escrevem e qual é o gênero que melhor exprime essas ideias. A chave é ler muito e revisar continuamente.
Produção de textos: ler para escrever.
Débora Rana, professora e formadora do Instituto Avisa Lá, destaca que, para mediar um trabalho de escrita, o professor precisa ensinar um tipo específico de comportamento leitor: a busca de informações escritas com o objetivo de produzir um novo texto.
A reescrita inibe a criatividade do aluno?
Não. Ao reescrever a versão pessoal de uma história conhecida ou com alterações solicitadas pelo professor, como a mudança de cenário, de tempo ou de narrador, o aluno pode realizar um grande esforço criativo para conseguir reconstruir a mesma história e não perder a coerência. Esse processo, baseado em diferentes maneiras de reescrever um texto-fonte, é parte integrante do percurso de autoria, que pode ser construída com muita prática e reflexão.
Revisão vai além da ortografia e foca os propósitos do texto
Produzir textos é um processo que envolve diferentes etapas: planejar, escrever, revisar e re-escrever. Esses comportamentos escritores são os conteúdos fundamentais da produção escrita.
Como?
Com a ajuda do professor, as turmas aprendem a analisar se ideias e recursos utilizados foram eficazes e de que forma o material pode ser melhorado.
A reescrita coletiva é importante? Porque?
Na reescrita, o texto além de conhecido deve estar memorizado pelos alunos?
Como deve se dar a passagem da linguagem oral para a linguagem escrita?
Que conceitos são trabalhados no processo de construção do texto coletivo? O professor assume a função de escriba somente, ou deve “conduzir” o processo e a reflexão dos alunos?
Reescrita coletiva.
A formadora Bia Gouveia realiza uma atividade de reescrita coletiva com a 3ª série da Escola Estadual Victor Civita, de Guarulhos. O trabalho faz parte do programa de formação de professores em Língua Portuguesa que vem sendo realizado pela Fundação Victor Civita na escola em 2009.
Ser autor exige pensar no enredo e na estrutura
Para que o aluno seja capaz de elaborar um texto com as próprias ideias e dentro das características de um gênero, é preciso que desenvolva um percurso de autoria.
Aspecto fundamental no trabalho de produção textual é garantir que a criança ganhe condições de pensar no todo. Do enredo à forma de estruturar os elementos no papel: é preciso aprender a dar conta de tudo para atingir o leitor. Esse processo denomina-se construção de um percurso de autoria e se adquire com tempo, prática e reflexão.
Produção de texto: reescrita.
Débora Rana, professora e formadora do Instituto Avisa Lá, explica como um percurso de autoria pode ser construído a partir da reescrita textos conhecidos pelos alunos.
Espera-se ao final do 5º ano, que os alunos saibam...
Revisar escritas (próprias e de outros), em parceria com os colegas, assumindo o ponto de vista do leitor com intenção de evitar repetições desnecessárias (por meio de substituição ou uso de recursos da pontuação); evitar ambiguidades, articular partes do texto, garantir a concordância verbal e a nominal.
Revisar textos (próprios e de outros) do ponto de vista ortográfico.
Quais são as condições didáticas da escrita?
Cláudio Bazzoni, assessor da Prefeitura de São Paulo, explica que, ao solicitar a produção de textos, o professor precisa definir junto com o aluno o que escrever (qual gênero), para quê (com que função comunicativa) e para quem (para quais destinatários).